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A Estoria De Severino A Historia De Severina

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Por:   •  12/10/2014  •  1.550 Palavras (7 Páginas)  •  650 Visualizações

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Embora a diversidade entre os casos apresentados no início desse livro sejam notáveis,

há de se notar também algo em comum: o movimento real da identidade, uma dialética

que permite desvelar seu caráter de metamorfose.

A identidade é tipicamente representada pelo nome próprio, porque um nome nos

identifica e nós com ele nos identificamos, nosso nome como que se funde em nós,

embora o nome não seja a identidade e sim a representação dela.

Ainda falando sobre nomes, podemos destacar três categorias fundamentais para a

Psicologia Social estudar o homem, que são: Atividade, Consciência e Identidade,

notando-se que elas estão presentes nesse processo relacionado ao nome uma vez que a

atividade é antes de tudo o nomear, quando vamos tomando consciência de nós mesmos

que começamos a nos chamar, podendo falar conosco, podemos refletir.

Assim, o indivíduo não é algo, mas sim o que faz o fazer é sempre a atividade no

mundo, em relação com os outros, e aí é que vemos que o indivíduo não mais isolado,

como coisa imediata, mas sim como relação. O nome nos distingue, nos diferencia dos

outros, indica a identidade. Então, a questão do nome nos revela que identidade é

diferença e igualdade, numa articulação, aí então se mostra um dos segredos da

identidade.

A história de Severina nos revela claramente o caráter de metamorfose que a identidade

admite, sendo que a personagem vai se metamorfoseando e deixando de ser bicho-domato

para se tornar bicho-humano quando se revela o esforço do entendimento, sendo

então um bicho-humano que age, trabalha escravamente, revolta-se, faz projetos, etc.

Desta forma, pode-se entender que a identidade é a mesmidade de pensar e ser.

Severina, através de sua autodeterminação em seu projeto de vingança demonstra a

presença do bicho-humano ainda quando esta era bicho-do-mato, pela finalidade que

este encerra e na prática, sua subjetividade basicamente se expressava pelo sentimento

de revolta e pelo desejo de vingança. E quando aprende ser outra, como que sai de si e

torna-se outra, exterioriza-se na realidade, então o subjetivo torna-se objetivo; e a

recíproca também, aprender e ser então é o mesmo.

Porém, o fato de nos chamar a atenção e por isso ser objeto de estudo, a identidade

como metamorfose pode nos parecer também como não-metamorfose, não movimento,

como não transformação, embora possamos chegar a dois pontos importantes dessa

discussão: a questão da identidade é uma questão central, porque problematiza a própria

natureza do real, assim como a questão da identidade posta como metamorfose se

inverte no contrário: a não-metamorfose.

Para entendermos melhor, introduzimos a categoria matéria, porque cada coisa é uma

formação material, tanto uma sociedade, como uma instituição, uma família, um grupo,

como também um ser humano, todos são formações materiais particulares em relações

recíprocas universais. No caso da Severina, por exemplo, estuda-se uma determinada

formação material, na sua atividade, com sua consciência, não como três coisas

justapostas, mas presença de todas em cada uma delas como uma unidade.

Ainda analisando a questão do nome, é permitido uma observação: sempre há a

pressuposição de uma identidade, podemos até desconhecê-la; mas pressupomos sua

existência, assim, são as representações que servem como resposta a pergunta sobre

quem somos, ao mesmo tempo que vamos conhecendo as novas personagens que

surgem das atividades de Severino, este vai sendo melhor conhecido, constituindo-se

assim um universo a partir da constituição de personagens.

Na história de Severina, as múltiplas personagens ora se conservam, ora se sucedem,

ora coexistem, ora e alternam. Estas diferentes maneiras de se estruturar as personagens

indicam como que modos de produção da identidade. Assim, percebemos que a

identidade é uma articulação de várias personagens, articulação de igualdades e

diferenças, constituindo, e constituída por, uma historia pessoal. Identidade é historia.

Embora representativa, a identidade não pode ser vista como somente isso, não

podemos isolar, há de se levar em conta os elementos biológicos, sociais e psicológicos

assim como a representação desse indivíduo como aspectos que expressam a identidade

de alguém, através de uma interpretação dos dois.

Assim, não basta a representação prévia, as relações

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