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A Percepção da Arte Através da Filosofia

Por:   •  17/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.949 Palavras (12 Páginas)  •  242 Visualizações

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INTRODUÇÃO 

Em seu início, na Grécia Antiga, a filosofia refletiu sobre a arte, música, arquitetura e a vida cotidiana. Filósofos argumentaram que através da percepção da beleza, moldamos o mundo como lar, além de entender sua própria natureza, sua essência espiritual. Uma das manifestações culturais mais exploradas dentro da história da arte foi a Arte Grega. Na antiguidade, de todos os povos que puderam apresentar uma maior liberdade na produção cultural, os gregos foram os que mais se destacaram. Um de seus preceitos era a não submissão às ordens impostas por sacerdotes ou reis autoritários. Valorizavam, em especial, as ações humanas, pois tinham a convicção de que a figura do homem era a mais importante de todas as criaturas do universo. Logo, o conhecimento, por meio da razão, sempre esteve acima da fé das divindades. O notável sucesso alcançado pelos gregos no campo das artes, enquadra o desenvolvimento da arquitetura, escultura, pintura e teatro. O humanismo sempre se mostrava presente nas artes. Era por meio dele que se glorificava o ser humano. Havia também outras ideias como o nacionalismo, pois simbolizava o orgulho do povo pela sua cidade. Existiam outros valores também, como a simplicidade, o equilíbrio, a harmonia e a ordem.

A PERSPECTIVA DA ARTE PARA ARISTÓTELES E PLATÃO

Os filósofos que viveram durante o apogeu da arte grega encararam ela sobre diversas perspectivas. Através de seu livro ''Poética'', Aristóteles vê a arte como uma imitação e não como uma inspiração derivada de musas; Para ele, tal imitação seria o resultado do domínio de uma técnica e, por se tratar de uma técnica, ela era passível de julgamentos a respeito de sua competência, embora o mesmo admitisse a existência de pessoas mais ou menos talentosas. Para Aristóteles, por exemplo, a epopeia e a tragédia eram vistas como imitações não reais. A tragédia tinha um cunho mais elitista, sendo representada por homens da alta sociedade de forma perfeita e com caráter elevado onde era possível ilustrar assuntos que, até então, não eram mostrados na vida real. Já a comédia tinha um caráter mais popular, sendo, inclusive, performada por cidadãos comuns, dando-os voz.

Ao contrário de Aristóteles, Platão usava o mesmo discurso com um sentido mais negativo, atribuindo a arte o valor de uma cópia inferior ao produto original, para ele, a arte era meramente uma imitação. Por essa perspectiva, ele via a arte o oposto à filosofia. Tendo a mesma uma ação direta sobre os sentimentos e as emoções, ele a via como um perigo para a sua concepção de cidade ideal por achar que a arte poderia afastar as pessoas da razão e a levarem a paixões as quais sem ela não seriam estimuladas

O NASCIMENTO DO TEATRO

O teatro está intimamente ligado com a história da Grécia. Seu nascimento foi decorrente das procissões de festas dedicadas ao Deus Dionísio no século V a.c onde os gregos buscavam uma forma de homenagear a safra da colheita de uva e representar o confronto entre seus desejos. As peças eram encenadas em uma determinada época do ano e eram feitas em honra à religião e à cidade. Tal festival começou a ser usado pelos gregos com o objetivo de contar suas próprias histórias e feitos, sendo elas de amor, vingança, mitos, entre outros. Dionísio, Deus do vinho, das uvas e da insanidade, representa o impulso, o exagero, a embriaguez e a libertação dos instintos. O lado dionisíaco no teatro grego tinha como objetivo libertar as pessoas da moralidade e do enclausuramento que a sociedade oferecia ao tentar reprimir os desejos das mesmas. Dessa forma, a arte de Dionísio era encenada com máscaras a fim de proteger a identidade daqueles que, porventura, desejassem expressar através da arte o que sentiam, como emoções e desejos que poderiam vir a serem reprimidos de forma direta ou indireta. Muitas das vezes, a essência dionisíaca era desenhada no teatro com festivais musicais com um alto teor de erotismo e embriaguez e com uma natureza secular. Com o passar dos anos, o teatro grego tornou-se cada vez mais refinado com a dramaturgia, no qual se tornou carregado por sentimentos e emoções. Nela eram representados os fatos cotidianos e seus problemas com críticas sobre a vida social.

A CONSTANTE MUDANÇA DOS PARÂMETROS ARTÍSTICOS

Os grandes artistas do passado reconheciam o belo como um remédio para o caos e o sofrimento da vida humana. Tal posicionamento moldava a arte de acordo com suas referências de beleza. Eles viam em uma bela obra de arte a consolação na tristeza e afirmação na alegria. Então, no século XX, o foco do objetivo da arte, gradativamente, se tornou a perturbação e a quebra de tabus morais. A beleza já não era tão importante, mas sim, a originalidade obtida por quaisquer meios e a qualquer custo moral. Diferente das perspectivas clássicas, os artistas modernos seguiram outro caminho, para eles, o caos da vida moderna não poderia ser redimido pela arte, ao contrário, deveria ser exposto.

Este padrão foi criado há quase um século atrás pelo artista francês Marcel Duchamp, que assinou um urinol com uma assinatura falsa de ''R. Mutt'' e o colocou numa exibição. Seu gesto foi satírico e com intuito de zombar o mundo da arte e a arrogância que continha nele. No entanto, tal episódio foi interpretado de outra maneira, mostrando que qualquer coisa poderia ser arte. Não tendo mais a arte um estatuto sagrado, ela se torna mais um gesto humano entre outros. Sendo o mundo perturbador, assim também deveria ser a arte, com o propósito de causar um choque nas pessoas.

Para os artistas modernos e pós-modernos o que caracteriza a arte como arte é a própria consciência, ou seja, uma obra de arte se tornaria uma obra de arte porque pensamos e a visualizamos como tal. Para eles, esta é parte da função da arte: tornar belo algo que ninguém considerava até o momento, assim, isso permitiria que as pessoas enxergassem o mundo como ele realmente é, dando-o mais sentido.

ARTE NA VISÃO DE FREUD

Freud acrescenta importantes elementos para o estudo da Estética, seja desvendando os processos de criação artística, ou articulando-a com processos psíquicos inconscientes. Dentro desta perspectiva, estuda-se a relação entre psicanálise e estética, enfatizando a dimensão pulsional desta, colocando a criação estética na ordem da sexualidade maculando assim, “a mística inspiração artística” compreendida de forma idealizada, pois até então, a arte expressava somente o que havia de mais elevado no espírito humano.

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