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A RELAÇÃO SOCIAL COM OS MORADORES DE RUA/PEDINTES DE ESMOLAS

Por:   •  13/9/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  246 Visualizações

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CENTRO UNIVERSATÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA

Curso: Psicologia

Disciplina: Métodos de Observação em Psicologia

QUAL A RELAÇÃO SOCIAL COM OS MORADORES DE RUA/PEDINTES DE ESMOLAS?

Ana Claudia Morandini

Carolina de Carvalho Santos

SÃO JOSÉ

2017

1. JUSTIFICATIVA

A cada dia vem aumentando visivelmente a população de moradores de rua na grande Florianópolis. Os motivos pelos quais isso ocorre são, por exemplo, traumas e perdas que levam o indivíduo ao alcoolismo e/ou dependência química, ou o vício já existente, fazendo com que ele recuse ajuda e acabe buscando nas ruas. Mas segundo estudo, em torno de 64% dos que vivem nessa situação vem de outras cidades em busca de emprego, numa tentativa quase sempre falha de uma vida um pouco mais digna.

Existem casas de acolhimento, apoio e albergues, que servem como uma medida provisória, porém, não são suficientes o bastante para resolver esse problema que acomete tantas pessoas. Diferente de outras cidades, o Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) da Capital oferece apenas a refeição e um banho para estes indivíduos. Não há nenhum tipo atividade direcionada para o desenvolvimento social; ou seja, cria a oportunidade de que o sujeito encontre outros meios para alimentar-se ou sustentar seus vícios, seja roubando ou pedindo.

 As pessoas que vivem na situação de rua são sobreviventes, pois todos os dias passam por diversas dificuldades, são expulsos dos lugares que chegam, passam fome, sofrem com a violência física por parte da população, polícia ou até mesmo de outros moradores de rua, e são quase sempre vistos com maus olhos ou nem vistos são.

2. PROBLEMA

Quais os comportamentos emitidos pelas pessoas frente aos pedintes de rua?

Independentemente das referências políticas, culturais e sociais com que as sociedades se constituem, percebe-se nelas uma generalizada hostilidade à prática de pedir esmola. Nas sociedades organizadas com base nas práticas e ideais capitalistas, essa hostilidade se apresenta de maneira mais contundente.

A forma de obtenção de rendimento mais valorizada é o trabalho e, a não ser em situações muito específicas, é fortemente discriminada a obtenção de renda sem esforço, principalmente por parte da população pobre, por meio da prática de pedir esmola.

Este trabalho tem como objetivo obter uma visão mais clara da relação entre a população e os pedintes de rua.  Vamos trazer a tona, a invisibilidade sofrida pelos mesmos, observando de que forma eles tem retorno quando pedem ajuda.

3. OBJETIVO GERAL

  • Analisar como é a relação social da população com os pedintes de rua na grande Florianópolis.

3.1 Objetivos específicos

  • Apontar o nível de interesse das pessoas na abordagem do pedinte;
  • Enfatizar a indiferença /invisibilidade social sofrida pelos pedintes;
  • Observar a relação direta dos pedintes de rua com a população.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É necessário conceituar o que de fato é grupo, qual a importância do mesmo e alguns outros aspectos para que tenhamos mais clareza sobre o assunto abordado neste projeto.

“Na sua forma mais simples, o grupo pode ser definido como pessoas que estão no mesmo lugar ao mesmo tempo. De acordo com essa definição ampla, não é preciso haver interação entre as pessoas para que o conjunto seja considerado um grupo: elas precisam simplesmente estar na presença uma das outras.” Aronson ainda fala sobre dois grupos, os não sociais e os sociais. Grupos não sociais são definidos quando duas ou mais pessoas se encontram no mesmo lugar, ao mesmo tempo, mas não interagem entre si. Já os grupos sociais são quando duas ou mais pessoas que interagem entre si e são interdependentes, no sentido de que suas necessidades e seus objetivos levam-na a depender umas das outras.

Observando os indivíduos que se encontram em situação de rua, percebemos que dificilmente eles ficam sozinhos, normalmente encontram-se em grandes grupos, sociais e não sociais, em locais já definidos na cidade, e isso geralmente ocorre para se manterem seguros.  O autor Alexandre (2002) relata que o ser humano é um ser sociável e um ser socializado, ou seja, nós sempre procuramos manter um vínculo ou ligação uns com os outros, seja a partir da procura de um objetivo específico ou pela sobrevivência ou até por conforto ao mesmo tempo.

É fácil perceber esse aglomerado de pessoas no período da noite, pois as ruas se transforam em albergues a céu aberto, o que gera um grande impacto nas demais pessoas que por ali trafegam. É nítido o medo e o olhar de repugnância de quem passa por esses lugares. Porém isso ocorre não só à noite ou quando eles estão em grandes grupos, um único individuo pedindo dinheiro ou algo para comer, gera a mesma resposta. E assim que se dá inicio a exclusão e a invisibilidade social para com essas pessoas.  

“Invisível é a qualidade daquele que não pode ser visto. Ver, entendida como percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista, é um ato automático. Agora, ver, enxergar, é, como nos diz o Dicionário, alcançar com a vista, ver o que está fora e/ou distante; descortinar avista.” (Houaiss, 2009).

 “Uma esmola pro desempregado
Uma esmolinha pro preto pobre doente
Uma esmola pro que resta do Brasil
Pro mendigo, pro indigente
Ele que pede, eu que dou, ele só pede
O ano é mil, novecentos e noventa e tal
Eu tô cansado de dar esmola
Qualquer lugar que eu passe é isso agora”

(Chico Amaral / Samuel Rosa)

Assim como a letra da música, como as placas espalhadas pela cidade com dizeres semelhantes com: “Esmola não dá futuro” e “Esmola não dá dignidade, ajude de verdade”; chegamos a um impasse em relação a dar ou não esmola. Através dessa questão muitas outras podem ser levantadas, como por exemplo, o que leva alguém a pedir dinheiro para outra sem ao menos conhecê-la, por que essas pessoas não procuram emprego ou vão estudar? Podemos pensar que é falta de vontade, comodidade ou como se diz no popular “malandragem”. O que não paramos para analisar é como seria se qualquer um desses indivíduos, com suas vestimentas sujas, entrassem em uma grande empresa pedindo um emprego, será que ele seria ouvido ou seria simplesmente expulso desse local? Esses indivíduos não são vistos, eles são ignorados e se tornam invisíveis, isso quando não “devolvidos” a sua cidade natal para que ocorra a “limpeza” da cidade que os mesmo vieram em busca de uma oportunidade.

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