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O método de interação grupal para o grupo anfitrião com detidos

Relatório de pesquisa: O método de interação grupal para o grupo anfitrião com detidos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/11/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.000 Palavras (8 Páginas)  •  254 Visualizações

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Resumo

Este trabalho apresenta uma pesquisa qualitativa cujo principal objetivo é trabalhar a dança relacionada a Transtornos de Ansiedade em presidiárias do CPTF (Conjunto Penal de Teixeira de Freitas). É também avaliar o seu nível; verificando uma possível relação entre os quadros e formular hipóteses acerca de seu fator etiológico - o meio e o indivíduo. Estudar essas sintomatologias em presidiários torna-se importante, uma vez que a literatura pontua, “segundo Português (2001), que a prisão subjuga o detento ao comando de uma estrutura autoritária e de uma rígida rotina de controle sobre os indivíduos de forma ininterrupta”. Nesse sentido, tais fatores, aliados à privação da liberdade, privação do convívio social, mudança de ambiente e tensão, favorecem a incidência da ansiedade nesta população.

Estes transtornos de Ansiedade podem ser normal ou patológicas, leve ou grave, prejudicial ou benéfica, episódica ou persistente, as causas podem ser Orgânicas ou psicológicas, ocorridas individualmente ou com outras doenças, podendo afetar ou não a percepção e a memória das presidiárias daquele conjunto. As sensações para estes detentos são difusas e por vezes, vaga de apreensão, sendo acompanhada por uma ou mais sensações somáticas, tais como inquietação, perspiração, aperto no tórax, desconforto abdominal, aceleração cardíaca e ou respiratória, necessidade de evacuar e urgência urinária.

A dança mobiliza vários aspectos cognitivos e afetivos. Quando se dança livremente a pessoa tem a oportunidade de expressar emoções através de seus movimentos, algo que nem sempre é possível fazer através de palavras. Assim consegue se libertar de tensões, descarregar negatividades e transmitir sua essência de forma livre e natural, sem bloqueios.

Palavras-chave: Transtornos da Ansiedade, Dança, Saúde física e mental das Mulheres do CPTF .

Justificativa

Através de uma pesquisa no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, foram identificadas necessidades de se trabalhar os transtornos de ansiedade com as detentas daquele conjunto Prisional. Devido ao ambiente e ao modo de vida que elas levam dentro da Penitenciária, a dança acionara diversas habilidades cognitivas como a memória, concentração, atenção, ritmo, a lateralidade, noção espacial, a inteligência e a habilidades de socialização.

A ansiedade está relacionada a condições relativamente vivenciadas naquele ambiente tratando-se de uma predisposição de perceber certas situações como sendo ameaçadoras. Além de queimar calorias, dançar pode ajudar também a aliviar momentos de tensão, nervosismo e ansiedade, trás alegria e expressa os anseios da alma, também se abre com a dança um caminho para o - auto conhecimento.

A dança não é importante só nos aspectos físicos, é importante também nos aspectos psicológicos, principalmente na ansiedade. Escolhemos a dança para trabalhar o transtorno de ansiedade nas mulheres no presidio, pois especialistas tem indicado cada vez mais a dança como uma atividade para aliviar estresse, eliminar timidez, diminuir a ansiedade, e elevar a autoestima. Esta pratica regular de exercícios físicos aeróbicos pode produzir efeitos antidepressivos e proteger o organismo dos efeitos da ansiedade na saúde física e mental.

Objetivo Geral

Temos Como Objetivo levar para as mulheres do conjunto penal de Teixeira de Freitas, qualidade de vida, e promoção da saúde. Desenvolvendo junto a elas técnicas de dança para diminuição de transtornos da ansiedade.

Objetivo Específico

Resgatar o equilíbrio emocional e melhorar a convivência dentro do grupo, gerando assim o bem-estar individual e coletivo.

Público Alvo

Grupo de mulheres (presidiarias) do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas.

Através de técnicas de intervenção do projeto interdisciplinar da Faculdade Pitágoras, do Curso de Psicologia.

Metas a atingir

Promover o bem estar físico e psicossocial.

Metodologia

-Técnica de interação de grupo para o acolhimento com as Detentas.

-Desenvolvimento do tema “transtornos de ansiedade” através de bate papo.

-Aulas práticas de dança com profissional da área.

-Encerramento com coffee break.

Recursos

A. Humanos

Grupo de onze estudantes de Psicologia;

Um professor de dança.

