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O Bebê na Concepção de Dolto

Por:   •  26/11/2019  •  Resenha  •  474 Palavras (2 Páginas)  •  157 Visualizações

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O bebê na concepção de Dolto.

Para Dolto, antes mesmo da concepção o feto inicia sua vida de relações, uma vez que na concepção já existe uma tríade de três desejos: um desejo da mãe, o desejo do pai e o desejo de um sujeito se encarnar em um corpo. Desta maneira a fecundação é vista por ela como parte da história de vida da criança.

J. D. Nasio, afirma que para Dolto o ser humano busca, desde a vida fetal, a comunicação. As impressões emocionais vividas pela mãe deixam marcas no corpo e no psiquismo da criança. A maneira como o bebê é acolhido no ventre da mãe pode ter efeitos inibitórios ou promovedores. Desde o útero — advoga Dolto — a criança conforma um corpo-mente, imerso na linguagem.

O autor afirma que para Dolto, o bebê é um ser desejante à procura de outro. Desde o nascimento, a criança é um ser de fala, receptivo e ativo, na expectativa das trocas sensório-motoras e da linguagem vocal e gestual, sendo dotado desde o início de uma atividade representativa. “Essa função apoiá-se nas trocas que se travam no lugar de seu corpo. As palavras e os afetos, associados à vivência corporal e relacional, deixam impressões somato-psíquicas a partir das quais se constituem os primeiros referenciais, as primeiras imagens inconscientes do corpo.” (Nasio, 1995: 221).

O bebê precisa destas trocas para se estruturar e formar sua identidade. Precisa também estabelecer uma relação de confiança com uma pessoa humana que possa tutelá-lo e mediar o seu encontro com o mundo, traduzindo percepções, instaurando sentido e humanizando as trocas. Desta forma,  “O sujeito ganha corpo (...) apoiado nas emoções de seu círculo mais imediato, através de trocas substanciais e sutis” (Dolto apud Nasio,1995: 220).

As trocas substanciais são entendidas como o mundo das necessidades, dos alimentos, dos excrementos, vinculadas ao esquema corporal, entendido como corpo físico. Já as trocas sutis dizem respeito aos vínculos emocionais e afetivos que se estabelecem entre a criança e a mãe; dizem respeito à comunicação, ao desejo, ao olfato, à audição e à visão. Estão em relação ao que Dolto denomina imagem do corpo, conformada inconscientemente e que especifica cada um “...a imagem inconsciente do corpo molda-se como uma elaboração de emoções precoces, experimentadas na relação intersubjetiva com os pais nutridores” (Nasio, 1995: 221).

A imagem inconsciente do corpo constitui-se pela articulação dinâmica de três componentes: uma imagem de base, uma imagem funcional e uma imagem erógena, cujas conformações e articulações são fundamentais para a definição da imagem do corpo. É uma imagem libidinal, ou seja, investida de desejos, forma-se pelo desejo, na relação com o outro, sendo assim, relacional. Para a autora a relação inter-humana é a que humaniza. Assim “dirigir-se ao bebê com palavras que traduzem suas emoções, seu sofrimento e sua história faz com que ele entre no código humano da linguagem”. (Nasio, 1995).

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