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O Homem e Seus Símbolos - Carl G. Jung

Por:   •  14/8/2015  •  Resenha  •  1.287 Palavras (6 Páginas)  •  1.299 Visualizações

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Introdução

Num primeiro momento, Carl G. Jung, o famoso psicólogo e filósofo suíço, recusa a proposta de popularizar sua obra, isto é, se dedicar a um novo livro destinado não ao ensino clínico ou filosófico, mas ao homem comum, alegando estar “velho, cansado e sem ânimo para empreender tarefa tão vasta”. No entanto, pouco tempo depois, Jung tem um sonho que o faz mudar de ideia. Sonhou que, em lugar de sentar-se no seu escritório para falar a brilhantes médicos e psiquiatras do mundo inteiro, estava de pé num local público dirigindo-se a uma multidão de pessoas que o ouviam e que compreendiam o que ele dizia. Com duas principais condições – que o livro fosse uma obra coletiva, feita por um grupo dos seus mais íntimos seguidores e que John Freeman coordenasse a obra – nasce o Homem e seus Símbolos.

Trata-se de uma obra que dedica-se ao estudo dos símbolos dos sonhos, da arte, dos mitos e do conceito Junguiano da anima e do animus. O primeiro capítulo do livro foi escrito por Jung e é uma espécie de aula resumida de seu conceito de inconsciente para um público leigo. O papel e a importância do sonho já haviam sido enfatizados por Freud, mas Jung levou o estudo do sonho a um nível mais alto. Para ele, o sonho é sempre um despertar do inconsciente em que formas que não foram conscientes acabam por emergir. Freud dizia que essas imagens eram “resíduos arcaicos”, porém Jung rejeitava essa expressão. Para ele, essas imagens primitivas tinham muita importância uma vez que podiam ser observadas em todas as partes do mundo. Não eram “resíduos”, mas tinham conteúdos valiosos.

A Importância dos Sonhos

Neste capítulo, o autor difere o conceito de símbolo e sinais. Os sinais seriam apenas para indicar os objetos aos quais estão ligados, sem possuir um sentido intrínseco. Já os símbolos propriamente ditos seriam termos, nomes ou imagens que podem nos ser familiar na vida diária embora possuam conotações especiais além de seu significado evidente e convencional. Assim, pode-se dizer que algo é simbólico quando expressa qualquer coisa além de seu significado manifesto e imediato, com um aspecto inconsciente mais amplo, nunca precisamente definido. Para Jung, um símbolo não é passível de ser forjado de maneira consciente. Os homens criam os símbolos inconsciente e espontaneamente, na forma de sonhos.

Na percepção da realidade, ocorrem aspectos inconscientes: fatos que foram apreendidos pelos sentidos subliminarmente, que permanecem abaixo do limiar da consciência. Mais tarde, estes brotam do inconsciente como uma espécie de segundo pensamento, podendo aparecer, por exemplo, na forma de um sonho. Essa pressuposição implica a existência de dois “sujeitos”, ou de duas personalidades dentro do mesmo indivíduo – que devem estar associados entre si.

Apropriando-se da antropologia, o autor resgata a existência de acidentes mentais comuns entre povos primitivos, denominados de “perda da alma”, isto é, uma ruptura da consciência. Em paralelo, na sociedade atual também podemos sofrer uma dissociação e perder nossa identidade – pois mesmo no chamado “alto nível de civilização atual” não alcançamos um grau razoável de continuidade. A dissociação seria um fracionamento da psique que provoca uma neurose. Este estado pode ser patológico ou temporário e espontâneo, como no caso citado de uma telefonista que faz várias ligações simultâneas, defende o autor.

Seria então os sonhos, para Jung, o objeto de análise de sua abordagem. O rompimento com a psicanálise Freudiana ocorre por dois movimentos: Jung rejeita a etiologia sexual traumática das neuroses, e rejeita o método de análise da associação livre com os sonhos como ponto de partida. Para ele, podemos alcançar a análise a partir do devaneio de qualquer espécie. Aos sonhos, caberia uma análise da forma e de seu conteúdo. Sendo assim, a psicologia de Jung não se apropria das associações que se afastam muito do texto do sonho do paciente.

Jung diz que só o material que é parte clara e visível de um sonho pode ser utilizado para a sua interpretação. Enquanto a livre associação seria uma espécie de linha em ziguezague que nos afastaria do material original (o sonho), o método Jungiano seria um movimento circunvolutório cujo centro é a imagem do sonho, desprezando qualquer tentativa do sonhador dela escapar. Este ainda cita que, em sua prática clínica, é recorrente pedir ao paciente voltar a falar sobre seu sonho, uma vez que há uma tendência espontânea de se desviar a atenção deste.

Um conceito apresentado brevemente por Jung é chamado de anima: o elemento feminino inerente a todo homem. O inverso – o elemento masculino numa persona feminina – seria denominado de animus. Estes dois conceitos seriam arquétipos. Os arquétipos, por sua vez, seriam padrões universais e arcaicos que derivam do inconsciente coletivo. Apesar do autor não se aprofundar nestes tópicos neste momento, ao longo do livro estes serão

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