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Moradores em situação de rua - Psicologia Social

Por:   •  25/3/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.697 Palavras (11 Páginas)  •  983 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

PSICOLOGIA

AYRAN RODRIGO PEREIRA DE ALMEIDA – RA 1299134742

IGOR ARAUJO DE ALMEIDA – RA 1587931319

WENDY SALES SANTOS – RA 1569122237

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DE PSICOLOGIA SOCIAL

B1

SANTO ANDRÉ

2016


AYRAN RODRIGO PEREIRA DE ALMEIDA – RA 1299134742

IGOR ARAUJO DE ALMEIDA – RA 1587931319

WENDY SALES SANTOS – RA 1569122237

TEMA: MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA

1.0 INTRODUÇÃO

A partir da teoria self e falso self do Winnicot, ao pesquisar e aprofundar mais sobre a situação e o descaso com os moradores em situação de rua em uma pesquisa longitudinal, percebe-se a visão sobre o mesmo, antecipando alguns conceitos.

Ao deixarmos os olhos mais atentos e alertas para as Políticas Sociais, notamos os moradores de rua em toda região de São Paulo, debaixo de pontes, rodoviárias, jogados nas calçadas, espalhados por todos os lugares, vivendo em nível de miséria, com pouquíssima ou nenhuma qualidade de vida, pois não se alimentam adequadamente, onde a higiene é inexistente, a situação é desumana, pois além da situação ao qual se encontram, facilmente são associados ao uso de tóxicos e com a criminalidade, vistos como vagabundos por estarem mal cheirosos e maltrapilhos, causam repúdio e despertam preconceitos, levando a exclusão social deste grupo, tornando pouco notáveis ao olhos da sociedade .

A cidade de São Paulo conhecida mundialmente como uma das maiores potências econômicas, acaba por ser extremista do luxo ao lixo, a desigualdade social é extrema e nessa diversidade também é conhecida por conviver na agravante modalidade de privação e sofrimento humano.

2.0 DESENVOLVIMENTO

Winnicott foi um grande nome para psicologia e seus textos e teorias até a atualidade nos auxiliam nas questões sociais para compreender melhor a situação psicossocial das pessoas em situação de rua podemos observar sua teoria do verdadeiro e do falso self que influência diretamente na nossa personalidade que é resultante das experiências vividas.

Se devemos estabelecer uma teoria para o self verdadeiro, acho que é importante enfatizar como esse self-essência é a presença singular do ser que cada um de nós é; o idioma da nossa personalidade (…). No entanto, o idioma da pessoa não é um texto escondido e enfurnado na biblioteca do inconsciente, esperando por sua divulgação através da palavra. É mais um conjunto de possibilidades pessoais únicas, específicas desse indivíduo e sujeitas, em suas articulações à natureza da experiência vivida no mundo real. (Bollas, 1992, p.21-22).

Podemos caracterizar como “população em situação de rua” o grupo de indivíduos em situação de exclusão do mercado formal de trabalho e sem um local fixo para viver. Em maioria dos casos a mudança para a situação de rua é gradativa e ocorre após o rompimento com família e trabalho. Após assumir situação de rua se inicia uma internalização do sentimento de exclusão a partir da visão da sociedade para com estes indivíduos como marginais e perigosos; o que pode gerar um sentimento de culpa pelo fracasso, a diminuição ou inexistência do desejo de viver e até mesmo de praticar tarefas mínimas que são necessárias para uma sobrevivência digna.

Segundo o Decreto 7.053/09 define este grupo em termos legais como: “grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.

Nos últimos anos houve um visível amadurecimento nas investigações relativas à população em situação de rua, com pesquisas que resultam em índices que permitem o desenvolvimento de novos conceitos e metodologias aplicadas, que facilitam e melhoram o trabalho com esta população. A cooperação de municípios que buscam a realização de censos específicos auxiliam ainda mais o desenvolvimento de métodos e conceitos em nível nacional e a formação de um banco de dados que é administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, o qual cria subsídios de alta quantidade de informações incentivando as Políticas Públicas a nível nacional. Tendo destaque a cidade de São Paulo que possui atualmente uma política modelo dentro do território nacional, inclusive, com a implantação de uma comissão na Câmara de Vereadores de São Paulo – “Frente para Políticas Públicas para a População em Situação de Rua”, com o objetivo de expor o nível da situação dessa população, para assim traçar um programa de assistência social efetivo.

Fica evidente a importância destes grupos de discussão, pois através dos debates com os responsáveis pela implementação dos programas de melhorias surgem os confrontos de ideias facilitando um resultado final mais satisfatório. Um fato relevante é que a capital de São Paulo segundo uma pesquisa realizada  em 2009 onde se apurou o numero e as características gerais desta população revelou que São Paulo possui o maior número em população em situação de rua do Brasil e apurou também a real situação dos mesmos.

Entre os aspectos obtidos através da coleta de informações sobre esta população um dos que mais prende a atenção é a questão da saúde. São diversos os problemas existentes e entre estes os em maior numero são os de transtornos mentais, consumo de substancias psicoativas e álcool, deficiências físicas e mentais resultantes de doenças infectocontagiosas e complicações físicas que tem como causa a violência.

Dentre esses divergentes aspectos deste grupo, destaca se também, a violência sexual que chama atenção para o abuso de autoridade da policia e de alguns indivíduos sociais. Para exemplificar esse aspecto observamos o relato de uma moradora de rua identificada por “C.A.”, na obra de Andréa Cristina Kubota: “...certa noite estava eu dormindo, doente e de repente, acordo com este rapaz ao meu lado me abraçando, eu o rejeitava, mas ele continuava. Nós entramos numa luta física [...] eu estava tão nervosa, que saí correndo no meio da rua, pedindo ajuda até que encontrei a rota policial, pedi ajuda a eles, falei o que havia acontecido, e estes policiais pediram para que eu entrasse no carro, que tudo seria resolvido, mas, assim de repente eles pararam no meio do mato, e fizeram tudo o que quiseram comigo, – me estupraram e me ameaçaram dizendo que se eu desse queixa, estaria morta. Depois me levaram para perto da onde eu estava [...] ou seja, fugi de um abuso e acabei sofrendo um maior ainda". 

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