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AVALIAÇÃO DE ESTRESSE EM ALUNOS DE MEDICINA COM MÉTODOS ATIVOS E MÉTODOS TRADICIONAIS

Por:   •  24/2/2019  •  Artigo  •  2.834 Palavras (12 Páginas)  •  183 Visualizações

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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESFORÇO DO PROGRAMA ESCOLAR MÉDICO E CORRELAÇÕES ENTRE ESTILOS DE APRENDIZAGEM E METODOLOGIAS DE ENSINO

ESCOLAS MÉDICAS: ENSINO, APRENDIZAGEM E ESTRESSE

Fernanda Fortuci Resende Botelho¹, Ingrid Bérgamo, Mariana Carvalho de Oliveira2, Fulvio Bérgamo Trevizan, Felipe Colombelli Pacca1, Patricia Fucuta1, Carolina Colombelli Pacca1 e Patricia Maluf Cury1,

1. Faculdade de Medicina de Faceres, 15090-305 - São José do Rio Preto, SP; 2. Universidade do Oeste Paulista, 19050-920 - Presidente Prudente, SP, Brasil,

Autor correspondente:

Dra. Patricia Maluf Cury, PhD. Coordenador da Faculdade de Medicina FACERES, Av. Anísio Haddad, 6751 - Jardim Francisco Fernandes, São José do Rio Preto - SP, 15090-305, Brasil. Telefone / Fax nº 55 17 3201-8200. E-mail: pmcury@hotmail.com

ABSTRATO

O estresse é uma mudança psicológica que está se tornando cada vez mais freqüente entre os estudantes de medicina do que a da população em geral, e esses níveis de estresse podem afetar o desempenho acadêmico. Quando o estilo de aprendizagem individual não se encaixa no método utilizado pela universidade do aluno, o choque pode tornar-se um outro fator de estresse. Avaliamos estilos de aprendizagem e níveis de estresse preferidos entre estudantes de medicina de duas universidades do Estado de São Paulo que aplicam diferentes métodos de ensino. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos apresentou o estilo de aprendizagem reflexiva em ambas as escolas (60,4% na UNOESTE e 32,7% no FACERES) e altos níveis de estresse global entre os alunos (68,2% na UNOESTE e 74,0% na FACERES ) Na fase de resistência (81%) e houve predominância de sintomas psicológicos de estresse sobre sintomas físicos em ambas as universidades (75,86% dos estudantes da UNOESTE e 86,48% na FACERES). Estudantes do sexo feminino foram encontrados para apresentar maiores níveis de estresse do que seus homólogos do sexo masculino (72% e 55%, respectivamente). Este é o primeiro estudo a comparar os níveis de estresse, estilos de aprendizagem e metodologias de ensino em duas escolas médicas diferentes.

INTRODUÇÃO

Como os campos do conhecimento humano cresceram através da pesquisa nos últimos anos, houve mudanças no processo de criação e transmissão de informações, mudanças que afetaram as estratégias de aprendizagem e ensino (Lewis et al., 2009). Programas inovadores foram desenvolvidos na busca de currículos mais humanizados. A reforma curricular que ocorreu na McMaster Medical School, em Hamilton, por exemplo, levou a um surto de novos métodos de aprendizagem, tais como a aprendizagem baseada em problemas, ou PBL (Hart 1977).

O modelo de ensino tradicional em que as escolas de medicina são baseadas tem sido usado e é baseado no Relatório Flexner de 1910. Este método é composto de cursos teóricos ao longo do programa e trabalho prático em medicina a partir do terceiro ano de estudo. Este modelo tradicional reflete uma relação hierárquica professor-aluno em que o professor mantém o poder do conhecimento e os alunos são meros ouvintes, participantes passivos que devem estudar o conteúdo fornecido no programa e pelo professor (Abreu, 2009). À medida que mais instituições começaram a passar do método tradicional para PBL, o método misto foi desenvolvido. Hoje em dia, este método misto é utilizado por algumas escolas médicas na tentativa de capturar elementos de ambos os métodos: o trabalho prático é frequentemente introduzido anteriormente no programa, mas os alunos mantêm suas aulas teóricas tradicionais com professores.

Aprendizagem e memória podem ser afetados pelo estresse. Embora um nível ótimo de estresse possa melhorar a capacidade de aprendizagem (Kaplan, 2007), o excesso de estresse pode causar problemas de saúde física e mental (Niemi e Vainiomäki, 1999), reduzir a autoestima dos alunos e afetar o desempenho acadêmico dos alunos (Saipanish, 2003).

O estresse é uma mudança psicológica que está se tornando cada vez mais freqüente entre estudantes de medicina.

No caso das escolas médicas brasileiras (que são consideradas programas de graduação e em que os estudantes se matriculam depois de receber um diploma do ensino médio), há muito mais candidatos do que espaços. Esta lacuna gera uma concorrência substancial nas universidades públicas e privadas. Os alunos já enfrentam altos níveis de estresse antes de se matricularem. Além disso, a pesquisa descobriu que, após serem aceitos, muitos estudantes apresentam dificuldade de adaptação aos métodos PBL de ensino PBL (Lewis et al., 2009, Peruzzo, 2008).

Além do fato de que novos métodos de ensino podem servir como fatores de estresse para os alunos, estudos têm mostrado que estilos de aprendizagem dos alunos podem influenciar seus processos de aprendizagem. Em um estudo consistente com a literatura, Alonso e Gallego (baseado em Keefe) definiram estilos de aprendizagem como indicadores de como os alunos se desenvolvem em seus ambientes de aprendizagem. Esses estudos têm considerado formas de aprendizagem, interação e resposta aos diferentes métodos de educação dos indivíduos (Silva, 2012, Catalina M. Alonso, 1997).

Os estilos de aprendizagem devem ser considerados em uma base individual, desde que cada estudante tem seu próprio estilo de aprendizagem. Quando esse estilo individual não se encaixa no método utilizado pela universidade, o choque pode se tornar outro fator de estresse (Amaral e Barros, 2007). Diante dessas informações, o objetivo deste estudo foi identificar possíveis relações entre os níveis de estresse, estilos de aprendizagem individuais e os métodos de ensino aos quais os alunos estão expostos.

MÉTODOS

1. Considerações Éticas

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), no Estado de São Paulo, em 28 de setembro de 2015, sob o nº 48524815.0.0000.5415. Todos os alunos que concordaram em participar do estudo foram informados dos objetivos da pesquisa e então assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho de Saúde do Brasil (CNS). Os participantes foram assegurados que a recusa de participar não afetaria as notas do curso. Foram informados de que as informações recolhidas seriam utilizadas exclusivamente em investigação para fins académicos, sendo garantida a confidencialidade das informações.

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