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Português

Por:   •  24/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  788 Palavras (4 Páginas)  •  192 Visualizações

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Ferdinand de Saussure é considerado o pai da linguística por ter sistematizado os estudos linguísticos, principalmente através de uma apresentação de uma terminologia que vem explicar os fatos linguísticos de forma precisa e objetiva. Como o próprio Saussure disse: “a linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível um conceber sem o outro” (Saussure 1997, p.16). A esse lado social da linguagem Saussure chama de língua, e aquele individual chama de fala. A língua, homogênea por natureza, é uma instituição social que pertence a todos os falantes de determinada comunidade linguística. A fala, natureza heterogênea, é individual e imprevisível. A língua que falamos é a mesma, isto é, todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro. A fala de cada um de nós, no entanto, é diversificada, individualizada, heterogênea.  O mito número um apontado por Bagno diz o seguinte: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. “A escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os[...] milhões de brasileiros, independentemente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de escolarização etc.”, (Bagno, 2005, p.15). No Brasil, projetos de pesquisas são realizados para analisar as variedades linguísticas de diversas cidades e por diferentes comunidades linguísticas. A língua, como instituição social, impõe-se ao indivíduo, como um elemento de coesão e organização social (Carvalho 2003, p. 60), enquanto a fala faz com que a língua varie, evolua e se modifique. É muito natural a existência de um grande número de variedades linguísticas. A variação linguística pode ocorrer em todos os níveis da língua: lexical, fonético, morfológico, sintático e até pragmático, sendo que esses níveis podem estar vinculados a três tipos de fatores. A variação fonética é que caracteriza os diversos sotaques existentes no Brasil, que pode acontecer no nível dos segmentos, como na consoante exemplificada, ou n vogal, como a pronuncia da primeira silaba da palavra coração com o fechado pela maioria dos brasileiros, mas com o aberto em alguns estados do Nordeste. E a história nos mostra que o que padrão hoje pode não ter sido no passado e o que é não padrão hoje pode vir sê-lo amanhã. O que acontece é que a mudança só passa a ser verdadeiramente aceita quando alguém de uma classe privilegiada utiliza a variante linguística até então estigmatizada por ser usada por pessoa de uma classe social inferior. É de conhecimento geral que a linguagem dos jovens tem toda uma característica que estabelece uma marca e os torna capazes de participar de um grupo. O falar do jovem é caracterizado pelo uso de gírias especificas da idade, do grupo em que se insere e de época. Sim, porque s gírias dos jovens, muito mais que a linguagem padrão, mudam com o tempo. O que acontece é que as gírias, as expressões coloquiais, assim como muitas palavras, envelhecem com as pessoas que as utilizam. Outro fator de variação é a linguagem da mulher relação a do homem. Infelizmente, também aqui o preconceito frequentemente se faz presente, pois pesquisas têm apontado para uma certa crença de que a fala das mulheres reflete a fraqueza e insegurança. O terceiro tipo de variação, no entanto refere-se no contexto da fala. Nesse caso, o que define a forma de falar é a situação e os interlocutores, pois o falante altera sua linguagem para se adequar a eles. Costumam usar uma linguagem informal e menos monitorada quando estão em seu ambiente familiar ou com um grupo de amigos em momentos de lazer. Quando estão em situações mais formal, em ambientes que exigem um determinado comportamento linguístico, monitoram sua fala para se adequar aquele contexto. O problema de ser diferente não está no fato linguístico, mas nas convenções sociais e culturais da sociedade em que está inserido o falante. Acontece que na gramatica normativa nos apresenta regras que nunca são utilizadas em território brasileiro, que não representam a língua que efetivamente não usamos aqui.  Como já dissemos anteriormente, existem variedades na língua falada e, e dentro delas, os níveis de formalidade.  O mesmo acontece com a língua escrita. Os diferentes gêneros textuais vão exigir diferentes níveis de formalidade, uso de estrutura e escolha de vocabulário. O que não atende ás regras ali prescritas é considerado “errado”. Nesse contexto Cagliari (2002, p.35) afirma que “a língua portuguesa, como qualquer língua, tem o certo e o errado somente em relação a sua estrutura”. O papel do professor é bastante complicado nesse conflito, porque a sociedade, principalmente os pais dos alunos, cobra esse ensino da gramatica através de regras, da mesma forma como eles forma coo eles foram ensinados, o que não significa que dominem a língua.

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