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O SURGIMENTO DO HOMEM E DAS COMUNIDADES PRIMITIVAS: MISTÉRIO E MAGIA NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE

Por:   •  17/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.643 Palavras (7 Páginas)  •  214 Visualizações

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        O SURGIMENTO DO HOMEM E DAS COMUNIDADES PRIMITIVAS:         

        MISTÉRIO E MAGIA NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE

                                                                                 Carlos Versiani

I - A PRÉ-HISTÓRIA

- Estima-se que a vida no planeta terra tenha se iniciado a cerca de 1 bilhão de anos, nas águas dos oceanos. Sabe-se também que as primeiras formas de vida eram simples, evoluindo de estruturas unicelulares para estruturas pluricelulares. Para se adaptar a grandes transformações climáticas e geográficas, os seres se desenvolveram, de acordo com a teoria da seleção natural, e alguns peixes adquiriram também condições de viver em terra. Assim, foram se diversificando as espécies: insetos, anfíbios, répteis, pássaros,  mamíferos...

- O ancestral que deu origem aos macacos e também aos seres humanos, teria aparecido há dezenas de milhões de anos, na África. Seguindo uma linha evolutiva surgiram então os hominídeos e em outra os pongídeos (a que pertencem os gorilas, chipanzés, orangotangos...) Entre os hominídeos, que tiveram como berço comum a África, as espécies mais remotas são o Homo Habilis (surgido há cerca de 2,3 milhões de anos) e o Australopitecus (surgido há cerca de 3 milhões de anos). Ambos apareceram na África, de onde nunca teriam saído, até o seu desaparecimento, por volta de 1,5 milhão de anos atrás.

- As espécies primitivas foram substituídas, em linha evolutiva, pelo Homo Erectus, que surgiu por volta de 1,8 milhão de anos atrás, também na África, e teria sobrevivido até cerca de 30000 anos A/C. Muitos bandos de Homo Erectus abandonaram o continente africano e se espalharam pela Ásia oriental. Acredita-se que o gênero Homo Sapiens, de que somos representantes, surgiu como uma derivação do Homo Erectus, tendo porém convivido com o mesmo, pois que apareceu há cerca de 150000, muito tempo antes do outro hominídeo desaparecer. O Homo Sapiens se espalhou pelos continentes em bandos, adquirindo características étnicas diversificadas, conforme as condições climáticas encontradas. Isto gerou, por exemplo, o “tipo” asiático, o “tipo” germânico, o “tipo” indígena e outros,  além do “tipo” negróide original.

- O Homo Sapiens, detentor de uma capacidade craniana muito superior aos outros hominídeos, passou a se comunicar com uma linguagem articulada, além de fabricar instrumentos e ferramentas para o seu cotidiano, superando as dificuldades e intempéries da vida primitiva. Ainda vivendo em bandos nômades, sob o refúgio das cavernas, passou a controlar o fogo, utilizando-o como proteção, aquecimento e para cozer os alimentos.  Por volta de 50000 A/C, em plena era paleolítica (da pedra lascada), o homem já fazia inscrições e pinturas nas paredes das cavernas. Esta arte possuía um sentido mágico, para garantir proteção, fertilidade e abundância de caça.

II- O APARECIMENTO DAS PRIMEIRAS COMUNIDADES SEDENTÁRIAS

- Um grande salto evolutivo na história da humanidade se deu quando o Homo Sapiens passou a abandonar o seu nomadismo característico e se fixar na terra, formando comunidades organizadas. Este processo se deu a partir do entrecruzamento de vários fatores, como o aprendizado da fabricação do fogo, a prática da agricultura e da domesticação dos animais, o desenvolvimento das artes da cerâmica e da fiação, o aprendizado das técnicas de construção, a descoberta da roda e dos veículos sobre rodas, a prática do comércio com outros povos e o desenvolvimento espiritual, com a criação e transmissão dos mitos e rituais religiosos.

- Na chamada revolução neolítica (idade da pedra polida), os homens vão então começar a se fixar em terrenos férteis (à margem de rios), aprendendo também a viver do plantio e da colheita dos alimentos. Ou seja, de caçadores e coletores, se transformarão também em agricultores, sendo obrigados à fixação para cumprir o ciclo da agricultura. Para chegar a este momento foi necessário o aprendizado da feitura do fogo, o que dispensou as andanças em busca do mesmo. A domesticação dos animais também colaborou na fixação, pois que os mesmos passaram a ser criados também como fonte de alimento, tornando os homens menos dependentes da fartura da caça.

- Uma vez fixados, haverá a necessidade de outras formas de habitação, exigindo novas técnicas e materiais de construção: da palhoça com paredes de madeira e argila até as construções em pedra. Por exigência da fabricação de ferramentas e utensílios, se desenvolverá também a arte da cerâmica e da fiação, como de resto todo o tipo de artesanato, seja utilitário ou para adorno. A descoberta da roda trará como conseqüência o aparecimento dos primeiros veículos puxados por animais e o desenvolvimento das técnicas de arado e irrigação.  

- Para o funcionamento destas primeiras sociedades organizadas, haverá também o estabelecimento de regras coletivas, implicando a determinação de funções, ritos e condutas. Haverá lideranças incumbidas de preservar o interesse coletivo, incluindo aí a questão espiritual. Nada desta evolução faria sentido para o homem primitivo se não houvesse, pairando sobre aquela nova comunidade, um ordenamento ou explicação espiritual. Ou seja, ao se fixar em determinada região, o homem primitivo (que já possui um entendimento mágico do universo que o circunda), irá construir e alimentar os mitos ou forças espirituais que lhe garantem proteção, sobrevivência e felicidade naquele lugar. E seguindo os ciclos da natureza, irá criar e praticar ciclicamente uma série de rituais, o que lhe garantirá a integração dos elos comunitários e ancestrais, além de propiciar a continuidade da tradição.

III – MITO, RITUAL, MAGIA NAS COMUNIDADES PRIMITIVAS        

- Na cultura original das comunidades ditas primitivas, a explicação para os fenômenos da natureza e da vida social se confundem e se integram através das histórias dos ancestrais, dos mitos transmitidos de geração a geração. A natureza, o cosmos e a comunidade são, para os povos primitivos, partes indissociáveis,  totalmente integradas na explicação mitológica.

- O mito não é entendido como lenda, como uma estorinha bonita; o mito é a verdade  que conta as origens ou raízes de um povo. São narrações que remetem à origem das tribos, e que passam dos mais velhos para os mais novos, por tradição oral. A ligação umbilical com a terra  se deve à construção dos mitos e rituais, totalmente fundados na natureza. Os personagens dos mitos sempre são plantas, animais, sol, lua, etc. Compartilhando do mesmo mundo mitológico e real estão igualmente os homens, as plantas e os animais.

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