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A constituição do espaço psicológico

Por:   •  31/10/2016  •  Resenha  •  1.368 Palavras (6 Páginas)  •  4.350 Visualizações

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A CONSTITUIÇÃO DO ESPAÇO PSICOLÓGICO

CAPÍTULO I : EMERGÊNCIA E RUÍNA DO SUJEITO

A partir da Idade Moderna surge uma nova definição das relações sujeito/objeto seja no plano da ação seja no de conhecimento: A razão contemplativa dá lugar à “razão” e à ação instrumental, no decorrer da idade média já podiam se notar os sinais das mudanças nas obras de Roger Bacon, Robert Grossetest e Jean Buridan, por exemplo: O experimento acrescenta-se a mera observação e a finalidade utilitária emerge como justificativa e legitimação da ciência.

Começando de Francis Bacon, dá-se o caráter operante das relações entre homem e mundo, o sujeito possui o status de senhor de direito da natureza, cabendo ao conhecimento transformá-lo em senhor de “fato”. Descartes compartilha com Bacon a mudança, no sentido de um interesse utilitário.

Desde então o conhecimento científico subordinando-se à utilidade, à adaptação e ao controle, modelando-se a prática científica pela ação instrumental alcançou maior relevância. Depois de muito tempo, foi desdobrando-se a tradição utilitária, a aplicação prática do conhecimento, deixa de ser apenas condicionante externo e passa a justificar e motivar a pesquisa. A aplicação prática do conhecimento faz com que haja um pouco de desvio dos modelos e das teorias de Descartes que buscava os fundamentos absolutos do conhecimento e das teorias de experimentação de Bacon utilizando um novo método que buscava comprovar através de controle, cálculo e teste que se baseavam mais na instrumentabilidade do conhecimento.

O “real” objeto da ciência é o real tecnicamente manipulável, na forma do controle e na forma simbólica do cálculo e da previsão exata.A produção tecnológica e a ciência caminham juntas e contribui uma para a outra pois visam o mesmo fim, desse modo Bacon afirma que o ser humano possui tendências inatas ou adquiridas que bloqueiam ou deformam a leitura objetiva da natureza; diz também que a mente humana foi possuída por ídolos e falsos preceitos e que existe dificuldade para a verdade penetrar e ser absorvida e apreendida. Surge com Descartes a duvida metódica, a nova ciência tem nela, seu procedimento fundamental. Na doutrina dos ídolos assim como na dúvida metódica encontram-se todos os discursos de suspeição que a Idade Moderna elaborou, identificando e extirpando, ou neutralizando a subjetividade empírica.

Para Bacon, para se validar e fundar o conhecimento objetivo a base ainda seria a evidencia empírica que era difícil de fazer e exigia constante higiene mental. Surge a desconfiança em relação ao sensível, ao imediatamente dado criado a partir do ponto de vista de Hegel e Marx, isso afirmava que todo conhecimento é mediado e construído, assim a própria razão tinha seu valor e limites investigados. David Hume inicia o procedimento que desqualifica a lógica como reitora incondicional do discurso científico e a coloca como resultado da experiência. Começa a exigir cautela, diante da própria razão.

Não se encontra com facilidade, movimentos intelectuais que compartilhem simultaneamente as suspeitas, diante das teorias e dos dados, da razão e da observação e suspeitas generalizadas diante dos afetos e das motivações. Isto reduziria o sujeito ao desespero e à condenação (por ilusória), de qualquer pretensão ao conhecimento objetivo. O niilismo Nietzschiano é o que mais se aproxima deste limite. Com Peirce e Popper a busca do fundamento absolutamente seguro do conhecimento foi substituída pela especificação de um procedimento, de uma lógica da investigação, no qual a verdade objetiva se coloca como idéia reguladora.

O sujeito empírico é concebido como fator de erro, de ilusão. Constitui-se e tenta-se colonizar um novo campo, “o da natureza interna” ou “intímo” desta constituição surge uma contradição por se presumir que a natureza interna seja essencialmente hostil à disciplina imposta pelo método científico e por isso deva ser neutralizada. As ciências naturais repousam na pressuposição de uma exterioridade entre a prática da pesquisa e seu objeto, o confronto nitidamente delimitado e rigidamente controlado entre sujeito e objeto, o que promove a multiplicação e o refinamento dos instrumentos conceituais e teóricos de descrição, previsão e controle. A Psicologia que nasce no bojo das tentativas de fundamentação das novas ciências acaba por destinar-se a jamais encontrar seus próprios fundamentos e nunca satisfazer os moldes de cientificidade que motivaram seu próprio surgimento.

EMERGENCIA E RUINA DO SUJEITO.

Numa sociedade agrária, a identidade social era pré-definida pela cultura em função de eventos biográficos, quase que totalmente. A nova forma de organização social, a convivência é marcada pelas relações instrumentais e pela luta entre interesses particulares opostos, o que dá margem para o surgimento de uma subjetividade Surge uma imagem de indivíduo legada pelo iluminismo e presente no liberalismo clássico: capaz de discernimento, capaz de cálculo na defesa de seus interesses, e livre das autoridades e tradições impostas.

Mais tarde, quando a sociedade entra em crise, com as guerras,

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