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Análise Dissertativa - Meditações de Descartes

Por:   •  7/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.339 Palavras (10 Páginas)  •  256 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

PSICOLOGIA INTEGRAL 2016/1

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO

ATIVIDADE AVALIATIVA

DESCARTES - MEDITAÇÕES METAFÍSICAS

Yasmin Carli da Silva Batista

Primeira atividade avaliativa da disciplina Introdução ao Pensamento Filosófico do 1º semestre da Psicologia Integral, uma dissertação acerca das Meditações Metafísicas de Descartes. Profo.  Fábio de Barros Silva.

São João Del Rei

Maio de 2016

Nas Meditações Descartes parte da desconstrução de suas crenças para em seguida reconstruir seu sistema visando provar à existência de Deus e à separação entre corpo e alma. Partindo da existência real livra-se de “todas as opiniões a que até então dera crédito” (o conhecimento baseado no aristotelismo da igreja) e propõe-se a “começar tudo novamente desde os fundamentos” desta forma a dúvida de Descartes é um passo para se chegar a uma base segura para o conhecimento, uma dúvida metódica, uma etapa para obtenção dos fundamentos necessários a reconstrução de seu sistema, um fundamento que é indubitável e que a partir dele possamos apoiar os argumentos que constituem a investigação acerca de Deus e a imortalidade da alma.

Na Primeira Meditação temos as causas da dúvida de Descartes, “tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez”, os sentidos então não são confiáveis pois nos fornecem diariamente conhecimentos que nos engana e contestamos sempre. Esta é a dúvida natural. O argumento do sonho vem para dar respaldo ao argumento da inconsistência dos sentidos, ao afirmar que “vejo tão manifestadamente que não há quaisquer indícios concludentes, nem marcas assaz certas por onde se possa distinguir nitidamente a vigília do sono”, atesta que mesmo os componentes do sonho são misturas de artifícios que devem ser verdadeiros e ao fazer isso não permite duvidar de quantidades, espaço e tempo.

Indo além das razões naturais da dúvida surge a dúvida metafísica que o faz duvidar de conhecimentos claros e distintos como a Matemática e a Geometria, que tanto na vigília quanto no sonho “não parece que verdades tão patentes possam ser suspeitas de alguma falsidade ou incerteza”. Neste momento chegamos ao argumento do Gênio Maligno, do Deus enganador, que pode fazer 2+3=5 assim parecer e nos enganar todas as vezes, “pode ocorrer que Deus tenha desejado que eu me engane todas as vezes em que faço a adição de dois mais três, ou em que enumero os lados de um quadrado, ou em que julgo alguma coisa ainda mais fácil”. A função do Gênio Maligno e do Deus Enganador é a mesma, tornar a dúvida propositadamente exagerada, hiperbólica, o incerto já é duvidoso e o duvidoso por sua vez é dado por falso.

Partindo da dúvida hiperbólica Descartes já na Segunda Meditação conclui que acima da dúvida sobre os sentidos, o mundo externo, as verdades matemáticas só é possível existir um Deus enganador se houver algo que possa ser enganado, algo pensante para exercer a dúvida, “não há pois, dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa”, propiciando a primeira certeza, o cogito, "enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito”.

Tenho chegado a primeira certeza, uma base indubitável, afirmando que enquanto pensa existe passa a questão “o que sou?” e ao supor um ser “malicioso e ardiloso, que emprega todas as suas forças e toda a sua indústria em enganar-me” Descartes não pode confiar nas características que atribuiu ao corpo. Já nos atributos da alma aonde elimina o alimentar, o caminhar e o sentir visto que não existem a parte de um corpo, porém o pensamento é diferente, o pensar não existe separado, ele “é um atributo que me pertence; só ele não pode ser separado de mim”. O pensamento é então a essência do eu.

Na Terceira Meditação Descartes chega ao ponto da desconstrução de seu sistema onde reafirma o res cogitans, o ser pensante, através da inspeção do espírito e do exame da origens das ideias. Ele analisa de onde elas vem, se são adventícias ou ficções do espírito, “o principal erro e o mais comum que se pode encontrar consiste em que eu julgue que as ideias que estão em mim são semelhantes ou conformes às coisas que estão fora de mim”, e mostra que ideias não são verdadeiras e nem falsas, apenas o são, independentemente de ser real ou não, e nesse sentido ideia é a representação da realidade objetiva, independente da vontade e Descartes conclui que “se a realidade objetiva de alguma de minhas ideias é tal que eu reconheça claramente que ela não está em mim nem formal nem eminentemente e que, por conseguinte, não posso, eu mesmo, ser-lhe a causa, daí decorre necessariamente que não existo sozinho no mundo, mas que há ainda algo que existe e que é a causa desta ideia” tendo procurado por diversos argumentos ele demonstra que como ser finito jamais poderia conceber a ideia de algo infinito, Deus portanto é fundamental para seu sistema visto que “se encontre em Deus uma infinidade de coisas que eu não possa compreender, nem talvez também atingir de modo algum pelo pensamento: pois é da natureza do infinito que minha natureza, que é finita e limitada, não possa compreendê-lo” e sabendo que pensa e existe ele precisa do Deus para atingir algumas ideias que não conseguira apenas por ser pensamento de ser finito.

Logo no começo da Quarta Meditação Descartes expõem o porquê que esta da figura de Deus não o enganaria, “é impossível que ele me engane jamais, posto que em toda fraude e embuste se encontra algum modo de imperfeição” e tais aspectos não é possível como já dito anteriormente devido à perfeição e infinidade de Deus. Descartes explica o nosso erro como algo que não podemos alcançar com nosso espírito afinal os motivos de Deus, um ser infinito, são incompreensíveis para qualquer ser comum. Além disso o que é imperfeição para um caso isolado nem sempre é em relação ao conjunto, ao todo.

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