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Coleção de cérebros

Tese: Coleção de cérebros. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/4/2014  •  Tese  •  533 Palavras (3 Páginas)  •  148 Visualizações

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Biblioteca-cabeça

A coleção de cérebros que ajuda a decifrar o que acontece na cabeça dos idosos

Texto Eloisa Deveze, Edição Rafael Kenski

Você pode colecionar selos ou moedas, mas se o seu objetivo é saber como a mente funciona, o ideal é juntar um bocado de cérebros. Foi o que fez a neuropatologista Lea Grinberg e uma equipe da faculdade de medicina do Hospital das Clínicas de São Paulo. Desde abril de 2004, ela juntou mais de 1200 cérebros congelados de pacientes acima de 50 anos. Recebendo entre 80 e 120 órgãos por mês, ela caminha para se tornar a maior biblioteca do gênero no mundo. Metade é de pessoas que sofriam de doenças cerebrais, metade são órgãos sadios. Comparando um grupo com o outro e cruzando com dados fornecidos por familiares sobre a psicologia de cada paciente, eles querem elaborar o mais completo perfil epidemiológico já feito sobre males cerebrais. Queremos saber quando doenças cerebrais se manifestam no cérebro para diagnosticá-las precocemente, diz Lea. Junto com outros setores da universidade, eles pretendem ir além e detectar a influência de metais em demências ou pesquisar o papel dos genes nesse tipo de doença. Uma vez que você reúne um material desse porte, não há limite para as pesquisas que podem ser feitas.

Cabeça aberta

Novas pesquisas sobre o cérebro começam a revelar como a mente humana identifica o mundo - e a si mesma.

Quem é você?

Tente responder a essa pergunta sem citar filósofos existencialistas ou dramas shakespeareanos e provavelmente lhe restará contar a história da sua vida, suas preferências, emoções, crenças, enfim, tudo aquilo que lhe faz ver o mundo de uma maneira particular. É uma espécie de filme autobiográfico que está agora mesmo em cartaz - por mais concentrado que você esteja na leitura deste artigo. São flashes do último final de semana, do sabor da sobremesa favorita, lembranças da infância mescladas com sensações de alegria, cansaço, fome. Você é capaz de sentir até o tecido da roupa que está usando agora, ou, caso esteja à vontade, a sensação de estar nu. E o mais importante: no fundo, você sabe que essas imagens e sensações são exclusivas. Ninguém, além de você, pode entrar na sua mente e assistir ao mesmo filme. Mas como essa superprodução é escrita, produzida e dirigida no seu cérebro.

Ou melhor: como um órgão com a consistência de um pudim é capaz de criar pensamentos, memória, medo, prazer e toda a complexidade que distingue o homem de outras espécies?

Se a astronomia explicou com detalhes as milhares de galáxias e a biologia mapeou nossos mais de 30 000 genes, o cérebro sempre foi uma espécie de caixa preta insondável. Como não se conhecia o interior dessa caixa, durante séculos seu estudo ficou restrito às especulações de teólogos e filósofos. Mas isso está mudando. A moderna neurologia tem revelado uma visão surpreendente do órgão mais complexo do corpo e promete deixar o século XXI conhecido como o século em que entendemos o cérebro. "Começamos a decifrar esse mistério", diz o neurologista português António Damásio, pesquisador da Universidade de Iowa, Estados Unidos, e autor do livro O Mistério da Consciência.

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