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Breves Reflexões Acerca do Racismo e a Educação

Por:   •  9/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  906 Palavras (4 Páginas)  •  152 Visualizações

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Racismo e educação

Quando tratamos de racismo e educação, podemos partir de diversos lugares. Podemos falar desde a forma como a educação é estruturada e de como esta estrutura é responsável pela manutenção do racismo; ou tomar as relações dadas imediatas, como a relação aluno-professor, aluno-aluno.

A primeira relação não é tão explícita quanto a segunda, fazendo com que se faça necessário uma maior reflexão para que ela seja compreendida. Partindo da ideia de que a escola faz parte do processo de construção dos indivíduos e logo, da sua subjetividade, podemos nos fazer as seguintes perguntas: quando pensamos em história, qual é a imagem que nos vêm sobre a história do povo negro? Há outro ponto de vista além deste que vem de imediato? Quando pensamos no negro, qual é a primeira imagem que nos vem à cabeça?... Diversas são as perguntas que podem ser feitas, mas o que é fato é que ainda se tratando do negro, a imagem que nos é construída majoritariamente é deste negro como inferior ao branco e de sua imagem atrelada à figura do escravo, isso inclusive ocorre quando negros pensam sobre negros. É importante sempre nos lembramos de que pensar dessa forma não é uma característica inata e natural, mas que é construída a partir das relações sociais, sejam elas “microrelações” como por exemplo, a família, ou macro como a política. Qual é a responsabilidade da escola nessa construção subjetiva acerca do negro e sua cultura?

A escola tem um papel importante na construção na imagem que o sujeito tem de mundo. O que vemos é que o que nos ensinado parte exclusivamente de uma visão eurocêntrica de história, fazendo que o outro lado da história seja anulada a partir de um silenciamento histórico. Creio que para a grande maioria das pessoas, pensar que a história dos negros é contada pelos brancos colonizadores pouco foi pensada e questionada. Tendo em vista que a linguagem também exerce papel de poder e controle e que logo, pode realizar a manutenção deste poder, percebemos que uma única visão da história não nos é contada em vão. Há uma soberania epistêmica desenvolvida a partir da exclusão e silenciamento de povos e culturas que, ao longo da história, apesar disso, todo este processo é tido como natural e normalmente não é questionado.

É interessante notar que as Leis têm papel importante em configurar a estrutura social, política e cultural na sociedade, sendo que esta é a maior responsável pelo racismo conhecido como racismo estrutural. Em 1837 surge a primeira Lei de educação em que os negros eram excluídos; em 1850 surge a Lei das Terras impedindo a posse de terra aos negros; em 1888 a Lei Áurea é assinada abolindo a escravatura; em 1890 surge a Lei dos Vadios e Capoeiras em que os indivíduos que andassem pelas ruas, sem trabalho ou residência comprovada ou aqueles que praticassem capoeiragem eram punidos sendo presos; em 1968 surge a Lei do Boi, sendo esta considerada a primeira Lei de cotas. Mas esta não foi para os negros, mas sim para os filhos de donos de terras, que conseguiam vaga nas escolas técnicas e nas Universidades.

Vemos que as Leis eram as maiores responsáveis por manterem os negros longe do acesso à educação. E neste sentido, entende-se o porquê “mostrar o outro lado” da cultura negra e do próprio negro fora negado. Lembremos que somente em

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