A Afetividade Na Psicologia

AFETIVIDADE

A vida afetiva é a dimensão psicológica que dá cor, brilho e calor a todas as experiências humanas. Sem emoção, a vida espiritual se tornará vazia e sem gosto. Emoção é um termo geral que inclui vários tipos de experiências emocionais, como humor, emoção e sentimento. Segundo Mira y López (1974, apud DALGALARRONDO, 2008), quanto mais os estímulos e os fatos ambientais afetam o indivíduo (até a intimidade do ser), mais nele aumenta a alteração e diminui a objetividade. Quanto menor a distância entre quem percebe e o que é percebido, mais o objeto da percepção se confunde com quem o percebe. Segundo ele, “a fronteira entre a percepção e a afeição, entre a sensação e o sentimento, entre o saber e o sentir é a mesma fronteira entre o Eu e o não-Eu”. Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas, o humor ou estado de ânimo, as emoções, os sentimentos, os afetos e as paixões.

Segundo Paim (1986, apud DALGALARRONDO, 2008), nas emoções os aspectos físicos e psicológicos se fundem, o que é uma unidade inseparável. A oscilação de humor no personagem é vista frequentemente, quando se lembra dos traumas passados, com a mulher ou sobre o alcoolismo. Como o humor, as emoções geralmente são acompanhadas por reações físicas mais ou menos específicas. Segundo Mira y López (1974 apud DALGARRONDO, 2008), a emoção é uma mudança global na dinâmica pessoal, um movimento emergente, uma tempestade anormal que atrapalha, move e perturba o equilíbrio instável da existência. Observa-se no filme pontos agudos de emoção em Ray, quando se afasta de sua família, que ele mesmo matou, e também quando é impedido de fazer algo.

Os sentimentos de Ray, orbitam em torno dos sentimentos da esfera da alegria, sendo ele eufórico, com muito contentamento ao resgatar sua esposa e filha, mesmo que seja ilusório, e de muita confiança em si mesmo, além da esperança de viver uma vida normalizada, mesmo depois de destruir um hospital e deixar inúmeras pessoas feridas e mortas, insinuando em uma de suas frases “eu nunca me senti tão lúcido”. Ademais, aos sentimentos da esfera da agressividade, sendo extremamente raivoso e revoltado, com um enorme rancor dos médicos e do hospital, tendo falas como “isso me mata todos os dias” referindo-se ao trauma de matar a falecida esposa.

Observada em função aos traumas de falecimento da primeira esposa e filho e também as dificuldades com o alcoolismo. O quadro de alteração de Ray sob a efetividade é recorrente de seu passado, e ao longo do filme é apresentada uma piora em seus sintomas, fazendo com que o personagem termine sem tratamento psíquico, mesmo com uma intervenção de uma psiquiatra para o ajudá-lo, o mesmo nega ajuda e não aceita pacificamente de que sofre de transtornos mentais, muito menos de que sua família não está mais viva.

Nota-se no filme um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez, permanentemente crescente no personagem principal, visto as seis fases de alteração do medo, sendo prudente, cauteloso, alarmante seguido de ansiedade, pânico e terror, visto em todas cenas em que Ray dirige, ou é colocado em pressão.

Ao decorrer do filme é possível observar uma ambivalência afetiva, onde Ray apresenta sentimentos opostos em relação a esposa, ora feliz e harmônico, ora agressivo, entrando em desarmonia intensa das vivências psíquicas. Constata-se a paratimia, reagindo totalmente incongruente a situação existencial, onde Ray vive uma realidade enganosa, identifica-se na intervenção de uma psiquiatra que explica o que acontece com o mesmo, e tenta mostrar a realidade vivida, no entanto, Ray não aceita e age brutalmente, roupando um paciente jovem, confundido  com a esposa e a filha.