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O Passeio ao Passeio Público partindo do Campo Grande

Por:   •  20/11/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.242 Palavras (5 Páginas)  •  154 Visualizações

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De passeio ao Passeio Público partindo da Praça Campo Grande

Ana Mily Monteiro

Breve caminhada ao sol

Uma curta caminhada, mas repleta de movimento, cores, cheiros e personagens que vão e vem, que se inicia na exuberante Praça ou Largo do campo Grande, contornada por três ruas que ostentam o mesmo nome de Largo do Campo Grande e uma das principais avenidas de Salvador, a 7 de setembro.

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Ao entrar na praça, pois esta é cercada por uma grade de ferro bastante decorada e com grandes portões nos seus quatro lados, nos deparamos com um belo monumento ao centro. Antes, ao andar pelos caminhos que estão direcionados ao centro da praça e que estão emoldurados por jardins com frondosas e centenárias árvores, vemos cenas inusitadas e pessoas realizando diferentes atividades. Um homem num dos bancos, com aparência de indigente, lava suas poucas roupas em um dos vários espelhos d`água e as põe a secar estendidas no próprio banco.

 Passam pessoas apressadas e vários vendedores ambulantes, como o Sr. Alexandre, vendedor de sorvete há vinte anos na praça, e morador de Lauro de Freitas, fala do prazer de trabalhar apesar da idade e dificuldades de transporte e deslocamento do seu bairro que é facilitado somente pela sensibilidade de alguns motoristas de ônibus, até o centro e diz sorridente: “nada na vida é fácil, porque se for não tem graça”. Enquanto isso a viatura da Guarda Municipal patrulha todos os acessos e faz a ronda observando com detalhe todos os que transitam por ali.

Mais adiante, algumas pessoas se exercitam em aparelhos instalados em um canto da praça e crianças brincam no mesmo local. A circulação de pessoas é constante e ao chegar ao centro da praça encontro um grupo de aposentados a maioria usando muletas, sentados em um grande banco e conversando sobre diferentes assuntos ao tempo que observam as pessoas passarem. Esta turma bastante animada é servida de salgadinhos da vendedora Marli que transporta seus produtos em um carrinho daqueles utilizados para compras na feira e de cafezinho por outro vendedor ambulante, o Sr. Antonio que como o anterior é aposentado e frequentador da praça há muitos anos, pessoa muito simples, de boa e agradável conversa, conhecido e apreciado pelos aposentados do banco. O Sr, Antonio diz sorridente: “trabalho para não ficar em casa e não morrer”.

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Como citado anteriormente, no centro da praça, encontra-se o Monumento ao Caboclo, também chamado de Monumento ao Dois de Julho, em homenagem à independência da Bahia. Todo o conjunto foi esculpido, na Itália, em bronze, ferro fundido e mármore de Carrara. No topo da coluna em estilo coríntio, está a escultura de um caboclo, armado com lança e arco e flecha. Este representa o povo brasileiro na luta da independência e o dragão morto a seus pés representa a tirania portuguesa. Há outras figuras alegóricas que representam a Bahia e Catarina Paraguaçu. Estão também representados os rios São Francisco e Paraguaçu. As águias e leões representam a liberdade e a república.

Ao sair da Praça em sentido ao Passeio Público, me deparo com o Sr. Genaro, gari de profissão, varrendo a calçada e recolhendo o lixo, bastante solícito, fala de todos os tipos de pessoas que por ali transitam e das suas histórias de amor e decepções ao tempo em que acontece um episódio típico de discriminação quando seu colega que está a poucos metros lhe diz que uma pessoa que passava pronunciou a seguinte frase: “por que ela fala com um gari”. Percebo então que a discriminação não se dá somente pela cor, apesar dele ser negro, ou da posição social, como também pela profissão ou trabalho desempenhado dignamente.

Continua a caminhada e enfrente à Praça, ao lado do Hotel Sheraton, conheço a Sra. Selma com sua barraca ali localizada há mais de dois anos e vendedora de vários tipos de salgadinhos e bebidas como água e refrigerantes e muitas outras coisas que atendem sua clientela. Fala das suas dificuldades para sobreviver, diversificando sua gama de produtos. Fica o dia todo dentro de sua barraca reverberante ao sol da tarde, aliviando a temperatura com um ventilador. Ao lhe perguntar como fazia para ir ao banheiro, ela rindo me contesta: “os meninos olham”, meninos são chamados os homens que por ali trabalham e nos quais ela confia sem perturbação.

Prosseguindo pela Avenida 7 de Setembro, no sentido centro, a paisagem se transforma para  a de um enlouquecido trânsito de veículos com sentido ao Corredor da Vitória e a de altos edifícios de apartamentos do lado esquerdo, que escondem o sol e no piso térreo destes a proliferação de vários tipos de negócios e comercio, como farmácia, auto escola, supermercado, lanchonete e outros que movimentam o lugar, ademais de estar ali localizado um ponto de ônibus que atende várias rotas e portanto bastante cheio de ansiosos e esperançosos passageiros.

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