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Projeto Cultural Psicologia Social

Por:   •  20/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.584 Palavras (23 Páginas)  •  120 Visualizações

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Centro Universitário Newton

PROJETO

Atualmente vivemos em um mundo muito preocupado e baseado nas imagens, um mundo em que a verdade se expressa pela imagem. Com isso, há uma sociedade que se importa muito com tudo que envolve sua imagem, todavia essa mesma sociedade, por ser tão preocupada com a imagem, acaba discriminando qualquer outra que não se assemelhe a sua, ou que lhe faça mal por ser diferente de sua própria.

A questão da discriminação, porém, não se limita apenas a imagem, mas a comportamentos e a formas de se expressar. Tomando como base a discriminação com aquilo que lhe é diferente, atualmente há uma marginalização com vários grupos de pessoas que não são parecidas com o que a maioria julga correto, e o correto não descrito como lei, mas como estilo de vida, de se vestir, ou de se portar diante de determinadas situações, em geral, no modo de expressar sua liberdade.

O problema tratado então é a marginalização dessas outras culturas. Trazendo um exemplo de um recorte dessa marginalização, foi escolhido a cultura hip-hop, que envolve diversas ideias e modos de expressão. Por ser uma cultura criada em periferias, onde a incidência de crimes e violência é maior, essa cultura sempre esteve relacionada com ideias de incitação à criminalidade, ou ao uso de drogas, sem que haja um conhecimento profundo sobre o que realmente se trata. Pelo fato da facilidade para julgar culpado ou errado aquele que já é marginalizado pela sociedade, tal cultura sofre com esses preconceitos, os mesmos feitos pela maioria da população em outras esferas que envolvem pessoas que são diferentes do que é julgado pela maioria como a cultura dominante.

O problema se aplica no atual contexto, a medida em que as pessoas atualmente, estão tratando as diferenças de forma cada vez mais violenta, uma violência não só física, mas também verbal e de qualquer outra forma, tal violência ocorre de várias formas, desde xingamentos, muitas vezes racistas por uma grande parte daqueles que fazem parte do movimento hip-hop serem negros. Com isso percebe-se que o xingamento ou qualquer outra forma de violência é espelho de algo já feito pela sociedade, em outras culturas, e com outras pessoas. Devido a isso, a marginalização da cultura hip-hop responde a

um problema social, que já é feito pela sociedade em que vivemos a algum tempo.

Com a marginalização do rap e da cultura Hip Hop pode-se notar que apensar de muitas vezes todos ocuparem o mesmo espaço físico dentro da sociedade a uma divisão eminente entre os participantes de tal movimento e os demais da sociedade pois para mesmo que estejam habitando o mesmo local é necessária uma identificação de um com o outro, pois se você não houver essa identificação não irá ter um reconhecimento, assim não vão atribuir os mesmo valores morais e pessoais para o outro indivíduo e com isso a um afastamento e um rompimento de qualquer tipo causa ou cultura da outra pessoa. Sem estabelecer esse reconhecimento pode ser que ocorra um desligamento total de um com o outro e assim um pensamento de desigualdade e até inferioridade da outra cultura/movimento, com isso o distanciamento aumenta. Esse distanciamento aumentando pode ocorrer um conflito entre as culturas onde principalmente no Rap começa a ser visto como ameaça a sociedade. Assim aos olhos do outro o Rap pode se tornar não autentico, assim pensamentos como que rapper merece sofrer e que ele não quer um trabalho de verdade já que aos olhos da sociedade “correta” a uma inferiorização da cultura. Diante dessa inferiorização que cada vez mais acontece, algumas vezes o próprio morador de periferia se acha inferior e julga aquele que vem do mesmo lugar que ele como criminoso ou violento, tal ideia pode ser observada na música “ Estereótipo” do rapper Rashid:

“[...] não existe igualdade pra quem tem que correr atrás de quase 400 anos de prejuízo

Cê num sabe o que é isso, já antecipo

E nem ser seguido na loja pelo segurança que é do seu bairro e acha que conhece seu tipo

Se chama inversão de valores, ou show de horrores

Quando a definição de suspeito vem com uma tabela de cores

Sua justiça morreu quando embrião, sua lei já falhou no protótipo

E o azar é daquele que assim como eu se encaixa no estereótipo... ótimo! [...]”

A mesma ideia é trazida pelo grupo Racionais, na música “ Capitulo 4 versículos 3 “:

“[...] um dia um Pm negro veio embaçar

E disse pra eu me pôr no meu lugar

Eu vejo um mano nessas condições, não dá

Será assim que eu deveria estar? [...]”

Outro fator importante nesse problema é que muitos dizem achar necessário tratar, corrigir eles para que assim eles possam ser inclusos na sociedade tratando assim como um problema e novamente causando mais um conflito. Esse conflito acaba em uma via de mão dupla pois do lado de quem é marginalizado também a um sentimento de falta de alcance dos objetos de desejo e que a sociedade quer que eles deixem de existir e não ser reconhecido aos olhos da sociedade. Isso tudo é um processo de exclusão social, levando assim a marginalização de parte da população.

Diante da marginalização sofrida, fica a dúvida sobre o que causa essa atitude. Por viver em um lugar na maioria das vezes sem infraestrutura, as pessoas buscam uma melhoria de condições de vida reivindicando seus direitos. Por esse motivo, essas pessoas sofrem violência pela falta de dinheiro, e pelas condições em que se encontram. Dentro das comunidades, onde se encontram a maioria dos rappers, e onde nasceu a cultura, as instituições, como a polícia, abusam do poder e da violência, maltratando o pobre pela sua cor, classe social e por pertencer a uma favela para caracteriza-lo como ladrão. Isso ocorre pela grande desigualdade social vivida em nosso país, além da desigualdade no conhecimento, tantos básicos como de direitos do cidadão e de seu acesso à justiça, tornando mais fácil a disseminação da ideia de rótulo de criminoso naquele que faz parte desse contexto, no caso o rapper. Tal ideia fica clara na música “Muita Treta” do grupo Apocalipse 16:

“[…] é muita treta viver num lugar onde ninguém te respeita, onde a polícia rola e deita em cima dos humildes, ela espanca uma pá de cidadãos do bem, ela pega o menor e joga ele na Febem… é muita treta ver a paz cada vez mais distantes, ouvir tiros e saber que são meus manos se afogando no próprio sangue […]”

Visto que o problema a ser tratado é a marginalização de outras culturas, tendo com o foco a cultura hip-hop, existem alguns pontos de vista sobre esse tema. Entre aqueles fazem parte da cultura, seja atuando como rapper, como consumidor, ou apenas aquele que se identifica com o que é tratado, é um ponto de vista em que há concordância que há essa marginalização por algumas pessoas e que realmente é necessário lutar e resistir em relação a isso, isso é observado em algumas músicas, ou em atitudes como eventos de resistência em locais de importância publica, para mostrar que não há mais a dominação que vem sendo imposta a algum tempo.

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