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Comparação Entre a Atuação Terapêutica de Frederick Perls e Carl Rogers

Por:   •  22/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  143 Visualizações

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Introdução

Durante a década de 1940, o movimento humanista começou a surgir em contraposição à psicanálise e a comportamental, teorias psicoterapêuticas mais relevantes na época. Carl Rogers e Frederick Perls foram pessoas importantes que, com base filosófica no humanismo fundaram, respectivamente, a abordagem centrada na pessoa (ACP) e a Gestalt- terapia. As duas abordagens terapêuticas ainda são amplamente utilizadas e foram muito importantes para a psicologia, influenciando fortemente outras terapias quanto ao setting terapêutico. Apesar do embasamento filosófico semelhante, as duas possuem diferenças e particularidades.

Este trabalho abordará as duas teorias supracitadas, comparando-as segundo a atuação dos dois terapeutas fundadores em um mesmo caso, da cliente Glória. Os dois atendimentos foram filmados com autorização dos envolvidos e o material faz parte de um rico conteúdo que nos permite visualizar e avaliar a forma como Rogers e Perls conduziam a terapia.

Para Rogers, o homem tende sempre ao desenvolvimento de suas potencialidades. Este é um dos conceitos principais da Teoria Centrada na pessoa, a tendência atualizante. Segundo sua teoria, é necessário que o cliente esteja em estado de incongruência com o seu Self para que ocorra o processo terapêutico e, dessa forma, o terapeuta ajudará a remover os entraves mentais que o impedem de desenvolver-se e alcançar a autorrealização. Para fornecer esta ajuda o psicólogo precisa cumprir três condições: Ser transparente com o cliente, mostrando quem realmente é. Ou seja, estar em um estado de congruência com o seu self; fornecer aceitação incondicional, comunicando seu interesse autentico e profundo pelo cliente e valorizando suas experiências; ter uma compreensão empática para com o cliente, tentando perceber os significados dados pelo mesmo à suas experiências, afastando qualquer tipo de juízo de valor. Tais características possibilitam a criação de vínculo e confiança entre o terapeuta e seu cliente, tornando possível o processo de mudança terapêutica. Através deste modelo Rogers revoluciona a forma de fazer terapia, influenciando todas as abordagens quanto ao método de atuação e conduzir o processo terapêutico.

Frederick Perls tem como foco a relação Eu-Tu no Aqui-Agora. Segundo ele, a partir desta percepção é possível que o cliente torne-se consciente e, consequentemente, entenda e aceite a situação tal como ela é e, também, as possibilidades de mudança. O termo awareness é amplamente usado por ele para definir esse estado de consciência total de si e do mundo no momento presente, possibilitando ao indivíduo fazer escolhas autênticas e responsáveis.

O diálogo entre terapeuta e cliente é uma parte essencial dentro do processo terapêutico na Gestalt-terapia, isso porque o diálogo possibilita o contato, que é a experiência da fronteira do “eu” com o “não eu “. Segundo ele, “o nós não existe, mas é composto de Eu e Tu; é uma fronteira sempre móvel onde duas pessoas se encontram. E quando há encontro, então eu me transformo e você também se transforma.” (Perls, 1977) A psicoterapia, portanto, é uma possibilidade de mudança e a função do terapeuta é ajudar no processo de awareness, de aceitação e de valorização do cliente. No entanto, o diálogo não é somente a fala, mas a presença e a expressão corporal. É algo vivido, não apenas falado.

Pode-se ver claramente durante a entrevista do caso glória a diferença na atuação dos dois profissionais. Carl Rogers mostrou desde o início um grande interesse em saber o que estava incomodando a cliente, sobre qual assunto ela gostaria de abordar. Sua empatia foi demonstrada ao parafrasear falas de Glória, mostrando que estava realmente compreendendo o que a mesma estava lhe dizendo. Glória passava por um grande conflito em relação a sua filha. Ela temia que a filha não aceitasse o fato dela se relacionar com outros homens, mesmo estando solteira. Se sentia culpada por mentir e passar uma imagem de mãe perfeita, mas ao mesmo tempo tinha medo que a filha a visse como um “demônio” caso falasse abertamente das ações que considerava erradas. No entanto, ao desenrolar da sessão, fica evidente de que na verdade ela mesma não se aceitava. Glória acreditava que estava fazendo algo errado ao se relacionar com outros homens, isto é, estava acontecendo uma discrepância entre o seu Self e as suas experiências. Dessa forma, tinha o objetivo de que Rogers lhe desse respostas prontas sobre como ela deveria proceder em relação a filha e em relação a sua culpa. Entretanto, Rogers foi bastante sincero ao dizer que ele não poderia lhe dar essas respostas, mas sim auxilia-la a encontra-las. Através da Aceitação incondicional, Rogers fez Glória se sentir verdadeiramente

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