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Trabalho de Conclusão de Curso

Por:   •  18/9/2023  •  Monografia  •  5.581 Palavras (23 Páginas)  •  45 Visualizações

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INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA NA ESCOLA COMUM: RELATO DE ACOMPANHAMENTO

Larissa da Silva Perusse Gonçalves¹

larissaperusse20@hotmail.com

Neusa Abadia Gomes Andrade²

neusa.andrade@uniube.br

RESUMO

Dialogando sobre inclusão de crianças especiais na Educação Básica, o presente trabalho irá relatar sobre a rotina de um aluno Autista, inserido em uma sala de aula da Educação Básica, com atendimento inclusivo em sala de aula e atendimento especializado, dentro e fora de sua sala regular. Pedro é um aluno que foi diagnosticado com a Síndrome de Asperger recentemente, mas a professora já desconfiava devido ao seu comportamento, porém não tinha como diagnosticá-lo, mas exercia um trabalho diferenciado com o aluno, pois percebia as suas necessidades. O atendimento especializado com o Pedro só começou quando a escola recebeu o laudo. O objetivo da pesquisa é observar os principais desafios enfrentados pelos participantes do cotidiano escolar, na inclusão da criança e contribuir na construção de mediações (interações) significativas no cotidiano escolar da criança, visando potencializar seus processos de ensino e aprendizagem. O desafio não é apenas o acesso à escola e sim a uma educação inclusiva que proporcione a esses alunos transformação e evolução no seu desenvolvimento educacional e pessoal, e os façam sentir realmente inclusos em uma sociedade que deveria ser igualitária para todos.

Palavras – Chave: Educação Especial, Autismo, Inclusão e Rotina.

¹ Aluna do curso de Pedagogia EAD/Uniube. Atualmente trabalha como funcionária efetiva na Prefeitura Municipal de Viana – ES.

² Professora Orientadora, Mestra em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atualmente trabalha na Universidade de Uberaba, no curso de Pedagogia à Distância e Presencial, como professora tutora e responsável por disciplina. 

1. INTRODUÇÃO

A Educação Especial se organizou tradicionalmente como: Atendimento Educacional Especializado – AEE, substitutivo ou paralelo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, escolas adaptadas e classes adequadas.

Essa organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para os alunos com deficiência. (BRASIL, 1994)

Atento às condições sociais do desenvolvimento produzidas nas situações pedagógicas de ensino e aprendizagem, vale destacar um pressuposto basilar das situações cognitivas, isto é, do ato do aprender: que o aprender se dá na interação, seja com o outro, com o educador, com o par mais desenvolvido, com a família, seja com os objetos do conhecimento, seja da forma que a criança interagir.

Dessa forma, a compreensão dessas leis simbólicas, sociais, culturais e históricas serve de validador importante para um planejamento pedagógico que objetiva a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes.

Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.

Dialogando sobre inclusão de crianças especiais na educação básica, o presente trabalho irá relatar um pouco sobre a rotina de um aluno Autista, inserido em uma sala de aula da educação básica, com atendimento inclusivo em sala de aula e atendimento especializado, dentro e fora de sua sala regular.

Escolhi o CMEI “ALTIVA BELMOND DE CAMPOS”, localizado no bairro Jardim Campo Grande, Cariacica – ES, para ser o meu local de aprendizado e prática com um aluno Autista da Educação Infantil, inserido em uma turma do grupo 3. Realizei o acompanhamento com o aluno durante uma semana, participando de toda sua rotina dentro da escola.

A escola atende crianças de três a cinco anos de idade, no horário matutino e vespertino. A instituição conta com o trabalho de um professor regente por turma, tendo um estagiário para cada turma de três anos, uma professora de Arte e um de Educação Física para cada turno, que atendem as turmas de quatro e cinco anos. As turmas de três anos não têm aula de Arte e Educação Física. Para organizar os horários de planejamento das professoras regentes, a escola conta com o trabalho de uma colaboradora, que cobre duas aulas por semana de cada turma. A instituição também conta com o trabalho de um professor de Educação Especial em cada turno, para acompanhar os alunos que necessitam de tal atendimento.

Durante a semana em que fiquei no CMEI para observação, conheci o Pedro[1] é um aluno que foi diagnosticado com a Síndrome de Asperger recentemente, mas a professora já desconfiava devido ao seu comportamento em sala, porém não tinha como diagnosticá-lo, mas exercia um trabalho diferenciado com ele, pois percebia as suas necessidades.

De acordo com os estudos de Martins, Silva e Mainardes (2010) uma visão sobre a Síndrome de Asperger, destaco o seguinte conceito baseado nos autores trabalhados na pesquisa.

A Síndrome de Asperger foi descrita pela primeira vez por Hans Asperger em 1944, mas foi incluída no DSM-IV com critérios para diagnóstico apenas em 1994. (MELLO, 2007) Segundo o DSM-IV-TR, a síndrome de Asperger é um transtorno global do desenvolvimento. Este tipo de transtorno caracteriza-se por déficits em muitas áreas de funcionamento que levam a uma interrupção invasiva de forma notável e, ao mesmo tempo, difusa, dos processos do desenvolvimento (MARTINS, SILVA E MAINARDES. 2010).

O atendimento especializado com o Pedro só começou quando a escola recebeu o laudo, a partir desse momento, ele começou a ter horário com o professor de Educação Especial duas vezes na semana. Esse trabalho era realizado dentro da sala de aula regular dele mesmo, próximo dos seus colegas de sala, professora e estagiária, para que ele não fosse excluído dos momentos com a turma.

2. DESENVOLVIMENTO

SINDROME DE ASPERGER: CARACTERIZAÇÃO E OS PROCESSOS DE ENSINO APRENDIZAGEM.

Inclusão não é apenas para pessoas com transtornos globais, deficiências e altas habilidade, inclusão social é muito mais do que isso. É interagir, participar e aceitar, não só as pessoas em situações citadas anteriormente, mas aceitar a todos. Incluir todos os grupos e segmentos, incluir os negros, mulheres, homossexuais, os pobres, apenas incluir, independente da sua posição na sociedade.

Estamos mais do que nunca a vivenciar: miséria e riqueza convivendo juntas; migrações e imigrantes; lutas armadas; movimentos sociais de sucesso e outros rechaçados; uso desenfreado de drogas; fundamentalismos religiosos e até teóricos; lutas exacerbadas por belezas oficiais (ser magra por exemplo); violências de todos os tipos, nos mais diversos tempos e lugares; focos nas imagens etc. (PINEL, 1995, p. 67).  

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