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Resumo a Devassa da Devassa

Por:   •  9/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.129 Palavras (5 Páginas)  •  287 Visualizações

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A devassa da devassa

Os comerciantes, em geral, tinham créditos não pagavam a dinheiro, um fator responsável, em parte, pelo estado de endividamento crônico dos contratantes das entradas.

Após a década de 1760, a mudança da população para o sul indicava profunda alterações das funções e da economia de Minas Gerais. O declínio de Vila Rica e a ascensão do sul refletiam a queda do papel dominante da mineração e a crescente importância das atividades agrícolas e pastoris. A mudança era gradual, e a transformação de uma economia predominante mineira em uma de supremacia agrícola significava que qualquer uma delas, a primeira ou a última, jamais tivesse sido excludente em relação à outra. Em verdade, o próprio processo de mudança, especialmente no decênio de 1780, tinha gerado notável diversificação da economia regional e, embora isto pudesse não ser um fenômeno persistente, durante o último quartel do século XVIII tinha grande importância.

As primeiras duas décadas do século XVIII assistiram ao rápido crescimento do número de engenhos e uma crescente produção de açúcar e de cachaça para o consumo local. O governo metropolitano tentou impedir a criação destes engenhos, temerosos de que desviassem os trabalhadores dos campos de lavra aurífera, e em 1714 a construção de novos engenhos foi proibida na comarca de Vila Rica. Como todas as leis deste tipo, sua aplicação foi debilmente implementada, até devido à fragilidade de qualquer autoridade local nos primeiros anos da corrida do ouro.

Com a implantação de engenhos de açúcar em Minas Gerais e a considerável demanda urbana, passou a haver um tipo especial de propriedade territorial, diferente tanto dos grandes latifúndios monocultores do litoral quando das fazendas de gado daquelas áreas do interior, onde elas tinham-se estabelecidos em um período de expansão anterior. A fazenda de Minas,muitas vezes, combinava o engenho  de açúcar com a mina, ou esta última com a pecuária. Muitos latifundiários de Minas tinham lavra aurífera,  grande lavoura e engenhos de açúcar e de farinha.

O sistema de concessões de terras e o modo de conceder direitos de mineração estimulavam o tipo de atividades diversificadas registrando em muitos latifundiários mineiros. Embora fossem concedidos ao minerador, individualmente, o direito absoluto de explorar a lavra, o direito de extrair o minério não implicava, em si, a garantia do direito de propriedade sobre a área superficial. Este era regulado pela tradicional “carta sesmaria”. Portanto, teoricamente, dois proprietários privados podiam possuir a mesma terra e, para evitá-lo, era costume obter “carta de data” com o direito da mesma terra concedida pela carta de sesmaria.

 Os produtos das fazendas de Minas alimentavam o comércio tanto no interior da capitania como ao longo das rotas dos vales fluviais para as capitanias vizinhas. Os comerciantes que traziam animais de São Paulo voltavam com algodão, tecidos e açúcar.

A economia regional, com suas propriedades rurais horizontalmente integradas, era particularmente capaz de absorver o choque das transformações que vieram após a exaustão do ouro aluvial. Tanto tinha capacidade para corresponder ao estímulo recebido da economia interna quanto do amplo comércio exterior que fluía pela estrada do Rio de Janeiro e que minguou na proporção direta do declínio da produção aurífera. Depois do decênio de 1760, qualquer produto local suportava uma comparação favorável com os artigos importados, e a elasticidade da economia regional ante uma catástrofe contração do volume do comércio externo refletiu-se de diversos modos nos dízimos e nas estradas: pois enquanto a queda das últimas é agora notória, os primeiros mantiveram um nível de arrecadação que apresentava poucas mudanças substanciais desde a década de 1750.

Minas Gerais, entretanto, devia continuar uma sociedade essencialmente urbana pelo último quartel do século XVIII e o desenvolvimento da economia regional deveria resultar da própria demanda urbana. A sociedade mineira, no século XVIII, jamais foi constituída apenas por senhores e escravos. Em Minas, o povoamento urbano através de cidades plantadas nas montanhas produziu um ambiente diferente e, embora os citadinos brancos mais ricos mantivessem amplos interesses na mineração e na agricultura das zonas circunvizinhas, a casa da cidade é que era o foco de suas atividades e culturas. A sociedade também não era tão patriarcal quanto a das outras regiões. A poderosa influencia de amplas relações de parentesco era uma parte vital da estrutura social.

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