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Histeria

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Por:   •  30/11/2014  •  Trabalho acadêmico  •  3.571 Palavras (15 Páginas)  •  396 Visualizações

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TRABALHO DE PSICANALISE

HISTERIA

ARI SALLES DE LEMOS

TURMA 7 DO INSTITUTO

Trabalho apresentado para atender avaliação

da disciplina de Introdução á Psicanálise,

ministrada pelo Prof: Nilton de Oliveira

no Curso de Formação de Psicanalistas.

CAMPINAS

FEVEREIRO – 2014.

INTRODUÇÃO

A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' num sintoma físico.

O termo origina-se do grego, hystéra, que significa útero. Uma antiga teoria sugeria que o útero vagava pelo corpo e a histeria era considerada uma moléstia específicamente feminina, atribuída a uma disfunção uterina. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres e são mais comumente observados na adolescência.

No final do século XIX, Jean Martin Charcot (1825-1893), um eminente neurologista francês, que empregava a hipnose para estudar a histeria, demonstrou que idéias mórbidas podiam produzir manifestações físicas.

Posteriormente, Sigmund Freud (1856-1939), em colaboração com Breuer, começou a pesquisar os mecanismos psíquicos da histeria e postulou em sua teoria que essa neurose era causada por lembranças reprimidas, de grande intensidade emocional.

Casos clássicos de histeria, como aqueles frequentemente descritos pelos médicos do século XIX, atualmente são raros e a maioria das psiconeuroses são formas mistas, nas quais os sintomas histéricos podem estar mesclados com outros tipos de distúrbios neuróticos.

Os sintomas sensoriais e motores da histeria são denominados conversão pois geralmente não seguem as costumeiras inervações do sistema nervoso.

Os distúrbios sensoriais podem: abranger os sentidos da visão, audição, paladar e olfato;

variar desde sensações peculiares até a hipersensibilidade ou anestesia total;

causar grande sofrimento com dores agudas, para as quais nenhuma causa orgânica pode ser determinada.

Os distúrbios motores podem incluir uma gama de manifestações, como paralisia total, tremores, tiques, contrações ou convulsões. Afonia, tosse, náusea, vômito, soluços são muitas vezes de origem histérica. Episódios de amnésia e sonambulismo são considerados reações de dissociação histérica.

HISTERIA

A histeria foi a principal doença investigada por Freud e que acabou dando origem a Psicanálise. A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' num sintoma físico.

O nome “histeria” tem origem nos primórdios da medicina e resulta do preconceito, superado somente nos dias atuais, que vincula as neuroses às doenças do aparelho sexual feminino. Na Idade Média, as neuroses desempenharam um papel significativo na história da civilização; surgiam sob a forma de epidemias, em consequência de contágio psíquico, e estavam na origem do que era fatual na história da possessão e da feitiçaria. Alguns documentos daquela época provam que sua sintomatologia não sofreu modificação até os dias atuais.

Hipócrates (século IV a.C) vai consagrar duzentas e cinquenta páginas de suas obras completas às "doenças das mulheres", cuja origem principal é atribuída à mobilidade da matriz, dando continuidade à ideia, que remonta à mais alta Antiguidade, de que o útero é um organismo vivo análogo a um animal dotado de autonomia e de uma possibilidade de deslocamento. Ideia insólita que terá vida longa até o começo da era cristã. A "sufocação da matriz" - a histeria - não é considerada senão um caso particular das doenças das mulheres, afecção que, segundo Hipócrates, ocorre, sobretudo, àquelas que não têm relações sexuais, o que tornaria o útero mais leve e de mais fácil movimento. Esse fato levaria o útero até o fígado, causando a seguir uma sufocação súbita da mulher ao interceptar as vias respiratórias. Para Hipócrates, é por essa razão que o branco dos olhos revira, a mulher fica fria e por vezes lívida, e a saliva flui à boca fazendo-a sucumbir asfixiada se assemelhando aos ataques epilépticos. Descrição precisa daquilo que, muito mais tarde, Charcot vai nomear de ataque histérico completo.

Somente à época romana, devido aos movimentos de libertação das mulheres e dos escravos, iniciaram-se algumas mudanças nos tratamentos bárbaros dirigidos às histéricas cujo objetivo era fazer descer o útero, que teria se deslocado em direção à cabeça. De um modo ou de outro, a violência tem acompanhado os chamados tratamentos dos sintomas histéricos: extirpação do útero, internações forçadas, ou mesmo a camisa de força química. O que se retrata, através dos tempos, é a intolerância dos discursos instituídos em relação à posição histérica, ou melhor, ao discurso da histérica, como ensina Lacan (19691970/1992), cujo agente é o sujeito dividido marcado pela falta.

A posteridade vai reter da herança médico-filosófica uma importante observação: que a história da histeria é estreitamente ligada à história da epilepsia. Tanto uma quanto a outra se traduzem em manifestações corporais espetaculares que inspiram desde o temor até a compaixão. A violência do ataque deixa o sujeito aturdido e inconsciente em relação ao que passou. Hipócrates, ao localizar a epilepsia no cérebro, destrói as crenças que a rondavam. A histeria teve que esperar alguns séculos para com Charcot e, depois, com Freud ter um destino semelhante.

Um longo caminho ainda seria percorrido durante toda a Idade Média quando milhares de mulheres designadas como bruxas foram queimadas

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