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Aquisição Linguagem

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Por:   •  10/11/2014  •  825 Palavras (4 Páginas)  •  221 Visualizações

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Os instrumentos psicológicos ou mediadores semióticos vão permitir a transição do funcionamento interpsicológico para o intrapsicológico, e entre estes vai destacar em especial o papel da linguagem.

No processo de desenvolvimento os mediadores semióticos começam por estar envolvidos no processo interactivo a nível interpsicológico, para numa segunda fase, se assistir a uma modificação qualitativa do funcionamento mental da criança que se vai apropriar gradualmente do sistema de sinais fornecido pela cultura, passando estes, uma vez transformados, a funcionar também a nível intrapsicológico. Há como que uma progressiva descontextualização dos instrumentos de mediação, descontextualização essa que vai permitir a formação dos processos psicológicos superiores. Os signos, ou instrumentos psicológicos são concebidos como componentes essenciais na formação dos processos psicológicos e não como simples agentes facilitadores destes processos.

Vygotsky destaca a linguagem como o mais importante dos mediadores semióticos, através da qual se processa a integração dos factores culturais no desenvolvimento pessoal. É na interacção com o outro, principalmente através da linguagem, que a criança vai gradualmente atribuindo um significado ao mundo que a rodeia.

O momento de maior significado no curso do desenvolvimento cognitivo acontece quando se dá a convergência entre a actividade prática e a linguagem verbal.

A linguagem verbal, para além da função de comunicação, tem ainda uma função de regulamentação e planificação da actividade e, uma vez interiorizada, constitui parte integrante dos processos psicológicos superiores. Mas, para que esta interiorização se torne possível, é necessário que o sujeito tenha acesso ao significado da palavra, pois é através dele que o pensamento e a linguagem verbal se unem dando origem ao pensamento verbal e posteriormente à linguagem racional.

Na transição do discurso exterior para o discurso interior, Vygotsky vai realçar o papel do discurso egocêntrico, que surge por volta dos três anos. Ao contrário de Piaget, que o vê como um simples reflexo do pensamento egocêntrico, Vygotsky atribui-lhe uma origem social.

A função do discurso egocêntrico é a de regular e planificar a actividade.

Gradualmente, esta forma de linguagem auto-dirigida vai-se tornando cada vez mais sintética, conduzindo finalmente ao discurso interiorizado. O discurso egocêntrico representa assim, na perspectiva vygotskiana, um fenómeno de transição, traduzindo a nível da linguagem, um padrão de desenvolvimento comum a todas as funções mentais superiores.

Aprendizagem e desenvolvimento estão pois, interrelacionadas desde o início de vida da criança.

Vygotsky vai chamar a atenção para o facto de existir uma discrepância entre aquilo que uma criança consegue realizar sozinha e aquilo que ela já realiza com a ajuda do adulto.

Para que a situação de ensino-aprendizagem seja de facto eficaz, ela tem que se adiantar ao desenvolvimento, situando-se numa zona em que a criança, quando assistida, ainda consegue realizar a tarefa, mas que está já para lá do seu nível actual de capacidade. Vygotsky denominou esta zona de zona de desenvolvimento proximal e define-a como a distância entre o nível actual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver problemas, independentemente do nível de desenvolvimento potencial, determinado pela capacidade

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