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A Psicologia Brasileira: 50 Anos

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Por:   •  4/7/2013  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  485 Visualizações

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A Psicologia Brasileira: 50 anos

Por: João Roberto de Souza Silva, Psicólogo, Editor do Portal Mosaico Psicologia

A profissão de psicólogo no Brasil comemora 50 anos de sua regulamentação neste ano de 2012. Esta trajetória teve início a partir da reforma de Benjamin Constant no ano de 1890 que introduz noções de Psicologia para as disciplinas de Pedagogia na grade curricular das Escolas Normais. (Soares, 2010).

A consolidação da Psicologia iria ocorrer 72 anos depois com a promulgação da Lei nº 4.119, no dia 27 de agosto de 1962 pelo Presidente da República João Goulart, a qual dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo (Soares, 2010). Fica estabelecido por meio deste documento a formação do psicólogo em três diferentes níveis, licenciatura (formação do professor de Psicologia), bacharelado (formação do pesquisador), ambas com 4 anos de duração e formação do psicólogo com o foco na formação profissional e com duração de 5 anos (Lisboa e Barbosa, 2009). Desse modo, este ensaio em comemoração aos 50 anos de Psicologia no Brasil tem o intuito de descrever um pouco sobre a história da psicologia brasileira.

De acordo com Freidson (1996), um tipo específico de trabalho especializado e teoricamente fundamentado remete ao conceito de profissão. Segundo Pereira e Pereira Neto (2003) para uma atividade ser reconhecida como profissão é necessário possuir conhecimento delimitado, complexo e institucionalizado. Além disso, deve-se organizar em associações profissionais para padronização da conduta de seus pares, tal controle da profissão é feito por meio de dispositivos formais como o código de ética e da fiscalização das condutas profissionais. Sendo que esta deve focar todos os seus esforços para ser reconhecida como fundamental pelo Estado e pela Sociedade (Pereira e Pereira Neto, 2003).

A visão histórica da consolidação de uma área do conhecimento, de acordo com Guzzo e cols (2010) pode trazer análises com diferentes elementos, dependendo da visão de mundo e posição política de seus autores.

Pessoti (1988) divide a historia da psicologia brasileira em quatro períodos: pré-institucional (até 1833), institucional (1833-1934), universitário (1934-1962) e profissional (1962 - ...). Tais marcos de acordo com Pereira e Pereira Neto (2003) estão alicerçados na presença ou ausência de instituições ligadas à psicologia.

O período institucional relaciona-se com a criação das faculdades de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia. Segundo Soares (2010, p. 12) “As primeiras contribuições para o estudo da Psicologia no Brasil são oferecidas por médicos (...) estudantes e profissionais, sobretudo no Rio de Janeiro e Bahia”. O período universitário devido à criação da cátedra de Psicologia Educacional da USP (Soares, 2010). Ainda, de acordo Lisboa e Barbosa (2009, p. 721) “a partir de 1934, na USP, a Psicologia torna-se disciplina obrigatória durante os três anos dos cursos de Filosofia, Ciências Sociais e Pedagogia, além de estar inserida na grade de todos os cursos de licenciatura” E o período profissional quando a profissão foi regulamentado Lei nº 4.119, no dia 27 de agosto de 1962.

Pereira e Pereira Neto (2003), alicerçados no referencial teórico de Bonelli (1999) Sociologia das Profissões, apresentam como proposta para discutir a história da prática do psicólogo a periodização da profissionalização da psicologia no Brasil. Os autores dividem a história da profissão de psicólogo no Brasil em três momentos.

Período pré-profissional, de acordo com Pereira e Pereira Neto (2003), compreende o intervalo entre a criação das faculdades de medicina Rio de Janeiro e Bahia (1833) e o final do século XIX. De acordo com os autores não havia qualquer sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico, existiam pessoas interessadas no tema e questões psicológicas. O segundo momento, o de profissionalização, no intervalo do final do século XIX até 1975, ocorre à institucionalização da prática psicológica, regulamentação da profissão (1964) e criação de dispositivos formais – código de ética (1975) (Pereira e Pereira Neto, 2003).

O terceiro momento de 1975 até a atualidade, o período profissional, que é quando segundo Pereira e Pereira Neto (2003) a profissão de psicólogo passou a estar organizada e estabelecida, com o aumento do número de faculdades e crescente número de profissionais no mercado de trabalho.

“A década de 1970 assinala um grande crescimento do número do número de profissionais formados em psicologia. Este incremento se explica pela proliferação dos cursos universitários particulares, como também pelo aumento da demanda da população por serviços psicológicos. A psicologia e a psicanálise entraram no cotidiano das pessoas através de manuais de comportamento, revistas, programas de TV e livros sobre sexualidade. Deitar no divã significava sinal de status social.” (Pereira e Pereira Neto, 2003; p.25)

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