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Dependencia Química

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Por:   •  8/2/2015  •  6.571 Palavras (27 Páginas)  •  272 Visualizações

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1ª TEMÁTICA DO I MÓDULO

(abordagem histórico/filosófico)

INTRODUÇÃO

Bálsamo ou veneno? Comida dos deuses ou maldição do diabo? Hábito natural ou desvio da sociedade moderna? Não há resposta certa ou fácil quando o assunto são as drogas e o álcool. As pesquisas de opinião refletem essa ambigüidade. Quando abordam o tema, em geral mostram que estamos longe de um consenso. Mas as pesquisas revelam algo mais. Em meio aos números, nota-se que quase não há indecisos sobre o assunto. Ou seja, não importa de que lado às pessoas estejam, o fato é que todas elas têm opinião formada – e arraigada – sobre o uso de drogas e álcool. Mudar conceitos cristalizados é tarefa árdua, porém necessária.

Surpreende encontrar esse grau de convicção em um assunto tão complexo, com aspectos médicos, econômicos, sociais, históricos e morais tão sinuosos. Quem examina esse vespeiro percebe que a coisa mais rara de achar são respostas 100% seguras.

“Só há uma coisa certa sobre as drogas: é preciso haver informação. Informação de qualidade.” Portanto, o I MÓDULO do Curso Pensando e Repensando a Dependência Química busca trazer a luz o pensar histórico e conceitual das relações humanas a cerca do uso de drogas e álcool, refletindo na questão: Somos naturalmente destinados às fugas das drogas e álcool, ou seja, determinismo biológico, ou somos reféns de uma construção de conceitos psico/sociais que nos movem a fugir da realidade.

BREVE HISTÓRIA DAS DROGAS

Há pelo menos 5 mil anos, existem registros do consumo de cocaína no mundo. O álcool e a cannabis sativa, ou maconha, é consumida há mais de 10 mil anos. O Pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos e professor de História da USP, Henrique Soares Carneiro, diz que as evidências do uso de drogas datam da pré-história. E ele ressalta que, durante vários milênios, o consumo de drogas esteve ligado ao aspecto religioso.

O uso de drogas é um fenômeno da cultura humana que, nas origens, ele cruza, sobretudo aquilo que a gente poderia chamar hoje em dia de uma esfera médica e uma esfera religiosa. Então a medicina e a religião utilizavam-se de drogas. Só que a gente chamar hoje de medicina e religião já é usar conceitos contemporâneos, porque a medicina e a religião não se distinguiam no passado.

Exemplo do que afirma o professor Henrique Carneiro é a deusa grega Nix, ligada ao sono, que é representada coroada de papoulas, planta da qual se produz o ópio. É o que relata o Chefe do Departamento de Processos Psicológicos Básicos da UNB, Vítor Motta.

Têm vários relatos de egípcios usando papoula, várias civilizações usando papoula. Inclusive a já citada deusa Nix, da Grécia, que é descrita dando papoula para os seus seguidores, para que pudessem dormir e ter uma noite de sono prazerosa."

Graças à euforia e aos efeitos anestésicos provocados pelo ópio e seu derivado, a morfina, essas substâncias foram muito utilizadas na Guerra Civil americana, no século 18. Naquele período, surgiram legiões de "comedores, bebedores e injetadores de morfina". Naquela época, as drogas, hoje ilícitas, tinham seu uso permitido e até estimulado.

O professor Henrique Carneiro conta que, durante décadas, a cocaína era vendida em farmácias, sem maiores conseqüências. Na história do Rio de Janeiro, por exemplo, o consumo de cocaína era formal e legalizado até o início do século 20. Era usada para cura da dependência de ópio. Em 1884, um então desconhecido Sigmund Freud exaltava a capacidade da cocaína de melhorar o humor e combater o “morfinismo”, o “alcoolismo”, transtornos gástricos, asma, além de ser afrodisíaco e anestésico local. A maconha também era consumida por suas propriedades terapêuticas, além das alucinógenas. As indicações medicinais da maconha diziam respeito ao tratamento da asma, tosse e doenças nervosas. O professor Vítor Motta destaca que a proibição das drogas pelo estado começou no século 19, justamente quando os efeitos colaterais começaram a ser observados. Um dos mais sérios: a dependência que elas provocam.

No Brasil, até o começo do século 20, não tinha qualquer controle estatal sobre as drogas que eram toleradas e usadas em prostíbulos freqüentados por jovens das classes média e alta, filhos da oligarquia da República Velha. No início da década de 20, depois de ter se comprometido na reunião de Haia (1911) a fortalecer o controle sobre o uso de ópio e cocaína, o Brasil começou efetivamente um controle. Naquele momento, o vício até então limitado aos “rapazes finos” dentro dos prostíbulos passou a se espalhar nas ruas entre as classes sociais “perigosas”, ou seja, entre os pardos, negros, imigrantes e pobres, o que começou a incomodar o governo.

Em 1921, surge a primeira lei restritiva na utilização do ópio, morfina, heroína, cocaína no Brasil, passível de punição para todo tipo de utilização que não seguisse recomendações médicas. A maconha foi proibida a partir de 1930 e em 1933 ocorreram as primeiras prisões no país (no Rio de Janeiro) por uso da droga.

Essa proibição se estende até hoje com uma certa variação. Mesmo proibidas, as drogas continuaram a ser consumidas e aumentou a violência em torno do tráfico, com o surgimento de grandes grupos de traficantes, como o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro.

RELATOS E REGISTROS HISTÓRICOS SOBRE ÁLCOOL E DROGAS

DROGA É TODA SUSTÂNCIA NATURAL OU ARTIFICIAL, QUE ALTERA A ESTRUTURA OU FUNCIONAMENTO DO ORGANISMO, ACARRETANDO PROBLEMAS DE NATUREZA FÍSICA, MENTAL OU SOCIAL.

DE ONDE SURGIU O NOME “DROGAS”?

A palavra droga, além de ter o significado de coisa ruim, sem qualidade, teve origem na palavra “DROOG” (Holandês Antigo) que significa folha seca, pois antigamente todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais.

AS DROGAS ATRAVÉS DOS TEMPOS

Gênesis

O livro da Bíblia relata um episódio de bebedeira de Noé.

10.000 a.C.

Existem evidências de que no início da agricultura já se cultivavam plantas como tabaco, café e maconha.

7.000 a.C.

Folhas de

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