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A DINÂMICA DA TRANSFERENCIA

Por:   •  11/3/2016  •  Exam  •  1.213 Palavras (5 Páginas)  •  600 Visualizações

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Assinalei as partes importantes para a compreensão da dinâmica dos sistemas ics e prcs

No texto A dinâmica da transferência (1912), Freud se propõem a explicar como surge a transferência numa terapia analítica e como ela chega a desempenhar seu conhecido papel no tratamento. Ele afirma que todo ser humano, pela ação conjunta de sua disposição inata e de influências experimentadas na infância, estabelece um modo característico de conduzir sua vida amorosa e que isso resulta, num clichê (ou vários), que no curso da vida é regularmente repetido, na medida em que as circunstâncias externas e a natureza dos objetos amorosos acessíveis o permitem, não sendo inteiramente imutável diante de impressões recentes. Apenas uma parte desses impulsos que determinam a vida amorosa perfaz o desenvolvimento psíquico, estando uma parte dirigida para a realidade e constituindo parte da personalidade consciente. Outra parte desses impulsos libidinais foi detida em seu desenvolvimento, permanecendo separada da consciência e da realidade, podendo expandir-se na fantasia ou permanecendo de todo no inconsciente, de forma que, é desconhecida para a consciência da personalidade. Assim, o sujeito que teve uma necessidade de amor não completamente satisfeita pela realidade se voltará para toda pessoa nova com expectativas libidinais, estando presentes nessa atitude as duas porções de sua libido, tanto a capaz de consciência quanto a inconsciente.

Contudo, ocorre que o investimento libidinal de uma pessoa em parte insatisfeita, mantido esperançosamente em prontidão, também se volte para a pessoa do analista. Tal investimento se ligará a um dos clichês presentes no indivíduo em questão, de forma que o analista é incluído numa das “séries” que o doente formou até então; nessa inclusão é decisiva a “imago paterna” (expressão de Jung), mas pode também suceder conforme a imago da mãe, do irmão, etc.

Dois pontos sobre a conduta da transferência, de especial interesse para o analista, permanecem inexplicados: em primeiro lugar, por que a transferência nos indivíduos neuróticos em análise ocorre muito mais intensamente do que em outros, que não fazem psicanálise; em segundo lugar, porque a transferência aparece como a mais forte resistência ao tratamento, enquanto fora da análise ela é admitida como portadora da cura. O primeiro dos dois problemas é afastado, pois não é correto que durante a psicanálise a transferência surja de modo mais intenso que fora dela. Em instituições onde os neuróticos são tratados não analiticamente, observam-se as maiores intensidades e as mais indignas formas de uma transferência que beira a servidão. Então, essas características da transferência não devem ser atribuídas à psicanálise, mas à neurose mesma.

Para abordar o segundo problema Freud expõe a situação psicológica do tratamento, afirmando ser uma precondição regular de todo adoecimento neurótico o processo de introversão da libido, isto é, quando diminui a porção da libido capaz de consciência, voltada para a realidade, e aumenta no mesmo grau a porção afastada da realidade, inconsciente, que ainda pode alimentar as fantasias da pessoa, mas que pertence ao inconsciente. A libido então regride total ou parcialmente, reanimando as imagos infantis e a terapia analítica segue-a, procurando torná-la novamente acessível à consciência e pô-la a serviço da realidade. No entanto, todas as forças que causaram a regressão da libido se levantarão como “resistências” ao trabalho analítico, pois a regressão é determinada por uma relação com o mundo exterior, mais especificamente, pela frustração da satisfação.

Entretanto, a parte maior das resistências, que frequentemente faz a doença persistir, tem outra origem: a libido à disposição da personalidade, constantemente sob a atração dos complexos inconscientes, cai na regressão quando a atração da realidade relaxa. Para libertá-la, essa atração do inconsciente tem que ser superada, ou seja, a repressão das pulsões inconscientes tem que ser eliminada, daí emerge a resistência. A psicanálise tem de lidar com as resistências das duas fontes, pois esta acompanha o tratamento passo a passo, onde cada pensamento, cada ato do analisando precisa levar em conta esse fenômeno, pois este representa um compromisso entre as forças que visam à cura e as que a ela se opõem.

Seguindo um complexo patogênico desde sua representação no consciente até sua raiz no inconsciente, chega-se a uma região onde a resistência vigora tão claramente que a associação seguinte tem de levá-la em conta e aparecer como compromisso entre as suas exigências e as do trabalho de investigação. É então que surge a transferência. Quando algo do conteúdo do complexo se presta para ser transferido para o analista, ocorre a transferência, que produz a associação seguinte e se anuncia mediante sinais de resistência como uma interrupção, por exemplo. Considera-se que a ideia transferencial irrompe até à consciência antes de todas as outras associações possíveis porque satisfaz também a resistência. 

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