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A Psicologia Comunitária

Por:   •  22/10/2022  •  Resenha  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  55 Visualizações

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UFCat/IBIOTEC                                                             Psicologia institucional e comunitária

Sara Pimentel Gomes                                                                                                  Resenha I

Resenha do artigo “Psicologia e políticas públicas: desafios para superação de práticas normativas”

O texto redigido por Daniele Andrade Ferrazza tem como objetivo “estudar a história da constituição de um saber psicológico normativo e da reflexão sobre a inserção da psicologia no âmbito da Saúde Coletiva” (Ferrazza, 2016, P. 36). A autora, de acordo com o Currículo Lattes, é Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/ Assis) na área de Psicologia e Sociedade, mestre em Psicologia, e possui graduação em Psicologia pela mesma Universidade. Na atualidade, Daniele é professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá, sendo válido ainda ressaltar sua experiência nas áreas de Psicologia Social, Psicologia da Saúde e Saúde Mental e Coletiva, com enfoque em temáticas como Processos de subjetivação e exclusão social, Psicologia e instituições, Movimento feminista, Políticas Públucas, dentre outros.

O artigo intitulado de “Psicologia e políticas públicas: desafios para superação de práticas normativas” é dividido em 6 partes, sendo elas: Introdução, Apontamentos genealógicos sobre as origens dos saberes disciplinares e o nascimento da psicologia, A constituição dos saberes psicológicos no Brasil e suas relações com as concepções higienistas e normativas, Movimentos sociais e a constituição da Reforma Sanitária e Psiquiátrica no Brasil: sobre as incursões da psicologia, Os desafios e as perspectivas para o fortalecimento da psicologia no âmbito das Políticas Públicas de Saúde e, por fim, Considerações Finais.

Na introdução há a contextualização do momento histórico brasileiro, sendo esse o regime autoritário ditatorial no período da década de 70, em que o saber psicológico normativo se difunde de maneira ainda mais intensa, cenário esse que é acompanhado pelo surgimento de movimentos sociais que implicam em uma reforma na apreensão do conceito de saúde, resultando na inserção da psicologia no âmbito da saúde coletiva.

Já na segunda parte do texto, denominada de “Apontamentos genealógicos sobre as origens dos saberes disciplinares e o nascimento da psicologia”, a autora aponta o surgimento da ciência psicológica e, a partir da perspectiva de Michel Foucault, conceitua a história da loucura enquanto mecanismo de dominação, de maneira que os loucos seriam aqueles que fogem das normas impostas pela sociedade de cada período histórico, de modo que “A construção de um conhecimento psicológico sempre esteve relacionada à problemática do “ajustamento” do homem, de forma a determinar se um indivíduo se conduz conforme a regra e se progride de acordo com a norma” (Ferrazza, 2016, P. 43).

Ainda nessa perspectiva, na terceira parte do texto, intitulada de “A constituição dos saberes psicológicos no Brasil e suas relações com as concepções higienistas e normativas”, há a retratação de como a psicologia no contexto brasileiro esteve historicamente atrelada aos movimentos higienistas e às perspectivas de normatização dos indivíduos, haja vista que antes mesmo dos saberes psicológicos serem denominados de psicologia eles surgiram no cenário brasileiro predominantemente dentro de tal movimento, é válido ainda ressaltar que os saberes psicológicos desenvolvidos nesse período, além de serem destinados à elite, tinham como objetivo “desenvolver técnicas de mensuração e verificação da capacidade mental para criar tecnologias de regulação e normalização de comportamentos.”  (Ferrazza, 2016, P. 45).

Na terceira parte do texto, denominada de “Movimentos sociais e a constituição da Reforma Sanitária e Psiquiátrica no Brasil: sobre as incursões da psicologia”, a autora relata como dentro dos movimentos sociais, que eclodiram na década de 70, surge o movimento sanitário que passa a apreender o conceito de saúde não como a ausência de patologias, mas como “efeito de um conjunto de condições coletivas, sociais, políticas e econômicas”  (Ferrazza, 2016, P. 48), além de ir contra o modelo que apreende saúde enquanto mercadoria, É válido ressaltar que é no seio do Movimento da Reforma Sanitária que surge o Movimento da Reforma Psiquiátrica, de modo que a luta por mudanças na área da saúde se ampliam para a forma de apreensão das questões psíquicas do indivíduo. É nesse contexto que a psicologia se insere nas políticas públicas e que se desenvolve o que hoje conhecemos como psicologia social e comunitária.

A penúltima parte do texto, apreendida como “Os desafios e as perspectivas para o fortalecimento da psicologia no âmbito das Políticas Públicas de Saúde”, esclarece quais foram os principais obstáculos e os principais objetivos da inserção da psicologia nas políticas pública, haja vista que para que houvesse uma mudança no âmbito da saúde por meio da psicologia seria necessário profissionais compromissados com a sociedade como um todo, diferente do modelo elitista de psicologia que estava em voga e que não deixa de existir mesmo nos dias atuais.

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