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Historia Da Psicologia

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Por:   •  18/3/2015  •  3.944 Palavras (16 Páginas)  •  960 Visualizações

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CAPÍTULO 2 BOCK A.Bahia.Psicologias:Uma Introdução aos estudos da psicologia.SP, Saraiva,2006

PSICOLOGIA E HISTÓRIA

Toda e qualquer produção humana — uma cadeira, uma religião, um computador, uma obra de arte, uma teoria científica — tem por trás de si acontribuição de inúmeros homens, que, num tempo anterior ao presente, fizeram indagações, realizaram descobertas, inventaram técnicas e desenvolveram idéias, isto é, por trás de qualquer produção material ou espiritual, existe a História.

Compreender, em profundidade, algo que compõe o nosso mundo significa

recuperar sua história. O passado e o futuro sempre estão no presente, enquanto base constitutiva e enquanto projeto. Por exemplo, todos nós temos uma história pessoal e nos tornamos pouco compreensíveis se não recorremos a ela e à nossa perspectiva de futuro para entendermos quem somos e por que somos de uma determinada forma.

Esta história pode ser mais ou menos longa para os diferentes aspectos da

produção humana. No caso da Psicologia, a história tem por volta de dois milênios. Esse tempo refere-se à Psicologia no Ocidente, que começa entre os gregos, no período anterior à era cristã.

Para compreender a diversidade com que a Psicologia se apresenta hoje, é

indispensável recuperar sua história. A história de sua construção está ligada, em cada momento histórico, às exigências de conhecimento da humanidade, às

demais áreas do conhecimento humano e aos novos desafios colocados pela

realidade econômica e social e pela insaciável necessidade do homem de

compreender a si mesmo.

A PSICOLOGIA

ENTRE OS GREGOS: OS PRIMÓRDIOS

A história do pensamento humano tem um momento áureo na Antiguidade,

entre os gregos, particularmente no período de 700 a.C. até a dominação romana, às vésperas da era cristã.

Partenon — uma das mais belas produções da arquitetura da Grécia Antiga (séc. 5 a.C).

Os gregos foram o povo mais evoluído nessa época. Uma produção minimamente planejada e bem-sucedida permitiu a construção das primeiras

cidades-estados (pólis). A manutenção dessas cidades implicava a necessidade de mais riquezas, as quais alimentavam, também, o poderio dos cidadãos (membros

da classe dominante na Grécia Antiga). Assim, iniciaram a conquista de novos territórios (Mediterrâneo, Ásia Menor, chegando quase até a China), que geraram riquezas na forma de escravos para trabalhar nas cidades e na forma de tributos pagos pelos territórios conquistados.

As riquezas geraram crescimento, e este crescimento exigia soluções

práticas para a arquitetura, para a agricultura e para a organização social. Isso

explica os avanços na Física, na Geometria, na teoria política (inclusive com a

criação do conceito de democracia).

Tais avanços permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito,

como a Filosofia e a arte. Alguns homens, como Platão e Aristóteles, dedicaram-se a compreender esse espírito empreendedor do conquistador grego, ou seja, a Filosofia começou a especular em torno do homem e da sua interioridade.

É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar

uma Psicologia. O próprio termo psicologia vem do grego psyché, que significa

alma, e de logos, que significa razão. Portanto, [pg. 32] etimologicamente,

psicologia significa “estudo da alma”. A alma ou espírito era concebida como a

parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.

Os filósofos pré-socráticos (assim chamados por antecederem Sócrates,

filósofo grego) preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo

através da percepção. Discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se o homem vê um mundo que já existe.

Havia uma oposição entre os idealistas (a idéia forma o

mundo) e os materialistas (a matéria que forma o mundo já é dada para a percepção).

Mas é com Sócrates (469-399 a.C.) que a Psicologia na Antiguidade ganha consistência. Sua principal preocupação era com o limite que separa o homem dos animais. Desta forma, postulava que a principal característica humana era a razão. A razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade.

Ao definir a razão como peculiaridade do homem ou como essência humana, Sócrates abre um caminho que seria muito explorado pela Psicologia. As teorias da consciência são, de certa forma, frutos dessa primeira

sistematização na Filosofia.

O passo seguinte é dado por Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates. Esse filósofo procurou definir um “lugar” para a razão no nosso próprio corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabeça, onde se encontra a alma do homem. A medula seria, portanto, o elemento de ligação da alma com o corpo. Este elemento de ligação era

necessário porque Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém

morria, a matéria (o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.

Aristóteles (384-322 a.C), discípulo de Platão, foi um dos mais importantes

pensadores da história da Filosofia. Sua contribuição foi inovadora ao postular que alma e corpo não podem ser dissociados. Para Aristóteles, a psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta forma, os vegetais, os animais e o homem teriam alma.

Os vegetais teriam a alma vegetativa, que se define pela função de alimentação e reprodução. Os animais teriam essa alma e a alma sensitiva, que

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