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PSICODRAMA: ENTENDENDO AS EMOÇÕES ATRAVÉS DA ARTE

Por:   •  1/7/2020  •  Monografia  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  402 Visualizações

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Psicodrama: entendendo as emoções através da arte

A terapia psicodramática utiliza o teatro como meio de compreensão para as diversas características da psique. Esta técnica pode tratar depressão, ansiedade, transtornos de sono, repressão, dentre outros.

A psicologia define o uso do teatro em seus estudos como a “psicoterapia de grupo em que os pacientes escolhem os papéis que vão desempenhar na dramatização de uma situação com forte carga emocional, o que dá ao terapeuta a oportunidade de apreender os sintomas que afloram no relacionamento entre os participantes.” Mas o que caracteriza a técnica, e, mais importante ainda, como ela funciona? Para responder a isso, é preciso aprofundar-se nos conceitos desenvolvidos pelo estudioso Jacob Levy Moreno.

Moreno foi um médico, psicólogo, filósofo e dramaturgo romeno que apresentou imensas contribuições através de seu trabalho relacionado a psicologia social, tal como pela a criação da sociometria, que funciona uma ferramenta analítica para estudo de interações entre grupos. Apaixonado pelo teatro, Jacob começou a trabalhar com grupos teatrais já em 1908, criando uma religião centrada em criatividade, encontros e anonimato. Em 1923, alugou um teatro — propriedade de seu pai — a que se dá o nome de “Teatro da espontaneidade”. É nesse momento em que Moreno passa a desenvolver sua proposta de psicodrama, sociodrama e axiodrama. Em forma de espetáculos, ele propunha a inversão de papéis entre atores e público, os quais encenavam situações cotidianas no espaço cênico.

Um espaço composto pelo diretor (ou terapeuta), pelo protagonista, o público (platéia) e os egos auxiliares. A partir desses elementos, tem-se, então, a base da terapia psicodramática. Com o uso de técnicas como o duplo, o espelho, a concretização da imagem de um sentimento, entre outras, as pessoas passam — através de uma outra óptica — a enxergarem novas nuances constituintes de si mesmas; a visualizarem aspectos distintos sobre os outros e sobre o ambiente, e permitindo, portanto, o surgimento do único, da eventualidade, da resposta diferente, de uma linguagem resignificada. Assim, o espaço cênico é multidimensional, pois inclui o verbal, o corporal, gestual, a cultura, o jogo e a imaginação, presentificados no momento, ou seja no aqui e agora.

O processo ao qual hoje se dá o nome de método Moreniano, se baseia na análise das relações observadas e registradas por Jacob Levy. Os principais sistemas utilizados pela psicologia social nos dias atuais incluem as sete bases, intituladas:

Inversão de papéis;

Solilóquio;

Interpolação de resistência;

Duplo;

Espelho;

Representações simbólicas;

Estátua.

Primeiramente, é preciso compreender que uma sessão psicodramática segue uma ordem bem definida: o aquecimento, a dramatização (que seria o ato propriamente dito) e os comentários. Dentro da dramatização, o terapeuta responsável pelo regimento da prática pode instruir as ações levando em conta as sete bases. Algumas delas podem ser utilizadas tanto na terapia grupal quanto na individual. Outras, porém, (como o solilóquio) só podem ser aplicadas em uma determinada “cena”.

Começando pela inversão de papéis, este método visa a troca de papéis entre entre os egos auxiliares e o protagonista; assim, ambos tem a possibilidade de uma visão geral e não arbitrária dos aspectos que compõem a cena. O solilóquio é a ferramenta utilizada para fazer aflorar os sentimentos conflituosos do indivíduo, através de um dissertação intensa de seus pensamentos e emoções, fazendo com que o próprio personagem explore a criação de seus problemas e também, as soluções deles.

Já na interpolação de resistência, os egos auxiliares desempenham o papel fundamental da sessão. São eles a desenvolverem o antagonismo, as divergências de ideias e percepções, em relação ao protagonista. Isso acontece com uma mistura entre pensamentos opostos, onde o ego auxiliar leva o protagonista a dúvida, e a congruência de opiniões. A interpolação de resistência pode ser feita também, pela introdução de alterações de comportamento, permitindo ver alternativas de saída para problemas complexos.

No chamado espelho, o protagonista é levado a confrontar seu próprio eu com evidências assimiladas através do contato com os egos auxiliares (é extremamente complexo do ponto de vista emocional). O duplo exprime emoções pelo ego — aspecto abordado na teoria Map of the soul — e busca compreender a sua heterogeneidade.

A representação simbólica constitui-se como um jogo de representações. Pode recorrer por um objeto intermediário — é a colocação de um objeto em cena para fazer a transição para um diálogo, cena, ou algo do gênero. E por último, tem-se a estátua, que nada mais é do que a execução que permite a representação estética de emoções ou de objetos.

O entendimento da teoria Moreniana está bastante interligada à teoria, anteriormente citada, do livro Map of the soul — ou Jung: O Mapa da alma — escrito por Murray Stein. Enquanto os estudioso de sua época traçavam o mapa das estrelas, Stein decidiu concentrar-se no mapa que compreendia a psique humana, dividindo-a em três partes: A Persona, a Sombra e o Ego ( Animus ou Anima), e estes três deveriam ser unidos e “submetidos” à Self. A união desses elementos formava então os Arquétipos primordiais de Jung.

Segundo Stein, a Persona — do latim, personagem ou máscara — é a parte que se preocupa mais com o “parecer” do com o “ser”; é o que permite a alguém encenar um personagem. Fundamentalmente, refere-se ao que é esperado socialmente da pessoa e como ela acredita que deva parecer.

A Sombra seria justamente, o oposto. É Arquétipo que maior influência exercida sobre o Ego. Ela se desenvolve em oposição a da Persona. Normalmente esconde-se e afasta-se da Consciência Individual, e também das outras pessoas, tudo o que se considera negativo em nós mesmos . Sentimentos e ideias cruéis, ânsia de poder, impulsos violentos, ações moralmente reprováveis, tudo aquilo que a sociedade ou meio em que vivemos considera negativo ou inadequado, além de nossas fraquezas, vícios, medos, erros, etc.

O Ego é dividido em Animus ( a parte masculina na mente feminina) e Anima (a parte feminina presente na mente masculina), e diz respeito tanto a aspectos positivos adquiridos por ambos os lados, como força de vontade, inteligência,

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