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ANÁLISE CRITICA DO FILME "CRASH NO LIMITE"

Trabalho Universitário: ANÁLISE CRITICA DO FILME "CRASH NO LIMITE". Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/6/2014  •  1.236 Palavras (5 Páginas)  •  12.148 Visualizações

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Paul Haggis (2004) diretor e roteirista do filme “Crash – no limite”, divulga seu filme com a frase: "Você pensa que conhece a si mesmo. Você não faz idéia".

Essa frase de divulgação do filme, é bem evidente no decorrer das histórias que se entrelaçam entre os vários núcleos dramáticos compostos por personagens de diferentes etnias, raças e padrões sociais vivendo em uma mesma cidade, Los Angeles, nos Estados Unidos.

Diversos personagens, sem aparente conexão no início do filme, constroem uma trama que envolve situações de etnocentrismo e relativismo cultural. Logo no início do filme, durante um acidente, uma mexicana e uma chinesa discutem sobre quem teria causado o acidente e usam a etnia uma da outra para proferirem ofensas.

O mesmo acontece quando um homem persa é confundido com mulçumano e é chamado pelo nome do terrorista Osama Bin Laden, que foi apontado como culpado pelo ataque nas torres gêmeas nos Estados Unidos. Com esse tipo de ofensa, o vendedor americano se colocou no topo de uma hierarquia evolutiva, engrandecendo os seus próprios valores e colocando em dúvida os valores do homem persa que estava interessado em comprar a arma.

Rocha (p. 5) esclarece que “A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural”. Da mesma forma que a família persa sofre preconceitos étnicos, confundida constantemente com outras etnias e relacionada com um tipo de estereótipo devido ao terrorismo, demonstra um comportamento negativo em relação ao chaveiro latino que insiste para que o comerciante persa arrume a porta. O mesmo comportamento aparece na personagem rica interpretada pela atriz Sandra Bullock, quando esta vê o mesmo chaveiro latino que é chamado para trocar a fechadura da porta da sua casa, após ela e seu marido sofrerem um assalto. Muitas vezes, seja por exposição da mídia ou por algum tipo de experiência, comportamentos negativos em relação àquilo que é considerado diferente por um determinado grupo, ganha força de uma convicção, regulando as atitudes das pessoas, Rocha (p. 5) afirma que

Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim, pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade. Talvez o etnocentrismo seja dentre os fatos humanos, um daqueles de mais unanimidade.

O filme mostra também dois lados do racismo, o casal branco ao se deparar com uma dupla de homens negros, tem uma reação que faz a mulher abraçar o marido. Os rapazes negros percebem o movimento da mulher e um deles, indignado, descreve a repressão e a discriminação do negro na sociedade; mas ao mesmo tempo confirma a suspeita da mulher ao roubar o carro do casal. É muito forte a necessidade do assaltante negro fortalecer o próprio grupo racial ao dizer que “não assalta negros”, vitimizando-se em relação aos brancos. Rocha (p. 15) diz que

A ausência de um pensamento sistemático sobre o “outro”, a visão caótica do “outro”, o medo oculto, o espanto, a falta ou excesso de significações do “outro”, podem ser mais etnocêntricos do que a reflexão sobre o “outro”. Se o “eu” negava, num primeiro momento, participar da mesma “natureza humana do “outro”, vê-lo como atrasado e primitivo, mas dotado de uma “natureza” humana da qual também participo, já apresenta alguma diferença. Menos evoluído mas, nem “deus” nem “diabo”, um “outro” tão humano quanto “eu”.

No etnocentrimo mostrado no filme, podemos observar alguns paradoxos de personalidade como por o exemplo o policial Ryan, interpretado pelo ator Matt Dilon, que acaba descontruindo a visão de bem e mal, cometendo atos repugnantes na pele de um policial mau caráter, como demonstra na cena em que ele pára o carro de um casal negro rico e abusa da mulher na frente do marido. No decorrer do filme ele mostra um outro lado, um homem amargurado, mas também capaz de realizar atos bondosos como os cuidados que tem com o seu pai doente e atos heróicos como na cena em que salva de um grave acidente a mesma mulher da qual ele havia abusado.

O parceiro do policial Ryan, demonstra relativismo cultural ao repugnar as atitudes racistas de Ryan, e em muitas das abordagens policiais questiona as atitudes violentas e autoritárias de seu colega, principalmente em relação aos não americanos. Ele pede para não mais ser parceiro de viatura com Ryan, justamente por não tolerar seu racismo e abusos. Em

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