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Adoção e conversão entre religiões

Por:   •  4/11/2015  •  Monografia  •  6.569 Palavras (27 Páginas)  •  161 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o intuito de abordar o tema de conversão entre religiões com enfoque da conversão à religião judaica. O que exatamente um sujeito deseja ao tentar se agrupar a um credo ou etnia completamente diferente. Muitas vezes não apenas costumes diários, mas rotinas de vida completamente diferentes das habituais. A proposta de desenvolver um trabalho, para que os que desejem ‘”mudar seu caminho” ou até mesmo adotar possam refletir de maneira mais elaborada sobre suas decisões.

Existe uma busca do homem de querer se agrupar e sentir-se bem em sua comunidade. Muitas vezes por acreditar que os valores morais, a rotina diária ou a filosofia de vida sejam mais corretas, por isso o sujeito que deseja a conversão passa por testes e rituais muitas vezes não agradáveis, como a circuncisão por exemplo.

Esse trabalho poderá oferecer um suporte para reflexão a quem deseja procurar outra crença, seja judaica seja outra qualquer, uma vez que o fator de maior relevância é que a pessoa deseja ser acolhida por uma comunidade especifica. Muitos se enganam quanto suas crenças e seus desejos, verbalizando os mais variados motivos para que sejam aceitos quando na verdade, na maioria das vezes desejam apenas sentirem-se adotados por um grupo.

Então pode se abordar outra questão que é fundamental, a questão da adoção, quando pais adotivos desejam um filho e adotam. Da mesma forma que os pais querem adotar, passam por processos seletivos e testes, a criança também deseja ser adotada.

Então podemos relacionar a adoção de crianças à conversão entre religiões. Podendo criar um paralelo entre os dois assuntos em duas esferas diferentes, onde o macro sistema (comunidades religiosas) compara-se ao micro sistema (família adotiva) com diferenças básicas, uma vez que a vontade da criança de ser adotada é padronizada, e a criança normalmente (recém-nascidos principalmente) não tem a opção de escolha uma vez que ainda não sabem se expressar.

A idéia é a reflexão do leitor que deseja se agrupar a outra comunidade ter consciência de seu verdadeiro desejo e poder avaliar de forma mais clara suas opções.

O tema abordado foi cuidadosamente escolhido por ver de perto dificuldade de crianças adotas por pais judeus e devem passar por esses dois difíceis processos, já que além de serem adotadas, quando se convertem, passam por duas “crises” de identidade fortes, o de já ser adotada e o de assumir uma crença sem conhecer muitas vezes sua real origem. Muito desses problemas muitas vezes é pelo fato de os pais omitirem que são adotadas. Porém os conhecidos sempre saberão do fato, envolvendo essas crianças em uma “rede de conspiração” onde todos guardam um segredo sobre elas desconhecido ao mesmo tempo por elas mesmas.  

2. RELIGIÃO, A BUSCA DE CADA UM

De fato, o sujeito que desejar tornar-se judeu, ou mesmo aderir a qualquer comunidade, grupo étnico ou cultura, deverá submeter-se as regras pré-estabelecidas. Cabe ao sujeito discernir e concluir se sua vontade é mesmo de aderir ao grupo especificado. Muitos fatores podem influenciar o sujeito nessa escolha.

O sujeito poderá encontrar no novo grupo valores morais que podem ser vistos como diferentes e interessantes, poderá simplesmente ter se decepcionado e de alguma maneira quando escolhe converter-se na verdade está escolhendo afastar-se do seu contexto de vida, fugindo de si mesmo ou poderá simplesmente achar que aquelas regras fazem sentido para esta pessoa e por isso o sujeito poderá desejar fazer parte desta ou de outra determinada comunidade.

Para Freud, a religião surgiu de uma necessidade de defesa contra as forças da natureza, como todas as outras realizações da civilização. No indivíduo, ela surge do desamparo. Esse desamparo é inicialmente o desamparo da criança, e posteriormente, o desamparo do adulto que a continua.

“Quando o indivíduo em crescimento descobre que está destinado a permanecer uma criança para sempre, que nunca poderá passar sem proteção contra estranhos poderes superiores empresta a esses poderes as características pertencentes à figura do pai; cria para si próprio os deuses a quem teme, a quem procura propiciar e a quem, não obstante, confia sua própria proteção. Assim, seu anseio por um pai constitui um motivo idêntico à sua necessidade de proteção contra as conseqüências de sua debilidade humana. É a defesa contra o desamparo infantil que empresta suas feições características à reação do adulto ao desamparo que ele tem de reconhecer - reação que é, exatamente, a formação da religião.”(Freud, 2006, pag. 33)

Podem-se encontrar sujeitos que queiram aderir a outras religiões pelos mais variados motivos. O autor Vitor Frankl, em seu livro “O sentido da vida”, já apresenta que a população em geral sofre muito pela falta de um sentido para sua vida. O livro relata vários casos de pessoas que o procuraram por se sentirem angustiados por esta falta de direção de suas vidas.

“Hace unos cuantos años se realizo em Francia uma encuesta de opinión. Los resultados demostraron qu El 80 por ciento de La población encuestada reconocía que El hombre necessita “algo” por qué vivir. Además, El 61 por ciento admitía que había algo, o alguien, em su vida por cuya causa estaban dispuestos incluso a morir. Repetí esta encuesta em mi clínica de Viena tanto entre los pacientes como entre El personal y El resultado fue prácticamente similar AL obtenido entre lãs Miles de personas encuestadas em Francia; La diferencia fue solo de um 2 por ciento. Em otras palabras, La voluntad de sentido para muchas personas es cuestión de hecho, no de fe.” (Frankl, 2003, Pag. 140)

Muitos não procuram ajuda profissional da área de psicologia para suas angústias, simplesmente recorrem a organizações religiosas para sentirem-se melhor com seu sofrimento. Vê-se o fenômeno no Brasil de uma conversão em massa a igrejas evangélicas, e muitos relatam de fato que em um momento de desespero, financeiro, emocional ou existencial procuraram ajuda da igreja para sentirem-se melhor, sentirem pelo menos que alguém os considera como sendo únicos.

Muito comum também é o sujeito tirar a culpa de si e culpar o demônio ou um “encosto” por seus fracassos. De fato, as religiões não desprezam o sentimento de culpa do sujeito.

“Por conseguinte, é bastante concebível que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civilização seja percebido como tal, e em grande parte permaneça inconsciente, ou apareça como uma espécie de mal-estar, uma insatisfação, para a qual as pessoas buscam outras motivações. As religiões, pelo menos, nunca desprezaram o papel desempenhado na civilização pelo sentimento de culpa. Ademais - ponto que deixei de apreciar em outro trabalho -, elas alegam redimir a humanidade desse sentimento de culpa, a que chamam de pecado. Da maneira pela qual, no cristianismo, essa redenção é conseguida - pela morte sacrifical de uma pessoa isolada, que, desse modo, toma sobre si mesma a culpa comum a todos -, conseguimos inferir qual pode ter sido a primeira ocasião em que essa culpa primária, que constitui também o primórdio da civilização, foi adquirida.”(Freud 2006, Pag 138)

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