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Os problemas de ensinar pessoas com surdez

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Por:   •  5/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.647 Palavras (15 Páginas)  •  391 Visualizações

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SURDEZ NAS PERSPECTIVAS MÉDICA, EDUCACIONAL E CULTURAL, ABRANGENDO A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) E A CULTURA SURDA.

Relatório 1.

A audição é o sentido que mais nos coloca dentro do mundo e a comunicação humana. Costuma-se não perceber a importância da audição em nossas vidas a não ser quando começa a faltar a nós próprios. A surdez, por ser um defeito invisível, não recebe da sociedade a mesma atenção que é dada aos portadores de outras deficiências. Em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do ligeiro ao profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia. O deficiente auditivo tende a se separar de outras pessoas, trazendo para si as consequências do isolamento. A dificuldade maior ou menor que ele tem para ouvir e se comunicar depende do grau de surdez, que pode ser leve, moderada, severa e profunda.

A perda auditiva leve não tem efeito significativo no desenvolvimento desde que não progrida, geralmente não é necessário uso de aparelho auditivo. Geralmente os pacientes os pacientes costumam dizer que ouvem bem, mas, às vezes, não entendem o que certas pessoas falam. Para haver uma boa comunicação temos que ouvir e entender. Não basta somente ouvir. Um teste de audição (audiometria) vai revelar se há, de fato, alguma deficiência auditiva. A perda auditiva moderada pode interferir no desenvolvimento da fala e linguagem, mas não chega a impedir que o indivíduo fale. Os sons podem ficar distorcidos, e na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender, principalmente quando as pessoas estão conversando em locais com ruído ambiental ou salas onde existe eco. Já a perda auditiva severa interfere no desenvolvimento da fala e linguagem, o som da campainha e do telefone torna-se difíceis de serem ouvidos; o deficiente auditivo pede a todo o momento que falem mais alto ou que repitam as palavras. Mas com o uso de aparelho auditivo poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da fala e linguagem. A Perda auditiva profunda existe apenas um resíduo de audição. O deficiente ouve apenas sons intensos ou percebe somente vibrações. Crianças com problemas de audição terão dificuldades no desenvolvimento da linguagem. Se a criança estiver ouvindo mal, o aprendizado na escola será mais difícil. Ou seja, Se não houver intervenção, a fala e a linguagem dificilmente irá ocorrer.

No aspecto educacional refere-se à incapacidade da criança aprender a linguagem por via auditiva e ter um desempenho acadêmico. A educação das pessoas com surdez sempre foi e continua sendo um desafio devido às dificuldades linguísticas e sociais impostas a este sujeito ocasionando preconceitos e exclusão.

Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média, pensava-se que os surdos não fossem educáveis. No início do século XVI que se começou a admitir que os surdos pudessem aprender através de determinados procedimentos pedagógicos. O propósito da educação dos surdos era, então, fazer com que pudessem desenvolver o pensamento, adquirir conhecimento e se comunicar com o mundo ouvinte. Para tal, procurava-se ensiná-los a falar e a compreender a língua falada, mas a fala era considerada uma estratégia, em meio a outras, de se alcançar tais objetivos. Nas tentativas iniciais de educar o surdo, além da atenção dada à fala, a língua escrita também desempenhava papel fundamental. Os alfabetos digitais eram amplamente utilizados. Eles eram inventados pelos próprios professores, porque se argumentava que se o surdo não podia ouvir a língua falada, então ele podia lê-la com os olhos. Falava-se da capacidade do surdo em correlacionar as palavras escritas com os conceitos diretamente, sem necessitar da fala. Muitos professores de surdos iniciavam o ensinamento de seus alunos através da leitura-escrita e, partindo daí, instrumentalizavam-se diferentes técnicas para desenvolver outras habilidades, tais como leitura labial e articulação das palavras. A partir desse período podem ser distinguidas, nas propostas educacionais vigentes, iniciativas antecedentes do que hoje chamamos de oralismo e outras antecedentes do que chamamos de gestualismo.

A partir da Lei 10436, o governo brasileiro reconhece a LIBRAS, como língua, e os surdos tem o direito que nas instituições educacionais as aulas sejam ministradas em LIBRAS, pelo menos com a presença de um interprete, uma vez que a surdez não interfere no desenvolvimento cognitivo. O Ministério da Educação desenvolve a política de educação inclusiva que pressupõe a transformação do ensino regular e da educação especial e, nesta perspectiva, são implementadas diretrizes e ações que reorganizam os serviços de atendimento educacionais especializados oferecidos aos alunos com deficiência visando a complementação da sua formação e não mais a substituição do ensino regular.

O surdo usuário de língua de sinais ainda é um desconhecido para a grande maioria dos professores de ensino técnico e tecnológico. Sabe-se muito pouco sobre a surdez, a educação de surdos e como eles se comunicam, quer seja, através de comunicação gestual ou oral. Com intenção de esclarecer algumas questões referentes à surdez, apresenta-se, a seguir, um breve histórico da educação dos surdos. Abordando de maneira geral, as formas de comunicação oralista, gestualista, total e bilinguismo.

Ao longo da história a educação dos surdos passou por diferentes abordagens educacionais, atualmente, tem-se dado ênfase ao mecanismo de aprendizado visual do surdo e a sua condição bilíngüe-bicultural. Contudo, o surdo é bilíngüe-bicultural no sentido de que convive diariamente com duas línguas e culturas: sua língua materna de sinais (cultura surda) e língua oral ( cultura ouvinte), ou de LIBRAS, em se tratando dos surdos brasileiros.

Em termos culturais, surdez é descrita como uma identidade cultural, que reflete os costumes e as características das pessoas que desenvolveram através das habilidades visuais, manuais, gestuais e corporais, a sua maneira de estar no mundo, a sua maneira de se fazer no mundo, assim como qualquer outro tipo de cultura. Ao longo dos anos, as pesquisas interdisciplinares sobre surdez e sobre as línguas de sinais, realizadas no Brasil e em outros países, tem contribuído para a modificação gradual da visão dos surdos, compartilhada pela sociedade ouvinte em geral.

O termo cultura nos remete a costumes peculiares que caracterizam um povo, que se comunica de forma mais direta e compartilhada, pois somam forças para defenderem causas comuns. Por isso podemos considerar a cultura surda, em seus mais diversos

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