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PROJETO DE INTERVENÇÃO PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS

Pesquisas Acadêmicas: PROJETO DE INTERVENÇÃO PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/11/2014  •  3.193 Palavras (13 Páginas)  •  690 Visualizações

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INTRODUÇÃO / FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O psicodrama diferente das demais abordagens trouxe um novo modelo de se perceber e tratar o doente, Jacob Levy Moreno, médico, (1889-1974), criador do Psicodrama dizia que “O individuo adoece em grupo e, portanto deve ser tratado em grupo”.

Sabemos que o adoecer de um dos membros da família, afeta todo o funcionamento da mesma, podendo a todos adoecer, e no caso de famílias com individuo com dependência química é preciso uma boa e solida estrutura para o enfrentamento dos diversos desafios e conflitos que esta situação implica para todos os membros, e para uma eficaz prevenção de futuras recaídas do dependente o bom convívio com família é indispensável. Assim, propomos com o psicodrama que o indivíduo possa ser tratado em seu meio familiar, e que esta família tenha o amparo e suporte necessário para manter-se saudável, através da vivencia do seu drama no palco psicodramático, poderá entender e avaliar suas emoções e planejar suas ações, ajudando-os a encarar a realidade em contato com outras famílias que compartilham das mesmas dificuldades.

Para Moreno o homem é relacional e necessita ser estudado a partir de seus relacionamentos interpessoais. A família apresenta-se como o primeiro grupo do qual o indivíduo participa e interage, o que Moreno chama de Matriz de identidade, onde o acolhimento, cuidados físicos e situação psicológica dos que recebem a criança desde seu nascimento, propicia a construção da identidade desta criança, tornando assim indiscutível o valor da família para cada individuo. Reconhecendo que a trama de papéis e lugares de cada um influencia e é influenciado pelo outro, Moreno afirma: - “a família não é só um grupo social constituído como o maior responsável pela formação da identidade de seus membros.” (Seixas, 1992, p. 128). Vendo assim a família como um todo integrado, atribuindo o social na constituição do ser e viver, o que forma a realidade social do grupo.

A família tem uma estrutura visível e outra invisível, denominada no psicodrama, como parte da matriz sociométrica, que constituem de variáveis subjetivas como tele sensibilidade de cada um, que é uma empatia bilateral, as ligações de afetos que permeiam esta relação. Segundo Menegazzo “o fenômeno tele manifesta-se na vincularidade grupal como atividade de comunicação co-inconsciente e co-consciente. Ele possibilita aos seres humanos – vinculados em constelações afetivas mediante a operação constante das funções pensar-perceber e intuir-sentir de cada um- o conhecimento da situação real de cada individuo e dos outros na matriz relacional de um grupo.” (MANEGAZZO, 1995, p.207).

Portanto, ao propormos técnicas psicodramáticas levamos em conta que a realidade é consequência dos sentimentos peculiares de cada indivíduo, e que a incapacidade de se comunicar sobre o que se percebe e sente, gera afastamentos, oposições e angustias. Deste modo é em grupo que teremos o encontro com a realidade do outro, possibilitando-nos compreender e ampliar nossa visão sobre as atitudes do outro e as nossas, e tomar consciência dos nossos sentimentos e emoções e perceber as implicações destes no funcionamento da família e particularmente em cada membro. Assim como considerou Moreno (1975, p.30-31); - “... uma realidade mais profunda em que os estados inconscientes de dois ou mais indivíduos estão interligados com um sistema de estados co-inconscientes.” e a “A terapia conjugal e familiar, por exemplo, tem que ser conduzida de tal modo, que se manifeste a “interpsique” de todo o grupo na representação, exteriorizando suas tele-relações e seus estados co-conscientes e co-inconscientes”. “É sempre uma propriedade comum e sua representação é impossível sem um esforço combinado”

O encontro e o compartilhar espontâneo permitem imaginar comportamentos alternativos, novos papéis e resgatam energias perdidas, e funciona também como um veiculo para a catarse oferecendo o alívio podendo gerar esperança e acolhimento do grupo onde se percebe os sentimentos em comuns. Através do processo de terapia familiar podemos ressignificar crenças, desconstruir mitos, pois ao permitir a expressão ao mundo subjetivo num contexto valido socialmente a pessoa obtém ao menos uma satisfação simbólicas e podendo se libertar da sutil repetição das compulsões de ideias fixas. O trabalho em grupo familiar pode também conscientizar seus membros de seus adoecimentos relacionais e instrumentalizá-los a fim de que possam modificar seus comportamentos tornando-se independentes e criativos, com maior repertório de possibilidades para agir promovendo uma comunicação funcional e assertiva, senso de altruísmo e saúde de todo o grupo.

O presente projeto tem como principal objetivo mostrar a participação da família de dependentes químicos no processo de recuperação por ser uma questão que não afeta somente os dependentes, mas, também a família que sofre com as reações que vão ocorrendo com o dependente. Em um primeiro momento a família nega o que esta acontecendo, ocorrendo um grande transtorno e tensão onde os membros evitam falar sobre o assunto, em um segundo momento a família demonstra muita preocupação com esta questão, tentando controlar uso abusivo das substâncias químicas, posteriormente começa uma grande desorganização, os membros da família começam a assumir papéis que não são seus e assim o dependente perde a oportunidade de perceber as consequências de suas ações, isso leva a família a um quarto estágio caracterizado pela exaustão emocional de todos os membros é nesse momento onde podem surgir diversos problemas, distúrbios de comportamento e de saúde a situação começa a ficar insustentável gerando uma grande desestruturação familiar.

A partir destes aspectos se fez necessário à observação da participação do psicólogo dentro deste contexto, observando-se suas principais contribuições e quais seriam seus respectivos resultados por meio da psicoterapia de grupo, o Psicodrama de Jacob Levy Moreno em que a representação dramática são usada como fonte de exploração da psique humana e os vínculos emocionais. Para isso se faz preciso desenvolver uma ação dramática onde estas famílias dramatizam suas problemáticas e posteriormente podem refletir e compartilhar sobre os acontecimentos, esta é uma forma de fazer com que o dependente se perceba e veja o que suas ações estão acarretando, possibilitando também que os membros da família reflitam e perceba o quanto as inversões dos papéis assumidas em decorrência dos atos deste dependente podem prejudicar o mesmo, pois perdem a oportunidade de assumir as consequências de seus

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