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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: RETRATOS DE UMA REALIDADE NA CIDADE DE UBERLÂNDIA

Por:   •  1/9/2016  •  Artigo  •  2.375 Palavras (10 Páginas)  •  343 Visualizações

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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: RETRATOS DE UMA REALIDADE NA CIDADE DE UBERLÂNDIA

 Ana Duarte1

Antônia Gleiciane2

Erica Soares3 

Douglas Oliveira de Jesus4

Geovana Vaz5

Jean Vecchia6

Rafaela Rosa7

Luciane Medeiros Machado8

 

RESUMO:

Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, que busca confirmar se o desemprego é realmente a principal causa para permanência nas ruas. Em um primeiro momento foi feito um levantamento bibliográfico, para melhor compreensão da temática. Foi feita uma visita a um grupo de apoio que presta auxílio aos moradores de rua. E por fim foi elaborado um questionário aplicado com onze questões e em sua maioria com perguntas subjetivas à fim de conhecer os motivos que levam a morar e permanecer nas ruas, sendo realizado com dezenove moradores de rua entre homens e mulheres que hospedam na cidade de Uberlândia-MG. Percebe-se que no estudo realizado, junto com os moradores de rua que se encontravam no albergue, os motivos que os levaram a essa situação de rua são semelhantes: a busca de emprego, tratamento de saúde e o uso de drogas.

Palavras-chave:

Moradores de rua – permanência nas ruas – albergue – perfil moradores -motivos que o levou a morar nas ruas

__________________________________

  1. Graduando em Psicologia pela Faculdade Pitágoras de Uberlândia. Email:

8. Docente em Psicologia na Faculdade Pitágoras de Uberlândia. Mestre em Psicologia Social e do trabalho pela UFU. Email: lucianerelacionare@gmail.com

Introdução

Os moradores de rua são definidos por Castel (1997) como “sobrantes”, ou seja, pessoas que não se adaptam às mudanças na sociedade e estando desempregados vão para as ruas. O estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória que busca confirmar ou refutar a teoria apresentada por Castel, ou seja, se o desemprego realmente é a principal causa para a permanência nas ruas.

De acordo com Bulla, Mendes, Prates e outros (2004, p.113 -114), de uma forma geral, as pessoas em situação de rua apresentam-se com vestimentas sujas e sapatos surrados, denotando a pauperização da condição de moradia na rua, no entanto nos pertences que carregam expressam sua individualidade e seu senso estético.

Visamos também mostrar as experiências vividas e humanismo dessas pessoas, analisando as causas para permanecerem nas mesmas situações, levando em consideração às informações do que o levou a estar morando na rua.

Este estudo busca analisar se o desemprego realmente é a principal causa para que o indivíduo vá e permaneça na rua, e apresenta ainda como objetivos específicos:

  • Analisar o perfil dos moradores de rua (sexos, idade, escolaridade, tempo na rua).
  • Levantar informações sobre o que levou o morador de rua estar nessa situação.
  • Avaliar as experiências vividas nas ruas.
  • Analisar se o desemprego foi à razão de estar naquela situação.

Em um primeiro momento foi feito um levantamento bibliográfico no scielo, Google, consulta a periódicos impressos, para melhor compreensão da temática. Posteriormente, os pesquisadores entraram em contato com um grupo de pessoas que visitam moradores de rua e levam alimentos, roupas e escutam estas pessoas, e acompanharam estas visitas.

Através da fala destes indivíduos e da pesquisa bibliográfica realizada, Foi desenvolvido um questionário com 11 questões, onde a primeira parte foi voltada para traçar o perfil do morador de rua (Nome, idade, escolaridade, sexo e origem) e a segunda parte com perguntas subjetivas, a fim de conhecer mais sobre os motivos que levaram os indivíduos a morar nas ruas.

E por fim, os pesquisadores foram até um albergue na Cidade de Uberlândia. O Estudo foi realizado a partir de uma pesquisa feita com 19 moradores de rua, entre homens e mulheres, que se hospedam neste albergue em Uberlândia.

O Albergue possui capacidade máxima para 80 visitantes aonde são oferecidos alimentos, banho e abrigo.

Com a orientação de uma assistente social que acompanha o trabalho do Albergue, foi aplicado o questionário, transcrito e avaliado as respostas com intuito de validar a teoria apresentada por Castel de que o desemprego seria a principal causa para a permanência dos indivíduos nas ruas.

2-Fundamentação Teórica

A população composta por moradores de rua inclui qualquer pessoa que, sem moradia, pernoita nos logradouros da cidade, nos albergues ou qualquer outro lugar não destinado à habitação. Desta forma, é possível incluir, como membros desta população, todas as pessoas que residem em locais precários. No Brasil, a definição ampla incluiria, assim não apenas os albergues e a população que pernoita nas ruas, mas também os moradores de cortiços e favelas. (SCHOR & ARTES,2001).

Snow e Anderson (1998) tentam compreender e explicar a subcultura evolvendo esses indivíduos. Nesta realidade, é necessário inserir um olhar mais humanista, ressaltando ainda as experiências vividas por pessoas nas ruas, avançando profundamente nos problemas enfrentados, na sensação de desamparo (abandono e ruptura dos direitos básicos), e estratégias de sobrevivência.

Assim, o capitalismo traz como consequências diferenças entre aqueles que podem consumir muito e os marginalizados do sistema.

Portanto através da análise do perfil das pessoas em situação de rua, levantam-se três questões principais, empostas por Bezerra, Rosa, Vieira (1994):

  • Configuram uma situação circunstancial – reflexo da precariedade da vida (desemprego, tratamentos de saúde, chegada em grandes centros).
  • Configuram uma imagem não ameaçadora da rua – são as que não veem ameaça real na rua, em detrimento disso estabelecem grande ligação com ela ou pessoas dela (guardadores de carro, catadores, pedintes, descarregadores).
  • Configuram debilitação – são as que se encontram em ”deficiência”, declínio físico ou mental (drogas ou álcool, violência, falta de alimento).


         A partir desses tópicos descritos, surge também à necessidade da discussão de outros tópicos, como a desigualdade dessas questões do ponto de vista de gênero, citada por Tiene (2004), o peso dos conflitos familiares na permanência dos indivíduos nas ruas e o fator econômico que influência no dia a dia da sociedade.  Desses, a questão econômica que está ligada ao desemprego e a falta de oportunidade no mercado de trabalho é um dos fatores que levam os indivíduos a viver a borda da sociedade.

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