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A Esclerose Múltipla

Por:   •  25/9/2016  •  Relatório de pesquisa  •  2.789 Palavras (12 Páginas)  •  427 Visualizações

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DIAGNÓSTICO

Atualmente não existe um exame especifico para detectar a esclerose múltipla o que dificulta no seu diagnóstico, sendo necessária a leitura do conjunto de informações. A história clínica do paciente serve como base para os demais exames, as lesões no cérebro causadas pela EM podem acarretar em diferentes sintomas dependendo da área afetada, indo de uma visão embasada até uma incontinência urinária, o que pode levar a pessoa a procurar outros profissionais em um primeiro momento e confundindo os sintomas com o de diversas outras patologias, sinais como lesões em áreas diferentes do cérebro e dois ataques ou surtos com no mínimo 24 horas e um mês de diferença entre eles, indicam para o diagnóstico de esclerose múltipla. Exames de sangue auxiliam a excluir as possibilidades de outras doenças, a ressonância magnética na área do crânio e medula capta as zonas inflamadas, o exame de liquor (líquido cefalorraquidiano) ajuda a identificar perfis inflamatórios e possíveis marcares imunológicas no liquor e os exames neurofisiológicos são usados para avaliar o transito elétrico do Sistema Nervoso Central que se apresenta mais lento em uma pessoa com esclerose múltipla devido as inflamações que afetam a capa de mielina.

Tratamento

Até o momento, não existe uma cura para a esclerose múltipla, o tratamento busca principalmente retardar o progresso da doença e amenizar os sintomas, levando a uma melhor qualidade de vida. Na fase desmielizante da doença a Prednisona é indicada por sua ação antiinflamatória e antiedema. O uso da metil-prednisolona endovenosa (pulsoterapia) como outra forma de tratamento que segundo pesquisas (Belik, 1999) sendo eficaz em casos de neurite óptica (perda visual).

O uso de medicamentos como interferons (alfa e beta) e do copolímero nas formas surto-remissão, e mais recentemente interferon também nas formas progressivas trouxeram resultados mais promissores, segundo pesquisas (Machado & Cols, 2012) na fase aguda é mais efetivo usar corticóides via endovenosa por seu alto poder antiinflamatório, 500 a 1000 mg ao dia de metilpredinisolona por 3 a 5 dias, seguido ou não de corticoide oral em doses decrescentes por 21 dias é usado

na maioria dos tratamentos, os interferons tem ação antiviral, antitumoral e imunorreguladora. A metilpredinisolona pode ser administrada em dose única diária ou dividida em duas vezes ao dia, o que devo ser definido de acordo com as necessidades de cada paciente.

Durante o tratamento outras medicações acabam sendo usadas para amenizar os efeitos colaterais dos corticóides, como anti-helmínticos, pois a metilpredinisolona induzem na queda da formação óssea e aumento na reabsorvisão. O interferon Beta precisa de constante observação pelas suas reações adversas. Para diminuir a fadiga, sintoma apresentado em cerca de 75% dos casos de EM (Mendes et AL, 2012) os principais medicamentos são Amandatina, Pemolina , Aminopiridina e Diaminopiridina. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 80% dos pacientes de EM tem algum problema na área vesical, indica-se além de medicamentos para prevenir ou controlar infecções, o uso de sonda vesical de demora (SVD) em alguns casos e a fisioterapia pode auxiliar no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, a assistência da enfermagem também permite a boa manutenção e higienização da sonda. A espasticidade, problema mais comum associada a essa patologia, pode causar diversos problemas como ulceras de pressão, má postura e etc, cada caso deve ser analisado de forma diferenciada, nem todas as pessoas necessitarão de intervenção medicamentosa, porém a fisioterapia auxilia a fortalecer e preservar a musculatura. A dor também pode ser freqüente, e ela pode ter diversas origens, existe a dor primária (como síndromes paroxísticas), dor secundária (conseqüente de outros sintomas da EM) e dor relacionada ao tratamento, na maioria dos casos a dor é tratada com anticonvulsivantes e antidepressivos.

Além do tratamento farmacológico que pode ser administrado sem a necessidade de internação, apenas freqüentando os hospitais-dia, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar de profissionais, como fonoaudiólogo, fisioterapia, psicologia e nutricionista. Para o tratamento ser realmente efetivo é necessário a atenção ao paciente em todas as suas esferas.


3- ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS: ESCLEROSE MÚLTIPLA

No Brasil, ainda há poucos estudos sobre o perfil cognitivo dos pacientes com esclerose múltipla (EM). A Neuropsicologia aplicada ao estudo da EM auxilia na compreensão dos efeitos das lesões cerebrais na cognição e no comportamento humano.

As estruturas subcorticais medem funções cognitivas fundamentais participando dos circuitos neurais integrados especialmente associando o córtex frontal e o sistema límbico.

Quando a bainha de mielina é afetada, temos um problema na neurotransmissão; dificultando que os nervos transmitam seus impulsos rapidamente, prejudicando a condução das mensagens que controlam os impulsos do nosso organismo. Há também um comprometimento na capacidade de atenção em tarefas que exigem informações simultâneas.

A variabilidade de manifestações faz com que um diagnóstico e acompanhamento detalhado se façam necessários e, nesse sentido, as avaliações neuropsicológicas podem contribuir para refinar o conhecimento sobre o quadro clínico dos pacientes.

Alguns danos cognitivos podem aparecer desde o surgimento da doença. Faz-se a estimativa de que aproximadamente 40-60% dos pacientes apresentam declínio cognitivo, certamente causando um grande impacto aos que são acometidos pela EM, que são pessoas ainda no auge da vida adulta jovem.

Algumas pesquisas longitudinais (Balsimelli, 2011) demonstram que o detrimento cognitivo não apresenta um padrão no que se refere às funções afetadas, assim como ocorre no próprio curso da doença, não se podendo afirmar quais serão as funções afetadas e seu eventual avanço.

A avaliação neurológica clínica para verificar alterações cognitivas que a EM causa nos pacientes é geralmente insuficiente, sendo mais utilizados então testes neuropsicológicos, porém sem deixar de ressaltar as dificuldades e limitações transculturais também presentes na utilização dos mesmos (Negreiros MA et al, 2011) . Alguns desses testes foram utilizados durante uma pesquisa sobre alterações cognitivas em brasileiros que possuem Esclerose Múltipla Surto-Remissão (EMSR) para avaliar funções específicas como cita Negreiros MA et al. (2011, p. 267-268)

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