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CINCO CASOS DE HISTERIA

Por:   •  19/6/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.980 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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CINCO CASOS CLÍNICOS DE HISTERIA – SIGMUND FREUD

Caso 1: Elisabeth Von R.

Elisabeth tinha 24 anos quando Freud iniciou sua terapia e era a filha mais nova de três irmãs. Ela passou por vários momentos críticos: a morte de seu pai, a operação nos olhos que sua mãe se submeteu, e a morte de uma das irmãs durante o parto. Além disso, era sempre Elisabeth que cuidava dos enfermos, por ser muito apegada a todos, principalmente ao pai. Era uma jovem com espírito livre, se dizia infeliz por ser mulher e ter que se casar, por acreditar que isso limitaria sua liberdade.

Seu pai sofria de doença cardíaca e gostava de apoiar suas pernas sobre as de Elisabeth, que não media esforços para passar a madrugada toda ao seu lado. Após a morte do pai suas irmãs mais velhas se casaram e Elisabeth e sua mãe ficaram sozinhas. Coincidiu que nesse período a doença nos olhos de sua mãe piorou, sendo necessário um cuidado maior de Elisabeth.

Depois que a mãe se recuperou eles resolveram fazer uma viagem todos juntos, quando voltaram a irmã do meio faleceu devido a complicações durante a gravidez. A moça passou a sofrer de dores nas pernas o que dificultava seu caminhar. Seu corpo ficava encurvado para frente e dizia que doía muito e se cansava rapidamente quando andava.

Quando a pele e os músculos de Elisabeth eram beliscados ou pressionados notava-se uma expressão de prazer em seu rosto. E ela ficava como se alguém estivesse fazendo cócegas em suas pernas, devido a esse fato se caracterizava de histeria.

Foi durante o período de férias que começou a sentir dores, ela relatou que foi depois de um banho quente, e que depois de um tempo a dor voltou com mais intensidade. Durante a terapia, quando ela se recordava de algum fato a dor surgia e ficava mais forte a partir do momento em que as lembranças eram mais decisivas para a resolução do caso e sumia quando ela interrompia o relato.

A paciente relatara que somente depois de dois anos que o pai havia morrido ela começou a sentir as dores, mas que no dia em que o pai morrera ficara paralisada, repetindo no leito de morte da irmã. Isso tudo mostrava haver uma conexão verdadeira entre suas dores e o ficar de pé, e a rigor ela poderia ser aceita como prova de uma associação.

Elisabeth relata o que antecedeu as dores na perna depois do banho quente, ela conta que ela e o cunhado haviam dado um passeio e que depois teve pensamentos de se casar com alguém tão bom quanto o cunhado era para a irmã e ser feliz como eles.

Freud utilizou da técnica de provocar o surgimento de idéias através da pressão sobre a cabeça, o que demanda uma intensa cooperação da paciente para que tenha êxito. Porém em algumas sessões quando ele pressionava a cabeça dela, ela alegava que nada lhe havia ocorrido. Então ele parte de dois pressupostos: Que ela estava achando que não era importante ou que sua idéia era desagradável de falar. Então ele passa a insistir para que ela seja objetiva e dizer tudo o que viesse a cabeça sem pensar se era ou não apropriado, tornando assim o seu método mais eficaz com essa prática.

Um fato ocorrido trouxe a Freud uma suspeita: Durante a terapia o cunhado de Elisabeth chega e quando ela ouve sua voz interrompe a terapia dizendo que precisava ir falar com o cunhado, imediatamente as dores surgiram. Freud então a faz relembrar de momentos específicos em que o cunhado estava presente, ela então conta como ela e o cunhado conversavam sobre todos os assuntos e como se davam bem, e de como sonhava em desfrutar da felicidade que a irmã e o cunhado viviam.

Freud nesse momento teve a convicção de que sua paciente sentia afetos pelo cunhado, e que sua consciência resistira a esse sentimento, o que culminou nas dores. Quando Freud relatou suas conclusões ela chora muito e diz que a dor esta intensa, e que Freud está a induzindo aquilo, pois não é a verdade. Freud a consola dizendo que ela não é responsável por aqueles sentimentos e de que seu adoecimento era prova suficiente de seu caráter moral.

        Ele conseguiu convencê-la de que seu sentimento por seu cunhado era de muito tempo e que ela havia interpretado como afeição fraterna, mas que agora ela devia enfrentar o futuro com incerteza pois talvez não fosse possível a concretização dos seus sentimentos. Ele lhe deu alta, e ficou sabendo mais tarde que ela se casara e se sentia muito bem.

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Caso 2 - Katharina

Freud resolve fazer uma excursão ao Hohe Tauern para esquecer um pouco as neuroses, e é nessa viagem de férias que conhece a jovem Katharina, sobrinha da hospedeira da cabana em que ele estava. Ela lhe pergunta se ele é médico em seguida lhe fala sobre seus sintomas de falta de ar sufocação e conta que quando essas crises ocorrem sua cabeça dói, seu peito fica sufocado e dá uma sensação de que ela vai morrer.

        Freud inicialmente insinua que poderia ser sintomas de angustia e o ataque histérico acontecia por esse motivo. Mas se pergunta se não há alguma coisa além disso.         Continua a interrogação sobre o momento em que acontece as crises, e ela relata que vê um rosto terrível que a olha, e que essas crises começaram há dois anos.

Freud sente-se receoso em começar uma terapia com hipnose considerando observou que as moças daquela idade havia angustia de mentes virginais ao se depararam com o mundo da sexualidade pela primeira vez.

Partindo dessa premissa, Freud faz uma decide intervir e sugere a moça que seus ataques talvez tenham sido causados por alguma coisa que ela ouviu ou viu e que a constrangeu. Katharina concorda e descreve o que ela acha que foi a causa dos seus sintomas. Ela relata que há algum tempo atrás presenciou um episodio intimo entre seu tio, esposo da dona da Hospedaria, e a sua prima, e que nesse momento sentiu alguns sintomas mas que em menor intensidade.

Em seguida começa a contar como se deu a separação dos tios e depois relata episódios em que era adolescente e que hoje entende que o tio e a prima se relacionavam. Ela também se recorda de momentos em que o tio investira contra ela, e que ela não tomou consciência de suas intenções, mas que agora compreende.

        Ao final do seu relado seu rosto se transforma, ela parece exultante e diz que enquanto relatava, tudo ficou claro. Freud então explica que Katharina carregava consigo experiências que não compreendia, como se essas lembranças estivessem encubadas desencadeando os sintomas de vômito – como repulsa moral.

        E para finalizar o caso Freud a indagou sobre o rosto, onde ela relatou ser do tio, pois após o descobrimento dos fatos ela o via em cólera contra ela diversas vezes.        

Percebe-se nesse caso que o trauma acontece em dois momentos, para que a associação seja feita é preciso que um momento se ligue ao outro, havendo entre eles um tempo e um período de incubação.

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