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A Metamorfose

Por:   •  14/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  920 Palavras (4 Páginas)  •  276 Visualizações

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Este trabalho tem por objetivo elucidar críticas de cunho psicológico e social sobre a obra A Metamorfose, de Franz Kafka, levantando um debate reflexivo sobre o mesmo e fazendo correlações entre o livro e os conteúdos apresentados na disciplina de Psicologia Social, focando nas relações de poder que as instituições sociais imprimem sobre o indivíduo.

Franz Kafka (1883-1924) foi um escritor tcheco, de língua alemã, considerado um dos principais escritores da Literatura Moderna. Suas obras retratam a ansiedade e a alienação do homem do século XX, sendo constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, expondo assim a impotência e a fragilidade do ser humano.

Aos 19 anos, Kafka lançou A Metamorfose, que veio a ser sua obra mais reconhecida e estudada. O livro fala de Gregor Samsa, um caixeiro viajante, que numa certa manhã acorda e percebe que se transformou num grande inseto, perdendo sua forma humana. O primeiro capítulo explora essa transformação e as primeiras reações quanto à ela, seja da família ou dele próprio. O segundo mostra a rendição de Gregor à sua atual condição, e o terceiro mostra a angústia do personagem, advinda não só das limitações que sua nova forma o impõe, mas também do desprezo que sua família lhe direciona.

No início do livro a importância social que Gregor Samsa possui é atribuída ao fato de ser único provedor financeiro de sua família e, ao se deparar com sua condição de metamorfoseado, percebe que suas possibilidades de auxílio diminuem. Nessa condição, aos poucos ele vai se dando conta de que, a partir da transformação, ele teria que se adaptar ao novo corpo e sua funcionalidade. Desde a primeira percepção em relação às mudanças corporais, a maior preocupação de Gregor foi o trabalho, de que não poderia contribuir para as necessidades familiares.

Essa situação, em que a preocupação a respeito do trabalho é a primeira prioridade de Samsa, demonstra a condição do trabalhador alienado. O trabalhador vive em função do trabalho de tal forma que sua condição humana é posta de lado: a personagem não expressa desespero pela mudança, mas pelas limitações apresentadas a sua força física (sua força de trabalho), perdendo assim sua condição de sujeito. O processo de alienação é explícito nessa relação de desumanização da personagem, fruto da sua vida para trabalho.

Ao perder sua força de trabalho, isto é, seu valor social em meio a um contexto de guerra e revolução industrial, Gregor passa a ser visto como um peso na família. Em outras palavras, ele cai do posto de provedor para parasita. Esse choque representa a pressão social exercida por outra instituição: a família. É nesse contexto que a renúncia familiar sobre Gregor o machuca de duas maneiras. A primeira realoca essa metamorfose de provedor para parasita e, com isso, a mudança de seu papel na família. Enquanto a segunda diz respeito à negação que o personagem passa a sofrer, sendo visto como algo grotesco e danoso à sua própria existência.

Após a morte de Gregor, informada pela criada aos membros da família, o alívio foi imediato. Aquele que havia se tornado um fardo já não existira mais, e com isso diversas preocupações deixaram de existir. Também fica evidente que, a partir do momento em que ele se tornou descartável financeiramente, a morte adquire conotação irrelevante, já que os sentimentos deixaram de existir. Além disso, nos últimos parágrafos, a pressão social é transferida para filha, irmã de Gregor. Ao perceber que a garota havia se desenvolvido ao

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