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Massacre de Realengo

Por:   •  4/12/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.247 Palavras (9 Páginas)  •  393 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O presente estudo de caso visa abordar as motivações psicológicas que levaram Wellington Menezes de Oliveira a cometer esse terrível massacre, assassinando friamente 12 alunos e logo após suicidando-se, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo/RJ.

Segue um resumo da história de Wellington e sobre o massacre que chocou o país.

  1. O MASSACRE E UM POUCO DA HISTÓRIA DE WELLINGTON

O crime “Massacre de Realengo” ocorreu na cidade do Rio de Janeiro/RJ que chocou o país no ano de 2011. Tal massacre refere-se ao assassinato em massa ocorrido em 07/04/2011, por volta das 8h30min da manhã, na Escola Municipal  Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo/RJ.

O ex-aluno “Wellington Menezes de Oliveira”, 23 anos, responsável pelo massacre, invadiu a escola armado, com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos que estavam presentes, matando doze deles, com idades entre 12 e 14 anos. O assassino foi interceptado por policiais, cometendo suicídio.

Wellington era filho adotivo de Dicéa Menezes de Oliveira, o caçula de cinco irmãos e foi adotado ainda bebê. Sua mãe biológica, “Eliete Pereira” sofria de esquizofrenia e após descobrir que o marido tinha outra família, tenta tirar a própria vida ao jogar-se na frente de um ônibus, ainda grávida de Wellington, o que pode ter desencadeado tais transtornos mentais no assassino pois já estava em sua genética.

Acostumado a desviar o olhar e abaixar a cabeça ao passar pelos vizinhos, Wellington nunca participava das brincadeiras de rua. Só se aproximava do campinho de areia cercado por grades enferrujadas, em frente à casa, para assistir. Nunca teve muitos amigos, nem foi visto com namorada.

De acordo com familiares e conhecidos, Wellington foi descrito como um rapaz calado, tímido, introspectivo, que não se metia em problemas e nem desrespeitava regras. Sua mãe adotiva que morreu em 2010, era testemunha de Jeová e Wellington também chegou a frequentar a religião por um tempo. Alguns colegas mais próximos de Wellington informaram que ele sofria bullying e passava boa parte de seu tempo navegando na internet e pesquisando sites ligados a atentados terroristas e grupos religiosos fundamentalistas. Foi comprovado que Wellington não tinha antecedentes criminais.

Como já era de se esperar, a mídia tratou o massacre como espetáculo, dando muita ênfase às supostas conexões políticas e religiosas de Wellington e pouco destaque a sua vida pessoal. Infelizmente as informações sobre a infância e adolescência do assassino foram poucas, repetidas ao extremo, mas na realidade são dados escassos e muitas vezes contraditórios.

  1. DETALHES DO CRIME

Wellington dirigiu-se a pé para a escola na manhã de 07 de abril de 2011, portando dois revólveres de calibre 38 e outro de calibre 32 e carregadores do tipo speedloader, que segundo policiais, exigem treinamento para uso. Conhecido na escola por ser ex aluno, ele teria entrado sob alegação de que iria fazer uma palestra para os alunos naquela manhã.

Subiu para o primeiro andar e entrou numa sala de aula da 8ª série, onde estava ocorrendo a segunda parte de uma aula dupla de língua portuguesa com a professora Leila D´Angelo. Wellington entrou na sala sem pedir licença, calmamente, atitude que já demonstra claramente muita frieza e fortes traços de psicopatia. Então pegou suas armas, uma em cada mão, e começou a atirar nos alunos, nos braços e pernas dos meninos e nas cabeças das meninas, visando a matar somente elas. Segundo testemunhas, ele se referia às meninas como seres impuros e posicionava a arma em suas testas de forma cruel antes de matá-las. Tal ato de crueldade com as meninas, demonstra sinais de rejeição por parte delas para com o assassino, o que foi caracterizado por alguns especialistas como bullying, porém nada comprovado.

Morreram dez meninas e dois meninos, todos com idade entre 12 e 14 anos.  Ele conseguiu dar mais de cem tiros, graças ao uso dos carregadores. Pais, familiares e amigos desesperados, se aglomeraram em frente a escola em busca de informações. Feridos foram levados de ambulância para os hospitais da redondeza. Após ser alvejado por guardas da Polícia Rodoviária, o assassino cometeu suicídio. Toda a ação de Wellington foi registrada pelo circuito interno de segurança da escola. A motivação do massacre é desconhecida, cogitam-se hipóteses de que o assassino era psicopata, sofria de bullying, esquizofrenia paranoide, abuso sexual na infância e que tinha ligações com grupos extremistas, porém nenhuma dessas hipóteses foi comprovada.

De acordo com todo material analisado sobre o massacre, percebe-se que o assassino sofria transtornos mentais com traços psicóticos, tinha delírios, alucinações, fantasias e distorções da realidade. Sua carta de suicídio e sua página pessoal no site de relacionamento, continham temas religiosos e passagens de livros da Bíblia.

  1. CARTA DE SUICÍDIO

Na carta encontrada com Wellington, o assassino fala de questões religiosas, pede perdão pelo crime e dá indícios de que o ataque foi premeditado. Em algumas partes da carta percebe-se que Wellington seguia uma linha religiosa de cunho fundamentalista, principalmente ao demonstrar preocupação com quem tocaria seu cadáver, exigindo que fossem pessoas castas, levando a crer que o assassino tinha traços psicóticos e que sofria com quebra de realidade.

Entre outras cartas e vídeos que foram encontrados na casa do assassino, também foram mencionados dois extremistas com os quais Wellington se correspondia pela internet e um deles teria declarado que quase participou do atentado a 11 de setembro. A Polícia desconsidera seguir essa linha de investigação, pois acredita que tais ligações com terroristas podiam ter sido meros delírios do rapaz e a informação de que teria vínculos diretos com o islamismo foi posteriormente negada por pessoas próximas a ele e também pela União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil.

  1. FRACASSOS NA VIDA E NO TRABALHO

A primeira grande perda da vida de Wellington Menezes de Oliveira foi a morte do pai, há três anos, em decorrência de problemas cardíacos. Mas foi a morte da mãe adotiva, no ano passado, que fez com que ele se trancafiasse no universo que cabia dentro da tela do computador do quarto. O silêncio passou a ser seu maior companheiro. Quieto, mergulhou ainda mais na solidão.

Um dos primeiros empregos de Wellington foi no lava-jato da Rua Jequitinhonha. Lá, recebeu o apelido de Orelhinha, devido às orelhas pontiagudas. Ao sair, Wellington foi trabalhar bem longe de casa. Entre fevereiro de 2008 e agosto de 2010, deu expediente na fábrica de Jacarepaguá da Rica Alimentos. O garoto cuja inteligência dava orgulho à mãe adotiva logo foi progredindo.

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