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PRODUTOS ALIMENTÍCIOS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Por:   •  17/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.739 Palavras (19 Páginas)  •  225 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Como é de conhecimento geral, a boa alimentação é essencial desde cedo, a fim de manter uma boa qualidade de vida e prevenir infecções e patologias na vida adulta.

A avaliação rotineira e sequencial do crescimento e do desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida continua sendo uma forma indireta, porém extremamente importante, para monitorar as práticas alimentares de crianças e, posteriormente, de adolescentes. A avaliação do crescimento ponderoestatural não só reflete as condições de saúde naquele momento, como também exerce papel fundamental na prevenção de doenças futuras.

Alguns estudos referem que uma dieta inapropriada da mãe durante a gestação pode estar relacionada a futuras patologias na criança. Outros trabalhos mostram também que, além do baixo peso ao nascer, o ganho ponderal acentuado nos primeiros 6 meses de vida está relacionado com o desenvolvimento futuro de obesidade e adiposidade central. Em estudo realizado por Stettler et al. em 2002, salientou-se a importância do rápido ganho de peso durante os 4 primeiros meses de vida como determinante de sobrepeso e obesidade aos 7 anos de idade, independentemente do peso de nascimento. Durante os 2 primeiros anos de vida, ocorre intenso e rápido desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social. Portanto, práticas alimentares inadequadas nessa fase da vida podem, no futuro, repercutir de forma negativa no desenvolvimento global das crianças e ocasionar sequelas.

Da mesma forma, a nutrição desempenha um papel fundamental durante a adolescência, período de crescimento acelerado, de rápidas modificações e que requer um amplo fornecimento de energia e nutrientes. As doenças crônicas degenerativas são responsáveis por elevados índices de mortalidade entre adultos. Essas doenças são uma das causas para que o ser humano não consiga alcançar maior expectativa de vida. Para reverter o quadro, é necessária, antes de tudo, uma alimentação adequada desde o desmame. A partir dessa fase, inicia-se a formação dos hábitos alimentares. É mais fácil começar com uma alimentação adequada do que mudar quando adulto ou quando o organismo dá sinais de doenças.

Pediatras e profissionais que lidam com crianças e adolescentes devem ter como meta a orientação de práticas apropriadas de alimentação, além da superação de desafios frequentes da prática pediátrica, como a redução do risco de carências nutricionais (p.ex., anemia ferropriva), orientações quanto ao acesso à água potável e cuidados necessários com o saneamento básico, fornecimento adequado de nutrientes específicos para o pleno funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e, finalmente, reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras, as quais se encontram em importante ascensão na faixa etária pediátrica. Sabe-se que cerca de 40% da população adulta brasileira acima de 20 anos de idade é portadora de excesso de peso e que cerca de 30% dos indivíduos são portadores de doenças crônicas não transmissíveis.

O conceito de alimentação saudável pode influenciar de forma importante no binômio saúde-doença. Desta forma, é necessário valorizar a importância do incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e sua manutenção até os 2 anos ou mais (desde que complementado por outros alimentos após os 6 primeiros meses) e a introdução de alimentação complementar saudável e de forma adequada a partir do 2º semestre de vida desses pacientes.

Frente a isso, torna-se emergencial o planejamento e a aplicação de estratégias, tanto no âmbito de políticas públicas de saúde quanto no atendimento pediátrico individualizado de puericultura, para que ocorra educação nutricional adequada e intervenção precoce visando à promoção de saúde e à prevenção de doenças atuais e futuras.

HÁBITOS ALIMENTARES DURANTE A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

A prática de uma dieta balanceada e hábitos alimentares saudáveis desde a infância proporcionarão níveis ideais de saúde e favorecerão o perfeito desenvolvimento físico e intelectual, reduzindo os transtornos causados pelas deficiências nutricionais comuns a este estágio de desenvolvimento e evitando a manifestação da obesidade e outros distúrbios alimentares.

A família, a escola e a sociedade têm a responsabilidade de favorecer a adoção de um comportamento saudável por parte das crianças para que estas se tornem capazes de encontrar um equilíbrio alimentar e alcancem uma boa qualidade de vida com repercussões positivas na adolescência e na vida adulta.

A responsabilidade da família é favorecer a adoção de um comportamento alimentar saudável por parte das crianças. Os pais exercem importante papel de modelo para seus filhos auxiliando-os nas práticas alimentares e estabelecendo os alimentos, o local e o momento adequado para seu consumo, mas permitindo que a criança utilize os seus próprios recursos e respeitando sempre a sua saciedade. Para isso, é importante criar opções atrativas e nutritivas para que as crianças componham adequada e equilibradamente sua dieta.

A escola desempenha papel fundamental na formação de hábitos de vida das crianças, sendo também responsável pelo conteúdo educativo global, inclusive do ponto de vista nutricional. A alimentação escolar, tanto na rede pública quanto na rede privada, tem como objetivos: suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos, melhorar a capacidade no processo ensino-aprendizagem e formar bons hábitos alimentares.

Atualmente, os meios de comunicação vêm influenciando substancialmente o consumo de alimentos, pois as crianças permanecem mais tempo em frente à televisão e os comerciais veiculados versam predominantemente sobre alimentos que, em geral, contêm altos níveis de constituintes não saudáveis, podendo contribuir para a obesidade, dislipidemias, hipertensão e outros distúrbios. Desse modo, além do sedentarismo e da ingestão inadequada de alimentos, a criança pode adquirir concepções incorretas sobre a alimentação.

As tendências à urbanização aliadas ao desenvolvimento industrial e agropecuário ocasionaram mudanças de padrão alimentar e de vida das sociedades ocidentais. O consumo de alimentos industrializados e ricos em gordura aumentou, em detrimento da ingestão de alimentos não processados. Houve ainda redução da atividade física para o desenvolvimento do trabalho e do lazer. Tais modificações determinaram o processo denominado transição nutricional, caracterizado por queda das taxas de desnutrição, aumento da prevalência de obesidade

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