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OS MOISÉS DE MIGUEL ÂNGELO (1914)

Por:   •  28/5/2020  •  Dissertação  •  693 Palavras (3 Páginas)  •  146 Visualizações

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MOISÉS DE MIGUEL ÂNGELO (1914)

Na intencionalidade de realizar uma breve análise meta-psicológica da obra de Freud, vejo-me forçado a escolher uma perspectiva em detrimento de outras, de modo a manter coerência e coesão nas linhas seguintes. Assim, opto por dar preferência a uma perspectiva que ressalte algo que considero não ser revelado ao leitor em um primeiro momento: o caráter psicológico intrínseco à análise de arte, que há de revelar mais do indivíduo, sobre uma perspectiva de relação com o objeto, do que o factual da obra.

Parto também, da necessidade de dar um contributo, mesmo que ínfimo, a pluralidade da qual serve de base para a nossa realidade e tudo da qual dela se constitui ou tem relação com. É sobre essa vaga perspectiva, portanto, que pretendo vagamente confundir aquele que lê, com uma perspectiva talvez despercebida ao olhar que idolatra ou demoniza Freud. Olhar que, sobre minhas perspectivas, pode deixar de conjugar conceitos que até o momento de confronto com a leitura, lhe eram familiares.

Estes conceitos são, nada menos do que, o conceito da análise de arte e os conceitos, já não tão óbvios, de defesa do ego. Estes, são importantíssimos na relação com o objeto e muito nos permitirão entender pela análise da forma com que Freud aborda o tema e revela, paradoxalmente, sobre a análise de arte ao deixar de fazê-la.

Na primeira parte da obra, Freud faz o seguinte comentário “elevando-se, pois, através da autocrítica, a um nível superior à sua própria natureza” (pg.16). Esse comentário, é retirado de seu contexto para revelar um breve momento em que o autor se conectou com a ideia que remete à arte como sendo não algo desprovido de sentido ou intencionalidade, mas cuja parte importante seria a relação do observador com a obra, e tudo que nisso surge, revelando a parte da relação com o objeto cuja parte teórica nos passa cotidianamente despercebida, mas cuja relação permite a verdadeira análise de arte e elevação à nossa própria natureza.

Entretanto, Freud não da mais do que pistas, sobre a sua possível vontade de experienciar a obra e se relacionar com ela de forma “genuína”. Nos resta supor, que, talvez, o conflito de vivenciar algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo, cujas propriedades possuem capacidade de “desestruturação e reestruturação” do eu e cujas características fogem ao que conseguiu explicar com a parte da psicanálise de que reconhecia-se com, levou-o a um estado de alta ansiedade.

 Ansiedade essa, que fez com que os seus mecanismos de defesa reagissem com altos níveis de Intelectualização, de modo a fazer-lhe repassar por tantos detalhes, histórias e perspectivas de outros intelectuais, esquecendo ou colocando ao inconsciente a sua própria emoção e a experiencia que o contato com a arte lhe proporcionou.

Processo esse que parece implícito nas seguintes citações “Uma inclinação mental em mim, racionalista ou talvez analítica, revolta-se contra o fato de me comover-me com uma coisa sem saber porque sou assim afetado e o que é que me afeta.” (pg.1)   “A meu ver, o que nos prende tão poderosamente só pode ser a intenção do artista...” (pg.2)

Dessa forma, o que se pretende aqui ressaltar através da análise de que Freud (não) fez, são as propriedades psicológicas da qual utilizamos no contato com o outro e que no contexto da arte tem altíssima importância. Importância essa, que o artista pode ou não ter em consideração, mas que existe separadamente dessa intencionalidade, visto que com a pluralidade de fatores diferentes a cada relação “observador-arte” a intenção inicial pode muitas vezes ser transpassada, restando somente o que é e não o que era esperado, mesmo que estes possam aparecer em consonância.

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