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Doença de Alzheimer e Família: O Sofrimento do Familiar Cuidador

Por:   •  1/5/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.591 Palavras (7 Páginas)  •  218 Visualizações

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Doença de Alzheimer e Família: O Sofrimento do Familiar Cuidador

                                                                    Mayránayara Ribeiro Miranda

                                                                    Vanessa da Silva Queiroz

  1. JUSTIFICATIVA

Por meio dos dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, o número de idosos no Brasil será superior aos de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos.

Cada vez mais a população idosa vem crescendo mundialmente. E com esse envelhecimento populacional, surge um aumento das doenças crônicos-generativas relacionadas à idade e a causa mais frequente de demência é a doença de Alzheimer (CARAMELLI; BARBOSA, 2002). Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a doença de Alzheimer.

O desejo de estudar o tema surgiu devido a percepção de pouco conhecimento sobre o assunto na população Brasileira, querer ter mais conhecimento de como os familiares lidam com o portador da doença de Alzheimer. Além disso, estar vivenciando com um familiar portador da doença de Alzheimer e participar como um familiar cuidador, dividindo a tarefa do cuidar com outros familiares. Também nos serviu de inspiração para a construção desse trabalho as aulas de Neuroanatomia e as aula de Aprendizagem e Memória, no curso de graduação de Psicologia, que trouxeram a compreensão da doença de Alzheimer.

O nome Alzheimer se originou-se em 1901, em homenagem ao neurologista alemão Alois Alzheimer, que foi o primeiro a falar sobre a doença. A doença de Alzheimer se caracteriza como um processo neurodegenerativo, progressivo, irreversível o quadro clínico de Alzheimer é caracterizado por traços cognitivos e comportamentais, incluindo o comprometimento do pensamento, da memória e do raciocínio, o sintoma mais evidente da doença é o comprometimento da memória recente, essa doença se manifesta lentamente e vai se agravando ao longo do tempo (CARAMELLI; BARBOSA, 2002).

Com a evolução da doença o idoso torna-se cada vez mais dependentes de cuidadores formais e informais, sendo esses cuidadores informais integrantes da família, amigos, vizinhos, entre outros, que exercem a função de zelar pelo bem-estar dos idosos em domicílio ou cuidadores formais, que prestam auxílio com remuneração, seguindo as recomendações indicadas pela família do idoso. O cuidador acaba servindo como o ego auxiliar e como função do idoso (ZIMERMANN,200).

Petrilli (1997), define cuidador como a pessoa diretamente responsável pelos cuidados do paciente, normalmente a esposa, um dos filhos ou outro parente, ou, ainda, uma pessoa contratada para a função. Segundo Santos (2003), “independente do lugar, a família é a principal fonte de apoio e de cuidado ao idoso”.  Conforme a literatura da gerontologia, os cuidadores são a maior parte do sexo feminino, idade mais avançada e exercem a tarefa de cuidar diariamente, sem descansar, (KARSH, 2003). Portanto, momento que o cuidador(a) informal assume o papel de cuidar, isso pode acabar diminuindo as suas atividades de lazer e a vida social? Será que essa demanda exagerada pode causar sofrimento nesses cuidadores?

O governo deveria garantir aos cuidadores familiar de idosos com a doença de Alzheimer orientações, de como proceder durante os processos de cuidados e receber em casa visitas de profissionais como médicos geriatra, clinico geral, pessoal da enfermagem, da psicologia, fisioterapia, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista para uma assistir tanto o idoso com a doença de Alzheimer como assistir o cuidador  e dá orientações que capacite o cuidador, para que ele aprenda práticas de como preparar refeições que agradem o paciente, não contrariar o paciente para evitar momentos de agressividade, não discutir nem criticar o paciente, desvalorizando a situação e falando com calma. Com o avançar da doença, é comum o doente precisar de ajuda para fazer sua higiene, como tomar banho, vestir-se, ou pentear-se por exemplo, pois, além de se esquecer como fazer cada tarefa, deixa de reconhecer a função dos objetos e etc. Esta orientação e capacitação serviria de apoio e seria de fundamental importância, principalmente quando se trata de um casal de idosos, em que, o cônjuge menos lesado assume os cuidados do outro, que foi acometido por uma inesperada e grave doença incapacitante (KARSH, 2003).

Os cuidadores se deparam com inúmeros fatores, que incluem a aceitação do diagnóstico, excesso de atividades, lidar com um stress cada vez maior, administrar o conflito dentro da família, planejar o futuro, isso pode acabar gerando uma sobrecarga. A tarefa de ser um cuidador, às vezes, não é escolha do indivíduo, sobretudo quando o idoso se trata de um membro familiar. Além disso, as tarefas são desgastantes, e por vezes, exige grande dedicação dessas pessoas.  Com isso, traz insegurança para o cuidador e o cuidador ficará vulnerável a doenças físicas, psicológicas, a abusar fisicamente e verbalmente do paciente, a perda ou aumento de peso, a insônia, a um aumento de uso de álcool e de medicamentos psicotrópicos (CALDEIRA; RIBEIRO, 2004).

Cuidadores de paciente da doença de Alzheimer possuem maiores chances de ter sintomas psiquiátrico, maior frequência de conflitos, níveis significantes de depressão e estresse, problemas no ambiente de trabalho e mais problemas de saúde se comparado às pessoas da mesma idade que não exerce o papel de cuidador (CERQUEIRA; OLIVEIRA,2002). Será então que tornar essa condição evidente na nossa sociedade poderá diminuir esse fenômeno atual?

Cotidianamente encontramos se deparamos com idosos que necessitam de cuidados domiciliares e com cuidadores familiares que também necessitam de cuidados. O que se ver nesse cenário é uma carência de suporte e uma falta de estrutura mais eficaz, que proporcione a esses cuidadores familiares muitas vezes leigos, uma maior e melhor capacidade para prestar um cuidado efetivo ao idoso (MARTINS et al.,2007). O Sistema Público de Saúde do Brasil, no entanto, ainda não fornece o suporte adequado ao idoso que adoece nem a família que dele cuida (ROCHA, 2008).

Este pré-projeto buscará ressaltar o sofrimento do familiar cuidador do portador da doença de Alzheimer e a importância desse cuidador ser cuidado junto com o seu paciente. Portanto o cuidador precisa de cuidados e para tanto, aponta-se a necessidade da criação de Políticas Públicas de saúde que englobem este público, tanto os idosos como os cuidadores, pois a dependência de um familiar idoso gera impacto no dia a dia, na economia familiar e na saúde dos membros da família que se ocupam dos cuidados.

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