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Problema político em psicologia

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Por:   •  28/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.649 Palavras (15 Páginas)  •  169 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

PSICOLOGIA SOCIAL

Feira de Santana

2013

INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir, nos traz a dura realidade do ser humano para com a desigualdade social, suas lutas e conquistas diante da sociedade, juntamente com a invisibilidade humana e a formação da sociedade brasileira.

ETAPA I PASSO III

Um Problema Político em Psicologia

Quem desejasse retomar as possibilidades do assunto, em seu detalhe filosófico, certamente deveria recorrer àqueles escritores de grande envergadura dialética e que interrogaram-se sobre Freud enquanto liam O Capital ou interrogaram-se sobre Marx enquanto liam O mal estar na Cultura.

Para que as razões que nos levassema adotar Marx se prestassem ao mesmo tempo para a exclusão de Freud se prestassem ao mesmo tempo para a exclusão de Marx ,seria necessário que a obra de um outro deixasse de contar como obra de pensamento e se impusesse como trabalho morto (pra falar como marxista ),ou como objeto fálico (para falar como psicanalista ).Desnecessário insistir sobre este ponto :se estivéssemos diante de Marx ou Freud como perante uma alternativa excludente,poderíamos o sopro de ambos.

Os temas da Psicologia Social, justamente, incidem sobre problemas intermediários, difíceis de considerar apenas pelo lado da sociedade. É este o caso para o problema da humilhação social. Sem dúvida, trata-se de um fenômeno histórico. A humilhação crônica, longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, é efeito da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe da palavra. Mas é também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar.

No bairro pobre, menos de ruína, o espetáculo mais parece feito de interrupção – as linhas e as formas estão incompletas, não puderam se perfazer. Os meios, os recursos, sobre os quais o homo faber investe o seu poder inventivo, foram perdidos ou nunca são alcançados – lançam-se em situações sem suporte, gastam-se no ar, sem resposta, são neutralizados. Faltam os instrumentos, faltam os materiais que suportariam o trabalho humano para a configuração de um mundo, para a fisionomia de uma cultura. Gradualmente, chega a faltar o animus faber.

Quando duas culturas se defrontam, não como predadora e presa, mas como diferentes formas de existir, uma é para a outra como uma revelação. Mas essa experiência raramente acontece fora dos pólos submissão-domínio. A cultura dominada perde os meios materiais de expressar a sua originalidade.

Em seu depoimento, o trabalhador migrante, vindo de Arapiraca, no sertão Alagoano,não deixava dúvida sobre a exploração já conhecida e de que todos pretendiam escapar.O pai trabalhou numa empreiteira de estradas – “pessoas que só vive fazendo o asfalto “- e depois tornou-se comerciante – “meu pai tem comércio na casa mesmo onde ele mora ”.Gerônimo veio pra São Paulo. “Meus pais não são rico, são umas pessoas igual a mim, umas pessoas tem um bocado pra comer, mas vai levando a vida, tocando do jeito que eu toco a minha aqui.”

Os poderes da palavra Gerônimo são amordaçados pela forçosa concentração nos problemas de salário, preços e saúde. Vai para os preços, vai para os salários, volta para os preços, vai para o salário, volta para a saúde. O discurso é circular e aflito. A repetição chega a entediar. A escuta ou a leitura tornam-se saturastes. Nossa atenção se embota e enfraquece. Fica difícil pensar, a não ser de um modo muito genérico: trata-se de um trabalhador, considera também os seus interlocutores.

A alteração da fisionomia esquálidadependeria de uma viva resistência, informada por um protesto ambientalista muito consciente, o que ainda não é traço sólido na cultura joanisense. Quando esfriam os ambientes, quando esfriam os ambientes, quando a aura se desmancha

, se uma resposta ecológica não é notável, algum aquecimento é, todavia possível: um calor trazido pelos dias de ocupação comunitária no bairro., dias festivos (o carnaval,um comício) em que o morador ,poupado das pressões cotidianas – e ainda que não suficientemente atento para as árvores- encontra-se outra vez no sentimento de ser gente,em meio a seus irmãos de classe.

É impressionante como você pode estar no lugar e, depois de não sei quantas horas- depois de 9 horas de Novalima pra cá – ficar me deliciando de saber que já estava dentro da minha casa, que eu já estava com a minha família, que já estava tudo bem, que aquilo lá era só recordação, já não era mais – já não podia ser mais aquilo que aconteceu. Essa passagem eu passo. Eu passei essa passagem na hora que a Léia me deixou, que eu tomei o ônibus – aí eu vi aquela passagem. Foi dolorosa pra mim. Deixar a Léia ali e ir pra contagem, pra Belo Horizonte. Aquele sentimento todinho eu fui vivendo. Eu sei que eu sou masoquista, eu sei que sou. Mas eu sei que eu fui vivendo aquilo, eu marco todinho – impressionante.

A impossibilidade de compartilhar o mundo faz “despencar”. Na clinica winnicottiana, a vertigem, a angustia de cair, é freqüentemente reconhecida como o sentimento de não existir no meio dos outros, não existir para os outros ou não consentir a própria existência.

Os que interrogam radicalmente a servidão humana concordam que se trata de um fenômeno essencialmente político, na sua origem e em seus desdobramentos. Só os homens à dignidade humana. Efeito da desigualdade política, a humilhação social é um fato psicossocial que reconduz sempre o homem a outro homem. Seus determinantes mais variados, sua generalizada cristalização nos fatos de retificação, não deviam elidir- nos sua indeterminação de base: a desigualdade não pode nunca dispensar os homens para que se mantenha.

Psicologia Social

Retificação em alemão Verdinglichung, literalmente: “transformar uma ideia em uma coisa” (do latim res: “coisa” ou verdingliching, literalmente “objetivação”) é uma operação mental que consiste em transformar conceitos abstratos em realidades concretas ou objetos. No Marxismo o conceito designa uma forma particular de alienação, característica do modo de produção capitalista. Implica a coisificação das relações sociais, de modo que a sua natureza é expressa através de relações entre

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