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A Psicologia e Resiliência

Por:   •  28/11/2020  •  Artigo  •  2.497 Palavras (10 Páginas)  •  201 Visualizações

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PSICOLOGIA E RESILIENCIA

Andréa da Luz Teixeira

SILVIA BATISTA VON BOROWSKI

Resumo

O presente artigo almeja ampliar o conhecimento sobre a abordagem comportamental dando ênfase ao modelo cognitivo desenvolvido por Aaron Beck sobre os transtornos emocionais. Em sua teoria Beck afirma que determinadas situações podem influenciar na percepção do sujeito desencadeando Crenças Centrais que interferem nas suas emoções e no seu comportamento.  Como parâmetro buscou-se fazer uma análise reflexiva sobre o filme Preciosa – Uma História de Esperança, que narra a história dramática de vida de uma adolescente de 16 anos, que a partir de eventos traumáticos constrói uma imagem distorcida do mundo e de si mesma. No entanto, o filme relata uma história de superação, Clareece Preciosa Jones a protagonista do filme consegue reverter a situação a partir de um novo contexto, dentro de um processo educacional sustentado por uma pedagogia resiliente que serviu como base para que Preciosa fizesse uma reinterpretação da sua condição humana.  Como fundamentação teórica fez-se uma pesquisa bibliográfica baseada em autores que se especializaram no temas abordados (Crenças Centrais, Educação, e resiliência).

Palavras-chave: Crenças Centrais, Educação, Resiliência.

                

1 INTRODUÇÃO        

Na atualidade sabe-se que a grande parte dos transtornos mentais tem origem na infância e na adolescência. Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade são os mais afetados, e as evidencias sugerem que tais sintomas podem ter efeitos duradouro na vida desses indivíduos. O filme Preciosa – Uma História de Esperança, traz um relato da realidade de muitas crianças e adolescentes vítimas de violência, trazendo uma reflexão sobre as consequências traumáticas na vida desses sujeitos, muitas vezes descriminalizados pela sociedade.

O objetivo deste artigo é compreender como ficam as nossas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Nesse sentido pretende-se identificar quais fatores implicam no processo de desenvolvimento desses sujeitos, e como esses eventos traumáticos podem desencadear transtornos psicológicos. E qual o papel da escola diante desses sujeitos.

Será feita uma análise reflexiva do filme a partir da Teoria Cognitiva Aaron Beck. Como fundamentação teórica foi feita uma pesquisa bibliográfica com autores que se especializaram no tema.

2 CRENÇAS CENTRAIS

Em meados da década de 1960, Aaron T. Beck, psiquiatra e professor da Universidade da Pensilvânia revolucionou o campo da saúde mental, desenvolvendo uma forma de psicoterapia da qual denominou “Terapia Cognitiva” com o objetivo de tratar a Depressão. Desenvolveu um tratamento baseado em um método cognitivo, considerando as crenças e pensamentos que caracterizam um transtorno psicológico (Beck, J. S. 2013).

A teoria cognitiva afirma que o ser humano é um ser “biopsicossocial” por natureza, porém, o seu foco está na cognição, pois ela desempenha um papel fundamental neste modelo, visto que o comportamento humano normal depende teoricamente da capacidade de a pessoa compreender a natureza do meio social e físico que ela está inserida. (BECK, AFORD,2000).

A terapia cognitiva defende a teoria de que pensamentos disfuncionais influenciam na interpretação que o indivíduo faz de eventos e situações, distorcendo a realidade. Para Beck as emoções estão diretamente relacionadas as crenças do sujeito a cerca de si mesmo, do mundo e do futuro. Conforme Judith Beck (2013, p. 55), “as diferentes interações com o mundo e com os outros, assim como a predisposição genética, conduzem a esses entendimentos particulares”.

Como podemos observar, de acordo com o referencial da Terapia Cognitiva, a maneira como o indivíduo percebe sua realidade corresponde as suas crenças centrais ou esquemas. Esses se desenvolvem desde a infância conforme o sujeito vai adquirindo experiência, ou seja, conforme se relaciona com as pessoas, objetos, o meio que o cerca, etc.

 De acordo com Judith Beck (2013) o tratamento baseado na Terapia Cognitivo Comportamental tem como características um método na qual o terapeuta a partir de diferentes técnicas e estratégias busca desenvolver uma mudança na forma de pensar do paciente, com o objetivo de provocar uma transformação emocional e comportamental.

                                

2.1 A RESILIÊNCIA E O CONTEXTO EDUCACIONAL

        Resiliência e definida como à capacidade do ser humano de superar adversidades da vida, mesmo passando por eventos traumáticos, o indivíduo consegue desenvolver habilidades de se reestabelecer após situações de risco.  Desde meados do século XX foram realizados inúmeros estudos com intuito de compreender as razões que sustentam o fenômeno da resiliência humana.  (ASSIS, PESCE & AVANCI, 2006).  

         O conceito de resiliência foi reformulado ao longo da trajetória de estudos e pesquisas na área da psicologia, e na atualidade não existe uma definição exata, considerando a complexidade e a variedade de elementos envolvidos.

 

No entanto, algumas relativizações merecem ser feitas ao pensar no conceito resiliência, tal qual vem sendo utilizada nos estudos hoje existentes. O termo superação das dificuldades, comumente associada à resiliência, não significa escapar inteiramente ileso de situações estressantes enfrentadas na vida. As adversidades deixam maiores ou menores marcas que, por sua vez, são mais ou menos duradouras, de acordo com a forma especifica de cada um responder às situações de risco às quais está exposto. O referencial de superação é muito particular e subjetivo, variando de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, e de sociedade para sociedade. (ASSIS, PESCE & AVANCI, 2006, p 21).

A resiliência no contexto educacional tem como objetivo reintegrar aqueles educandos que expostos a situações de vulnerabilidade, possam receber apoio institucional, que lhes garantam a proteção que sustenta o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento diante das adversidades presentes tanto no contesto social, quanto no ambiente familiar

Para Assis, Pesce e Avanci (2006), esses recursos devem propor adaptações de programas de ensino associados aos atributos do sujeito, do ambiente, do contexto familiar, cultural e social na qual o educando está inserido. Essas medidas auxiliarão no processo de desenvolvimento de capacidade na qual os mesmos possam refletir sobre as suas fragilidades e possibilidades de superação assumindo o controle de suas vidas.

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