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A Psicopatia Na Psicologia

Por:   •  3/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  194 Visualizações

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2 PSICOPATIA

A psicopatia é um assunto difícil no aspecto da conceituação, na identificação do indivíduo como portador ou não dessa patologia psíquica e na aplicação penal, visto que o tema é ausente da legislação brasileira.  Ana Beatriz Silva, psiquiatra brasileira, diz que é um transtorno que atinge a personalidade do agente, e que ele não possui uma deficiência mental que torne perigoso, mas sim uma deficiência moral, onde ele é marcado por aspectos que o torna especialmente perigoso.

Silva ressalta que:

Os psicopatas, em geral, são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores, e que visam apenas o próprio benefício. São incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocarem no lugar do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos e violentos.

Robert Hare, emérito psicólogo, contribuiu para os avanços e desenvolvimento dos estudos na identificação dos psicopatas dentro da sociedade. Ele aborda (2013, pg.38) o conceito de psicopatia do ponto de vista literal da palavra, ela significa “doença mental” (de psique, “mente”, e pathos, “doença”).

Diversos outros pesquisadores trouxeram seus conceitos, até que em 1952 ocorreu a padronização com o termo “distúrbio sociópatico da personaliade” com o Manual de Diagnostico e Estatístico de Doenças Mentais. Tal manual conceituou a psicopatia como característica essencial o padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia da infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.  

Por fim, a lista CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) que é publicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), classifica e codifica internacionalmente as doenças relacionadas com a saúde, e conceito definido por ela de psicopatia é:

Psicopatia é um transtorno caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiencias adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância a frustação e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.

2.1 Características do Psicopata

Certas características os distinguem das demais pessoas comuns, e o tornam um sujeito mais perigoso, e com mais facilidade para a prática de delitos.

A ausência de remorso ou sentimento de culpa talvez seja a mais marcante caracteristica dos psicopatas, de forma que não sentem de nenhuma culpa, sendo incapazes de se arrepender por seus atos. O psicopata pode matar uma pessoa e pouco se importar com isso, como se tivesse sido apenas mais um dia normal, tornando-o um criminoso de acentuada periculosidade, já que não mede a consequências de seus atos. Os psicopatas podem aparentar o remorso, porém, tendem a se contradizem em palavras e ações (HARE, 2013, p. 56).

Os psicopatas são pessoas que demonstram seu egocentrismo, o narcisismo deles é uma característica marcante também, devido a sua ausência de empatia, são sujeitos extremamente egoístas, faltando-lhes o bom senso com as outras pessoas. De antemão, a empatia é a capacidade de se pôr no lugar da outra pessoa, entender os sentimentos dos outros, e o psicopatas não e capaz disso, e por isso muitas outras características estão estreitamente relacionadas com a ausência de empatia, sendo um sujeito que age com frieza, vendo as demais pessoas como simples objetos (HARE, 2013, pg. 58-59).

A pobreza de emoções, a incapacidade de amar, que em alguns casos são confundidos seu sentimento de possessividade com amor, são características do psicopata. Devido sua frieza em praticar atos que qualquer pessoa normal iria pensar bem antes de fazer pode se dizer que não sentem medo também. Qualquer emoção dos psicopatas é meramente superficial, uma atuação.

Segundo Silva (2014, p. 78) “mentir trapacear e manipular são talentos inatos dos psicopatas”. A psicopatia possui característica de ser um comportamento antissocial não moral avançado, isto é, crônico. O indivíduo dotado com esse tipo de personalidade age mentindo. É possível concluir que qualquer pessoa é capaz de mentir, até por coisas pequenas, porém, os psicopatas são especialmente conhecidos por essa capacidade. Normalmente eles possuem uma boa oratória, demonstram conhecimentos superficial sobre muitos assuntos, e possuem a habilidade de convencer muitas pessoas, sendo exímios mentirosos e trapaceiros, conseguindo até “passar a perna” em pessoas experientes.

Já para (Emil) Kraepelin, criador do termo personalidade psicopática, e também criador da moderna psiquiatria e da genética psiquiatra, deixou claro que os psicopatas sentem a necessidade de realizarem atos diferentes das demais pessoas por não se adaptarem à sociedade.

Com base nas pesquisas realizadas no decorrer dos séculos, sabe-se que a origem da psicopatia não é hereditária e sim fatores familiares, emocionais e sociais que contribuem para o desencadeamento desse transtorno. Exemplo disso são os obstáculos enfrentados na relação familiar durante a infância e isolamento emocional ou afetivo, apartando da questão biológica a causa principal.

O brilhante e renomado pesquisador, Robert Hare, com os avanços dos seus estudos, desenvolveu e elaborou uma Psychopathy Checklist (Avaliação de Psicopatia), permitindo-se levantar questões quanto as características dos psicopatas, fornecendo informações significativas e minuciosas das personalidades psicopáticas que se situam na sociedade.

Em 1950, o estudioso Hervey Cleckley, estipulou 16 criteiros de verificação da psicopatia calcadas em historias de 15 pacientes sem se desbruçar sobre teorias psicopatologicas, que servem quanto para homens quanto para mulheres:

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