B. Materiais

Som, papel,caneta,bolsa,pedras,balões.

Parceiros

Faculdade Pitágoras de Teixeira de Freitas e Conjunto Penal de Teixeira de Freitas.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ITEM ATIVIDADE MÊS

NOVEMBRO

1 Técnica de interação de grupo para o acolhimento com as detentas.

2 Desenvolvimento do tema "transtornos de ansiedade" através do bate papo.

3 Aula prática de dança com o profissional da área.

4 Encerramento com o Coffe break.

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.

A ansiedade é uma reação normal, dita bioadaptativa, ou seja, é uma resposta do corpo a algum tipo de estressor externo, por exemplo, diante de uma ameaça (um predador), o organismo deve reagir aumentando seu ritmo para que este possa se preparar para a luta ou fuga. O ritmo cardíaco aumenta, há contração de vasos periféricos para que se concentre sangue em áreas vitais, a respiração aumenta sua frequência. Portanto, todas estas reações são normais e preparam o indivíduo para enfrentar o estressor externo. É uma sensação difusa, desagradável de apreensão acompanhada por várias sensações físicas.

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada.

A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.

Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.).

De acordo com a teoria cognitiva, o elemento dos manifestos emocionais e comportamentais da ansiedade é produzido e mantido por uma avaliação negativa do ambiente e de si próprio. Essa avaliação negativa ocorre porque indivíduos ansiosos tendem a distorcer as informações do ambiente de forma negativista. Então, pode-se perceber um circulo vicioso que mescla aspectos neurobiológicos e cognitivos na manutenção da ansiedade. Lima M., Knapp, Blaya, Quarantini, Oliveira e Lima P. (2004).

Nas últimas décadas, como afirma “Rodrigues (2000), a ansiedade tem se tornado destaque na psicologia e na psiquiatria, isso é refletido pelo surpreendente número de pesquisas, colóquios e publicações destinadas a tratar este assunto, bem como pelo alto investimento da indústria farmacológica na medicação antidepressiva”. Parece provável que nenhum fator isolado pode explicar a ocorrência desse desequilíbrio, mas sim que esta seja o resultado de uma interação entre vários fatores diferentes. Seu início e evolução estão ligados a um grande número de variáveis biológicas, históricas, ambientais e psicológicas (Beck, Rush, Shaw &Emery, 1997).

Entretanto, apesar do aumento do interesse pelo tema, poucas pesquisas vêm sendo feitas sobre esse transtorno em populações minoritárias, como é o caso dos presidiários, constatação que pode ser confirmada no levantamento de Daniel e Souza (2006), segundo o qual a maioria das pesquisas e dos estudos sobre a ansiedade desenvolvidos atualmente manifestam a preocupação de verificar qual a frequência dos transtornos de ansiedade na população, quais os fatores de risco, como prevenir que casos menores de ansiedade evoluam para casos maiores e mais graves e qual medicação é apropriada.

Segundo Lima (1999), os fatores considerados de risco, seriam os eventos vitais (mudanças identificáveis no padrão de vida que afete o bem estar do indivíduo); estresse crônico (condições que em longo prazo trazem dificuldades, tais como dificuldades financeiras e nas relações interpessoais, além de ameaças permanentes à segurança do indivíduo) e suporte social (fatores sócio-ambientais que podem modificar o efeito de estressores sobre as pessoas, tais como falta do cônjuge e isolamento social). Salienta-se que todos esses fatores encontram-se presentes no ambiente carcerário, reforçando a hipótese de que o índice de depressão nesta população pode ser alto, considerando-se que a maioria dos estudos epidemiológicos mostra uma associação entre eventos negativos e depressão maior.

De acordo com Gardner e Bell (2001), atualmente, as discussões apresentam definições e conceitos de ansiedade tanto como um sintoma quanto como uma patologia, que envolve aspectos multifatoriais, de caráter somático ou cognitivo. Normalmente, pode manifestar-se em circunstâncias que denotem algum perigo iminente originado por uma situação ameaçadora ou, simplesmente, por alterações em nosso meio ambiente, arroladas no processo de desenvolvimento econômico, social e cultural. Neste sentido, não há como negar a alteração no estilo de vida, rotina e hábitos devidos ao encarceramento.

