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A Devassa

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Por:   •  17/2/2014  •  553 Palavras (3 Páginas)  •  353 Visualizações

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Simulado de Língua Portuguesa

CPC - 2011

Prof. Romeu Agostinho

Leia o texto e responda às questões de números

01

a

13

.

A DEVASSA DA DEVASSA

Provei a cerveja Devassa num dia no aeroporto. Mas, quando vi na TV sua propaganda com uma norteamericana rica que deve a fama a um vídeo pornô que circulou na internet, achei de mau gosto e perdi asimpatia pela bebida. Ponto. Agora, quando o Conar retirou a propaganda do ar, vale a pena discutir umpouco o assunto.O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) é um órgão privado, que nada tem aver com o governo. Numa pesquisa de 2000, analisei alguns de seus julgamentos e notei uma certacontradição. Quando o Conselho de Enfermagem reclamou de quatro propagandas mostrandoenfermeiras como mulheres fáceis, o Conar concordou e as publicidades sumiram.Já quando psicólogos reclamaram duas vezes porque sua profissão era ridicularizada, o Conar disse queas propagandas eram, só, engraçadas. Em suma, onde para uns há humor, para outros há preconceito;mas a linha de corte depende, muito, do grau de mobilização dos que se sentem ofendidos.A questão do humor ou do preconceito é ponto em que a publicidade converge com uma preferência dos jornalistas que tratam de entretenimento e variedades: segundo eles, o politicamente correto sedistinguiria pela falta de humor.“Politicamente correto” é um termo pejorativo, usado para criticar a preocupação, nascida nos EUA, demovimentos sociais com expressões que depreciam grupos historicamente perseguidos.Por exemplo, os verbos denegrir e judiar vêm do preconceito contra negros e judeus – embora ninguémpense nisso hoje, quando os usa.É difícil, mas necessário, separar o que é justo, para combater preconceitos de largas raízes históricas.Denegrir, judiar, humor negro não me parece exprimir, hoje, preconceito. Tampouco vejo problema empiadas de loira, de português, de papagaio e do Juquinha. Já afirmar que “o asfalto é o preto de quemtodo mundo gosta”, como disse um ministro dos Transportes em 1997, é grave.E o é justamente porque o ministro o disse sem maldade: mostra que em nossos costumes hábrincadeiras preconceituosas que rotulam negativamente grupos discriminados. Sem o “politicamentecorreto”, isso passaria batido.A propaganda da Devassa recorda que, na TV brasileira,a publicidade de cerveja a alia a mulheresgostosas. Lembro uma publicidade que fazia um corpo feminino tornar-se garrafa de cerveja. Mulheressão convertidas em coisa, em objeto de consumo? São sim.Nas relações macrossociais, justiça não se dá, não se recebe passivamente, mas se constrói. Por isso, seas mulheres recusam o papel de objeto, a decisão do Conar pode ser uma conquista delas.Contudo, para várias mulheres, tornar-se objeto não é redução, mas aumento de poder. É o que levaalgumas ao “Big Brother Brasil”. Nos anos 90, a revista “Playboy” colhia suas capas nas novelas daGlobo. Hoje, seu maior estoque é o “BBB”.Há décadas, a mulher que posava para calendários de borracharia saía mal na reputação.Mas, hoje, na mídia, é ela, como objeto de desejo, que controla o sujeito

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