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RESENHA: A Prática Psicanalítica de Françoise Dolto a Partir de Seus Casos Clínicos

Por:   •  23/6/2022  •  Resenha  •  2.040 Palavras (9 Páginas)  •  77 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÂO CATALÃO

UNIDADE ACADÊMICA EDUCAÇÂO [pic 3]

Laís Paz Nascimento

RESENHA: A prática psicanalítica de Françoise Dolto

a partir de seus casos clínicos

Catalão, 2022.

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 Laís Paz  Nascimento

RESENHA: A prática psicanalítica de Françoise Dolto

a partir de seus casos clínicos.

Texto submetido à Estágio obrigatório – Psicoterapeutico e processos clinicos I

da Universidade Federal de Catalao, como requisito parcial para obtenção de crédito. Ministrada pela prof ª Drª
Elzilaine Domingues Mendes. 

Embora Freud fosse conhecido como o fundador da psicanálise, ele não se identificava com o cuidado infantil. Freud achou difícil analisar uma existência que ainda definia sua subjetividade e personalidade. Um ser não autossuficiente que já foi imbuído de cultura, ou seja, já introduzido no desconforto de um povo. Mas essas questões, como mostra o texto não são mais impossíveis. A pediatra e psicanalista Françoise Dolto mostrou que é possível analisar uma criança. Dolto apresentou isso em seu trabalho e em sua tese. O ambiente que ocupou e consagrou por décadas tirou a criança de um lugar inerte onde não era ouvido nem compreendido.

No passado, enfim, foi um divisor de águas no mundo infantil, pois o indivíduo em formação precisava ter um espaço para falar e ser reconhecido como indivíduo na comunidade em que estava inserido. Outra questão singular na análise infantil é que, além do desejo da criança existe o desejo dos pais um desejo que os próprios pais não notam, mas persistem no processo de análise: insistem na externalização: tanto nos atrasos quando a criança é acompanhada ao trabalho e também nas faltas, tanto nos meios de alta remuneração quanto na interrupção brusca da creche (Bernardino, 2004, p. 65, grifo nosso). A análise com crianças difere da análise com adultos também com o método utilizado: no atendimento psicanalítico para crianças não é possível o coito livre, por isso utiliza-se o método do brincar, da conversa e do esboço (Dolto, 1988).

Segundo Bernardino (2004) a análise de crianças requer uma teoria própria, pois o fim das necessidades, a empatia e a análise permeiam as vicissitudes de uma disciplina ainda em construção. Dito isso, essa visão de Bernardino nos lembra que cada um tem sua própria noção de grupo, e que isso transborda para as origens das pessoas que os compõem, exigindo que cada pessoa seja ouvida e analisada de uma forma muito específica. . A terapia psicanalítica, iniciada por Françoise Dolto na década de 1930, foi a primeira possibilidade na França para a terapia analítica das chamadas crianças anormais com distúrbios neurológicos ou de personalidade. Em sua prática, Dolto vê a criança como uma pessoa autônoma e responsável, posicionando-se por meio da interrogação diante de seus desejos e atentando para as diferentes posições da criança nos momentos em que ela se encontra em tensões conflitantes ( Manonni, 1986).

O "caso Dominique" (Dolto, 1981) e o "caso Bernadette" (Dolto, 1996) envolvendo Dolto foram analisados ​​por serem os casos descritos detalhadamente e por serem necessárias intervenções detalhadas para realizar essa busca. Os sintomas significam a existência de um processo patológico, marca registrada e substituta de uma gratificação pulsional que permanece adormecida, e que também é resultado de um processo repressivo (Freud, 1996c, pp. Segundo Dolto, na primeira infância, os sintomas da criança "são distúrbios nas dificuldades parentais, interferência entre irmãos ou clima de inter-relações ambientais" (Dolto, 1980).  Ao lidar com distúrbios posteriores da infância ou adolescência, pode ser devido ao conflito da criança com as demandas do ambiente social e o teste do complexo de Édipo normal.

Alguns sintomas são recebidos positivamente pelo meio social e tais comportamentos não costumam ser vistos como sintomas, mas podem ser patológicos ao sujeito e são sinais de neurose infantil. A suposição geral é que ela sofre de uma ansiedade de culpa inconsciente, cujos sintomas são evidências e um recurso que sua natureza deixou para ela descobrir para canalizar essa ansiedade e impedir que a criança cause ainda mais estragos em seu equilíbrio saudável. . ((p.77) Dolto levantou a hipótese de que os filhos adoeceriam pela inconsciência de seus pais, “a criança é a herdeira de nossa dívida adulta, sintoma de uma criança que esteve em contato com gerações anteriores a ela” (Cfali, 1989, p. 65)).

Às vezes, nada pode ser feito quando uma criança é vista como objeto por um ou outro dos pais, "somente quando os pais começam a se concentrar na 'necessidade de realização autônoma de seu filho' é que a criança tem a oportunidade de abrir o 'risco de análise'" (Manonni, 1986, p. 135).

Dolto participa da dinâmica em que apresenta os familiares do paciente, como pais e irmãos, auxiliando a compreender o contexto familiar e o próprio paciente diante das queixas e solicitações que lhe são feitas, podendo assim conduzir de forma mais efetiva situação. Realizar entrevistas iniciais com os pais na presença da criança, comentar o que os pais dizem na frente da criança, implicando em um mal-entendido. Do mesmo modo, Françoise Dolto não hesita em aconselhar os pais que poderíamos chamar educativos, "na verdade, trata-se de uma intervenção baseada em medidas básicas de 'desempenho' precoces cujas influências passadas estão no presente (Édipo, castração)" (Manonni, 1986, p.135). "Françoise Dolto trabalhava não como terapeuta familiar, mas como analista, atendendo pacientes jovens trazidos pela família" (Manonni, 1986, p. 136).

Cifali (1989) observou que Dolto era notavelmente crítico de tratamentos que colocam as crianças em situações de intimidação ou uso de drogas, que impedem a criança de expressar seus desejos à sua maneira. Ao final da entrevista com os pais, Doerto ofereceu-lhes uma breve opinião, mas não da forma como viam a situação: “Não aceitamos alternativas sugeridas antes mesmo de informações mais amplas: doença ou mal”...

         Qualquer uma dessas pontuações, perdoando ou culpando completamente a criança, inviabiliza a análise e, como aponta Dolto (1988), tende a empurrar a criança ainda mais para um ciclo vicioso de sintomas neuróticos. Ela também sugeriu que, ao trabalhar com crianças, devemos usar métodos de brincadeira, diálogo e desenho, pois métodos de associação livre não são possíveis. A respeito dessa pintura, o autor argumenta que por meio delas "entramos no cerne da representação imaginativa do paciente, da sua afetividade, do seu comportamento interior e do seu simbolismo" (Dolto, 1988, p.132).

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