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Análise Do Filme "Crash No Limite"

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Por:   •  23/5/2013  •  1.400 Palavras (6 Páginas)  •  3.409 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

ANÁLISE DO FILME “CRASH NO LIMITE”

ILHÉUS – BAHIA

2013

ANDRÉ OLIVEIRA DO NASCIMENTO

Análise do filme “Crash no limite”, apresentado à disciplina de filosofia ministrada pelo Prof. Vamírian Aranha, na Universidade Estadual de Santa Cruz.

ILHÉUS – BAHIA

2013

“É o sentido do tato. Numa cidade normal, você anda, esbarra nas pessoas; as pessoas trombam com você. Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batem só uns nos outros só para sentir alguma coisa.”

(Crash- No limite)

VISÃO ANALÍTICA DO FILME “CRASH NO LIMITE”

O filme Crash do diretor Paul Haggis nada mais é que uma crítica aos modelos que regem o mundo moderno. Com duração de menos de duas horas o filme é um retrato dos valores que conduz a nossa sociedade, e apesar de ser uma obra de ficção, os principais pontos abordados no filme, estão presentes e enraizados no nosso contexto social, é de grande valia salientar que, mesmo produzido em 2003 os valores que regem a trama seguem bastantes atuais.

Bárbaro (1965: 78) assegura que “toda obra de arte adquire no contato com o público um valor social; promove e determina certas correntes efetivas e ideológicas”. Nesse sentido, Crash assume com sua linguagem conotativa a capacidade de nos levar a uma reflexão sobre os juízos e valores vigentes em nossa sociedade.

A discriminação racial, a xenofobia, os estereótipos, estão presentes no filme e se faz constante no inicio até o fim da trama, onde todos os valores humanos são de fato questionados, fazendo subsequentemente chegarmos há algumas reflexões, basicamente sobre ética e moral, preceitos estes que teoricamente conduz o comportamento humano.

Neste sentido, Paiva (2006) afirma que a partir de filmes como Crash, “podemos perceber como o cinema tem desnudado as dimensões mais recônditas de estilo de vida americano, por vezes mostrando as ressonâncias regressivas do princípio democrático, expressas através da simulação de cotidiano insólito em que os indivíduos perderam as esperanças e, sem as bases éticas de um princípio comunitário, partem para as atitudes [isoladas] de rebelião e violência”.

Crash é um emaranhado de histórias que se entrelaçam tornando-se uma só, onde o preconceito racial é evidente e estarrecedor, ora entre negros, ora entre brancos, é retratado uma Los Angeles pós 11 de setembro, violenta e traumatizada, a qual serve como analogia as outras grandes metrópoles mundiais. Crash descreve toda a fragilidade norte americana posterior aos atentados terroristas ocorridos em 2001. Ficando isso explicita nas ações e atitudes de alguns personagens, onde nos faz concluir que um dos objetivos da trama é mostrar que não existem pessoas boas durante todo o tempo. A discriminação aos negros e imigrantes é presente no longa-metragem, onde deixa transparecer que os preconceitos estão ainda bem vivos e arraigados na nossa sociedade.

Julgar as pessoas pelar cor da pele, país de origem, religião, é um ponto forte em Crash. E sem titubear, reflete aos juízos de valores existentes em cada ser humano. No filme o preconceito racial é sem sombra de dúvida o maior dos preconceitos coletivos abordado, outros também são salientados na trama como o tráfico humano, o preconceito existente entre pessoas de mesma raça e de diferentes etnias.

Desde os ataques suicidas ocorridos nos EUA, a vida da comunidade islã sofreu inúmeras mudanças principalmente por terem sua imagem estereotipada ao do saudita Osama Bin Ladem, criando uma conjuntura de intolerância aos preceitos mulçumanos, temática essa abordada no filme, onde o medo e a cultura do ódio desde então predominam sem pudores na sociedade americana.

Por outro lado, as condutas profissionais, ou melhor, a falta delas é também questionada em alguns momentos em Crash. Esta afirmação é evidenciada na cena em que o Ryan (Matt Dillon) policial racista abusa de sua autoridade na abordagem de um casal, atuando de maneira inadequada, Ryan age de forma invectiva e molestadora. Valendo apena salientar também, que tal abordagem foi baseada tão somente por se tratar fato de um casal negro.

No contexto de Crash outra situação onde se demonstra a problemática preconceituosa é quando o personagem do filme Jean Cabot, (Sandra Bullock) tem uma reação de fúria em sua casa ao deparar com o latino Daniel (Michael Peña) trocando as fechaduras de sua casa, e em um ato de puro preconceito comete prejulgamentos baseados apenas pela aparência física e estética de Daniel.

Em outro momento, e de grande importância do filme no onde o preconceito age de forma berrante, é quando o policial Hansen (Ryan Phillippe) o teoricamente correto na trama dá carona a um negro (Larenz Tate) tentando mostrar a inexistência de preconceito de sua parte, mas, sempre desconfiando da índole do negro, entretanto, no primeiro movimento brusco dentro do carro, o policial sem pestanejar lhe desferiu um tiro, sem considerar o que de fato o negro iria

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