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A histeria no homem

Por:   •  8/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  740 Palavras (3 Páginas)  •  437 Visualizações

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Histeria no homem

A palavra histeria vem do grego “hysteron” que significa útero, logo era praticamente inconcebível que um homem fosse histérico, pelo fato de não possuir um útero, e pelo fato de que essa era considerada uma manifestação frágil e carente das mulheres, logo, os homens que eram fortes e viris, não gostariam de ser comparados ao feminino.

Segundo Alonso e Fuks(2004), essa resistência de falar da histeria masculina, pela ausência do útero, ainda existe e não se fala dessa histeria sem reservas tanto por parte dos homens afetados quanto dos médicos que diagnosticam. E essas reservas quanto à histeria masculina se dá desde a época de Freud. Podemos usar como exemplo o caso Hans, em que uma histeria de angústia recebe de Freud a denominação de zoofobia histérica infantil. E Freud (1888) dizia que a histeria se manifestava tanto em homens quanto mulheres, mas ao ser questionado por que só apresentava mulheres, ele dizia que eles poderiam ser encontrados como moradores de ruas, alcoólatras, essas manifestações, em geral, maquiadas, disfarçadas pelos traumas honrosos, pela coragem, heroicidade e não revelada claramente como tal, mas traves de síndromes honrosas, como invalidez.

Para Lacan(1995) a histeria se dava mais nas mulheres talvez pelo fato de que a realização simbólica da mulher é mais complicado, para ele tornar-se mulher e interrogar-se sobre o que é uma mulher são duas coisas diferentes, para ele a mulher seria uma invenção histórica que muda suas feições conforme a época. Então, observando o que Lacan nos traz é possível ver que, realmente, as mulheres histéricas são mais numerosas que os homens, pelo fato de sua posição fálica, em que ela acompanha as mudanças da época em sua posição de mascarada. Mas então, o que se da para que os homens sejam histéricos, já que a mulher muda conforme a época porem o homem não, já que ele possui um significante, essa era a pergunta que pairava sobre esses estudos.

Dor(1991) incialmente diz que a respeito do “discurso histérico” para além do gênero, mostra como um ponto de igualdade entre homens e mulheres a sedução, em ambos há uma preocupação em ‘dar a ver’, uma forma de mostrar-se ao outro, porém, ainda que essa sedução seja igual para ambos, a tendência exibicionista masculina tende para a convicção de que existe um rival em jogo que será capaz de fazer valer seu falo, ou seja, sua sedução tem o propósito de mante-lo a altura desse outro, com seu amor de fachada, pois segundo o autor, o homem histérico seria incapaz de se engajar além da sedução.

Então, apenas de possuir pontos iguais entre a histeria masculina e feminina, o homem possui o diferencial de crer que é responsável pela sua incapacidade de se apropriar do seu estatuto fálico, e isso o leva a ver como desprovido do falo, que o permitiria estar de igual para igual com o próximo na dinâmica intersubjetiva, então, se a queixa da mulher histérica é caracterizada por não ter o falo, o homem histérico se lamenta por sentir-se incapacitado de utilizar os recursos fálicos presentes em sua anatomia.

Para o histérico masculino, o pênis não exerce sua função natural de falo, e isso pode se dar em grande parte pela ausência de um testemunho parental que dê significação fálica para seu órgão, e a partir disso Silva(2002) nos diz que a histeria masculina reforça a idéia do vazio, que não é um vazio real do corpo, que se modifica e se torna uma falta, que não significa a ausência real do pênis. Assim, o histérico se sente impotente, desprovido daquilo que o outro necessita, o pênis, então, deixa de ser o suporte imaginário do falo, passando a ser o testemunho de sua impotência.

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