Para Beck, Emery e Greenberg (1985), a predominância no fluxo dos pensamentos dos pacientes com transtorno de ansiedade relaciona-se ao perigo. Uma vez que estes pacientes superestimam o perigo e subestimam os recursos pessoais para lidar com as situações perigosas, o processamento cognitivo da ansiedade encontra-se na crença de vulnerabilidade do individuo, pois os próprios sintomas de ansiedade são decorrentes de uma avaliação de perigo iminente, que pode transformar-se em uma nova ameaça percebida, que por sua vez são interpretadas como um possível sinal de lesão física ou psicológica. Ou seja, de uma forma primária, todas as interpretações e reações de ansiedade parecem ter base no medo, não sendo claras as distinções elaboradas sobre o medo e a ansiedade, pois os efeitos de ambos aumentam o senso de vulnerabilidade que, por sua vez, aumentam as avaliações de perigo e assim sucessivamente.

De acordo com Thompson (1976), além da perda da liberdade física, a prisão subjuga o apenado ao comando de uma estrutura bastante rígida e uma rotina autocrática, com a nítida orientação de preservar a ordem, a disciplina, evitar fugas e motins, a organização penitenciária submete o recluso e cerceia quaisquer possibilidades do exercício de sua autonomia. Ao adaptar sua conduta e comportamento às normas e padrões da instituição, o preso gradualmente passa a obter acesso a determinados bens ou prerrogativas na prisão. Certas necessidades, procedimentos ou vontades que, na vida fora da prisão, eram absolutamente corriqueiras, adquirem no interior dela, a qualidade de privilégios (Goffman 1996). Então, quanto maior a intensidade do ajustamento ao sistema social da prisão, maiores são as possibilidades de se alcançar os privilégios de que ela dispõe. Ao contrário, mostrar-se resistente acarreta ao indivíduo punido um maior rigor e endurecimento de seu regime.

A classificação atual de ansiedade reúne as perturbações experimentadas nas classes dos transtornos de ansiedade, de acordo com critérios bem definidos e estabelecidos pela Associação Psiquiátrica americana na 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM-IV),27 a saber: transtorno do pânico sem agorafobia, transtorno do pânico com agorafobia, agorafobia sem histórico de transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizado, fobia social, fobia específica, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de estresse agudo, transtorno de ansiedade sem outra especificação (SOE), transtorno de ansiedade devido à condição médica geral e transtorno de ansiedade induzido por substância.

Definir um quadro diagnóstico de ansiedade envolve considerações importantes em relação ao contexto em que ocorre, aos sintomas e sinais, e à história pregressa do indivíduo; portanto, é tarefa do médico realizar o diagnóstico seguindo os critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM-IV - American PsychiatricAssociation) e não pela aplicação de inventários ou escalas de avaliação que têm por objetivo apenas avaliar propensão à ansiedade, de forma subjetiva.

Os tratamentos consistem em psicoterapia e/ou farma-coterapia. No primeiro caso alguns pacientes são submetidos à exposição prolongada à situação ou ao objeto temido e, em outros, à terapia cognitiva, que visa modificar a maneira com que o paciente interpreta os sinais corporais. Já nos tratamentos com uso de fármacos, normalmente são utilizados os da classe dos benzodiazepínicos (ansiolíticos, sedativo-hipnóticos, anticonvulsivantes e miorrelaxantes), da classe dos antidepressivos tricíclicos e da classe dos inibidores seletivos derecaptação de serotonina.Tais fármacos têm sido amplamente utilizados com efeitos positivos sem, contudo, evitarem efeitos colaterais (dependência, prejuízos cognitivos, sedação, ganho de massa corporal e outros).

Há muitos tratamentos, alguns apresentam comprovação científica e outros não. Para a ansiedade normal usam-se métodos tais como técnicas de relaxamento, yoga, acupuntura, dança, caminhadas, bio-feedback etc. Já para a ansiedade patológica pode ser necessário o uso de medicação.

No Geral, o tratamento pode dividir-se em três partes:

• Medicação: Geralmente antidepressivos e benzodiazepínicos (Calmantes) são as medicações mais comumente empregadas, quando o psiquiatra ou o clínico julga necessário usá-las;

• Psicoterapia: Fundamental para saber a origem da ansiedade e como lidar com ela; a associação medicação + psicoterapia têm ótimos resultados;

• Mudança de Hábitos de Vida: Exercícios físicos, otimização dos horários de trabalho, higiene do sono, criação de "áreas de lazer" na grade horária semanal. Tais mudanças também são fundamentais para auxiliar o indivíduo

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