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A Arte cavalheiresca do arqueiro zen

Por:   •  14/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  822 Palavras (4 Páginas)  •  403 Visualizações

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Bianca Moraes Peroma - RGM 1087220 – Psicologia 4° semestre B

O conceito de intencionalidade

“A arte cavalheiresca do arqueiro zen”

Ao nos depararmos com o conceito de intencionalidade visto em sala de aula, pode-se tomar como base para a construção deste conhecimento que a intencionalidade é o eixo da consciência, é o que move a consciência em direção ao objeto, sendo o objeto externo (um fenômeno). Assim a intencionalidade precede a consciência e a consciência é intencionada a algo. É entendido então que o conceito de intencionalidade parte da relação entre a consciência e o fenômeno intencionado (objeto), entende-se então que a intencionalidade é a forma de conduzir a consciência a conceder um sentido, esta que une a consciência e o objeto, mais claramente o sujeito e o mundo. O conceito de intencionalidade reconhece que o mundo não é mera exterioridade e o sujeito não é apenas interioridade, mas a ramificação de si para um mundo com significados e que estes significados movem a relação entre o sujeito e o mundo.

No livro “A arte cavalheiresca do arqueiro zen” de Herrigel, encontra-se o protagonista como sendo um professor universitário ocidental moldado pela cultura e costumes ocidentais, da qual é movida pelo racionalismo, reducionismo, técnicas e intencionalidade, com a famosa filosofia de vida de que “os fins justificam os meios” ocidentalizada. Este resolve iniciar uma caminhada para a Ásia em busca da arte do zen, sem saber que esta caminhada seria uma desconstrução da ideologia de mundo que ele criou no ocidente.

A arte zen abrange a ideia fenomenológica de Edmund Husserl de “voltar as coisas mesmas”, onde é necessária a exclusão de todo pressupostos obtido, para que assim finalmente seja possível obter a compreensão do fenômeno tal como ele é, sem definição intencional, abordando qualquer aspecto deste. Para o protagonista do livro, esta abordagem fenomenológica era desconhecida em sua vida de professor universitário ocidental, até ele se deparar com a arte zen do arco e flecha. Inicialmente ele tenta dominar o arco (objeto) do qual ele já tem uma intencionalidade estabelecida e obtida em sua experiência de vida ocidental, ele vê o arco como um material para tiro, em certo momento de seu aprendizado, o livro conta que Herrigel vê o arco como vê um fuzil ocidental, por já estar interiorizado a intencionalidade dele com o objeto, ele luta constantemente para dominar o arco e o alvo de seu tiro sem se dar conta de que a arte zen e seu fundamento contrapõe a vontade demasiada de dominar o arco, o tiro ou o alvo.

Herrigel percorre um longo caminho até entender que o uso do arco e flecha na arte zen é sem intenção consciente, tomando por conhecimento que a ação do tiro com o arco não objetiva consequências físicas ou o aperfeiçoamento estético e sua satisfação, mas a prática da consciência, buscando resultar no alcance da realidade em seu último grau, o objetivo não é apenas atingir o alvo, atirar por atirar, com toda a padronização da definição do arco e flecha, mas preliminarmente é conciliar o consciente com o inconsciente. O domínio técnico não é suficiente quando se é necessário transcendê-lo, de tal forma que este possa se transformar em uma arte sem a arte, proveniente do próprio inconsciente. O arqueiro e o alvo deixam de ser seres individualistas opostos e paralelos, passando a se integrarem em uma mesma realidade metafísica. Sendo assim o portador do arco passa a mirar em si mesmo, sem conceitos pressupostos, e talvez em si mesmo consiga acertar.

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