PRÁTICA DO PSICÓLOGO

Entrevista com Psicólogo

Nome da instituição na qual o psicólogo atual (opcional): CERNA/MG

Nome do psicólogo (opcional): Hebert Geraldo de Souza

Data de realização da entrevista: 19/09/2013

Entrevistadores(as)___________________________________________________________

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Em qual área da Psicologia atua?

( ) Psicologia Clínica

( ) Psicologia Escolar

( ) Psicologia Organizacional/Trabalho ( ) Psicologia do Esporte

( ) Psicologia Hospitalar/Saúde

( ) Psicologia Jurídica

( ) Outra. Qual? Políticas Públicas

PARTE I: A PRÁTICA DO PSICÓLOGO RELATIVA AO USO DE ENTREVISTA. (Apesar de ser pouco provável, caso o psicólogo não use entrevista o mesmo deverá responder apenas o questionário)

Solicitem ao psicólogo que faça uma descrição geral das atividades que desenvolve na instituição, bem como identifique a(s) atividade(s) em que é feito uso de entrevista(s) e/ou questionário(s).

O Centro “Risoleta Neves” de Atendimento à Mulher (CERNA/MG) é um órgão subordinado a Subsecretaria de Direitos Humanos do Governo de Minas Gerais e tem por finalidade oferecer acolhimento e atendimento psicossocial e psicológico às mulheres em situação de violência doméstica e intrafamiliar ou ainda que, mesmo não estando mais em situação de violência, desejam ser acompanhadas pelo profissional de psicologia. O atendimento segue os moldes da clínica: é semanal, individual e feito mediante agendamento prévio no próprio serviço, podendo a mulher aderir, ou não, ao acompanhamento psicológico.

O estabelecimento está localizado na Casa de Direitos Humanos, junto a quase todos os órgãos de defesa dos direitos da mulher (Delegacia Especializada da Mulher, Conselho Estadual da Mulher e Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher em Situação de Violência da Defensoria Pública).

O CERNA/MG é também responsável por realizar a triagem de encaminhamentos possíveis para a rede de enfrentamento à violência contra a mulher, seja aquela localizada na Casa de Direitos Humanos ou em outro local, como a Promotoria de Defesa dos Direitos da Mulher e as Varas Especializadas.

Questões:

1. Quais são os objetivos do uso de entrevistas?

Para um psicanalista, ou qualquer outro profissional da área que se utiliza dos diagnósticos estruturais clínicos, as entrevistas, chamadas de preliminares, são importantes instrumentos para obtenção de informações que servem como base para formulação da hipótese diagnóstica e posterior fechamento da estrutura, bem como para a entrada de um sujeito em análise. È função do profissional (analista) provocar que o dispositivo analítico possa ser posto em funcionamento com a pessoa que ali está. A partir destas entrevistas preliminares, chegaremos ao diagnóstico das neuroses e das psicoses, ate mesmo as veladas. Para além das questões psicanalíticas, as entrevistas são importantes para se conhecer a história do sujeito, suas demandas e registro institucional.

2. Qual a população que é submetida a entrevista?

Qualquer sujeito que procura um psicólogo deverá ser submetido ás entrevistas preliminares, pois como referido, são instrumentos de um processo analítico. Concernente ao meu local de atuação profissional, a população envolvida são mulheres em situação de violência doméstica.

3. Qual(is) tipos de entrevistas utilizados (Estruturada, semi-estruturada ou livre)?

A entrevista utilizada tem como base o discurso livre. Porém, de toda forma, por se tratar de uma Instituição que atua com a temática de violência, algumas perguntas pontuais no primeiro contato têm seu efeito prático e orientador na condução social dos casos, o que podemos chamar também de estruturada, com o preenchimento de uma ficha cadastral, em forma de um formulário.

4. Como você obteve o modelo de entrevista que utiliza? Teve de construir, adaptar ou encontrou pronta?

A instituição de atuação dispõe de algumas perguntas pontuais que devem ser abordas com as mulheres neste primeiro momento. Tais perguntas estão em um formulário cadastral, sigiloso, construído pela uma equipe multiprofissional da instituição (Psicólogos, Assistentes Sociais, Advogados e Coordenação). Já em um segundo momento, a experiência clínica e a teoria psicanalítica oferecem base para as entrevistas preliminares.

5. Como é feita a aplicação da entrevista? Quais são os procedimentos?

O preenchimento do formulário cadastral é realizado pelo profissional que for conduzir o caso, a critério, no início ou final do atendimento. Nas entrevistas preliminares, não há uma técnica estruturada, o que se deve observar são as questões relativas a obtenção do diagnóstico.

6. Como é feito o registro das informações obtidas por meio das entrevistas?

O registro nos formulários é feito manualmente, com a usuária, e as informações contidas são arquivas e acessadas sempre que necessário. Estão em fase de aprimoramento na medida em que surgem novas demandas individuais e coletivas da instituição, ate que o caso seja desligado, uma vez superada a violência doméstica.

7. Como os dados obtidos pelo psicólogo com o uso das entrevistas são analisados?

Os formulários são acessados pela instituição sempre que alguma demanda interna ou externa é convocada. De certa forma, estes formulários são mais bem utilizados pelo serviço social e coordenação e menos pela psicologia. No caso das entrevistas preliminares, são utilizados pontos para a construção do caso clínico.

8. Em sua opinião, quais são as possibilidades e limites do uso de entrevistas?

O manejo da transferência é sempre pontual em cada atendimento, sendo esta uma das possibilidades de sucesso de um tratamento. Logo, essas en¬trevistas iniciais servem para investigar os motivos que trazem o paciente àquela consulta, é a mola mestra que vai direcionar o analista