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Prática pedagógica

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Por:   •  3/12/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.026 Palavras (13 Páginas)  •  172 Visualizações

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Introdução

Este trabalho surge de uma prática pedagógica com o desejo de viabilizar à comunidade formadora de professores um conjunto de subsídios, que poderão se transformar em elementos desafiadores às reflexões/ações para enfrentar a complexa rede de inquietações em que se encontra a educação para a saúde. O desafio gerado pela falta de sintonia entre o que motiva o estudante, a instituição de ensino e o educador em nossas instituições de ensino é muito grande. Assim, o que deveria ser uma atividade gratificante se converte, muitas vezes, em uma carga cheia de tensões e estresse para muitos professores de todos os níveis de ensino.

As reformas educacionais não estão respondendo à visão de ser humano integral, nem às teorias da complexidade e da transdisciplinaridade, que já estão sendo pensadas em diversos setores da sociedade (D’AMBROSIO, 2002; GADOTTI, 2011; MORAES, 2008; MORIN, 2000; TORRE, 2007). Existe um distanciamento considerável entre o que os alunos vivem e aprendem na vida e os modelos curriculares utilizados nas escolas. Este distanciamento se traduz na falta de interesse e motivação, bem como na permanente tensão entre professores mais preocupados em disseminar conteúdos do que em associar os saberes ao desenvolvimento de habilidades e atitudes para a vida.

Além disso, outro problema trata-se da fragmentação dos saberes. Os conteúdos curriculares, frutos da excessiva especialização e da concepção tecnológica positivista, acabam por se tornar desarticulados, sem expressão dos significados de interdependência, tanto para os alunos, quanto para os professores. Para Torre (2007) a formação de professores carece de mais acesso ao paradigma ecossistêmico, ou no enfoque da complexidade em situações de aprendizagem vivenciais, autoreferenciais, que procuram dar um sentido à integração dos saberes e uma formação que parta das necessidades e expectativas do próprio sujeito.

Falta-nos, portanto, explorar em espaços de aprender a sutileza dos sentimentos, de apostar na criatividade, na capacidade que temos de aprender a aprender, de conviver, de socializar, e de cultivar a vida. Estamos muito ocupados em aprender conteúdos conceituais e desprezamos os conteúdos emocionais, vivenciais e integralizadores do ser, que podem promover vida com qualidade e inteireza. Guerra (2001) amplia esta constatação da fragmentação do ser nos processos de aprender e ensinar :

Na escola estudamos o que é visível: os rios, o cálculo, as células. E a invisível bondade? Qual disciplina trata da bondade?Em qual disciplina aprendemos a aprender? Em qual disciplina aprendemos a nos relacionar com a família, os amigos, a namorada (ou o namorado)? Em qual disciplina aprendemos a conhecer nosso corpo, respirar, relaxar as tensões, conversar com paciência, falar em público? Aprendemos conteúdos atrás de conteúdos, mas não aprendemos a viver. Justamente porque aprender a viver envolve conhecer o invisível, o imaterial, o sutil. Envolve perceber que cada ação de corpo, fala e mente é capaz de modificar nossa experiência de realidade. (GUERRA, 2001, p.197)

Reavaliar processos de aprender e ensinar faz parte dessa proposta de pesquisa, em que o processo educativo se dê progressivamente e reúna todas as dimensões do ser humano e do conhecimento transdisciplinar. Nesta concepção de transdisciplinaridade, D’Ambrosio (2002) nos faz entender que ela repousa sobre uma atitude aberta, de respeito mútuo e humildade em relação a mitos, religiões, sistemas de explicações e conhecimento, rejeitando qualquer tipo de arrogância ou prepotência. Na sua essência a transdisciplinaridade é transcultural.

Confiamos que nos espaços da universidade existam condições de oportunizar processos de aprender numa ótica transdisciplinar complexa com objetivos de ecoformação, visando preparar futuros professores para atuação consciente, transformadora de si e do planeta, com comprometimento social e produtora de uma cultura de paz. Nessa abordagem concebe-se Saúde Integral como um movimento dinâmico em busca de equilíbrio entre os aspectos do ser: físico, mental, social, ambiental, espiritual e cultural.

Neste enfoque, a Ecopedagogia aparece como uma possibilidade pedagógica para enfrentar os desafios da educação do milênio, com um olhar voltado às questões de sustentabilidade da vida no planeta (GADOTTI, 2011; GUTIERREZ e PRADO,1999; MORAES, 2008; MORIN, 2000; TORRE, 2007). Na sua dinâmica de manutenção da vida, o planeta Terra precisa da parceria dos seres que o habitam na busca pela saúde integral de todos.

Diante desses desafios, a questão principal desse trabalho vê-se imersa na relação entre uma prática pedagógica que possa promover um ambiente de aprendizagem que leve em consideração as necesidades atuais de educação para a sustentabilidade da vida no planeta. Assim surgiu a seguinte questão de pesquisa:

Como promover um ambiente de aprendizagem, a partir das contribuições da ecopedagogia, para a prendizagem dos conteúdos relacionados ao tema Saúde Integral em cursos de licenciatura de Educação Física?

Construir, a partir da ecopedagogia, uma proposta pedagógica para a aprendizagem dos conteúdos relacionados ao tema Saúde Integral nas aulas de Biologia Humana em cursos de Educação Física, foi o objetivo desta pesquisa.

Ecopedagogia para a Saúde Integral: pressupostos teórico/metodológicos da prática pedagógica

Para alcançar o objetivo proposto, trilhamos os caminhos em sala de aula orientados pelo conceito de ecopedagogia cunhado por Gutiérrez e Prado (1999). Esses autores nos falam de uma cidadania planetária que vai além da cidadania ambiental, em que a ecopedagogia seria aquela que promove a aprendizagem do “sentido das coisas a partir da vida cotidiana”. Os autores revelam ainda, que a cidadania planetária vai além da cidadania ambiental, pois é um caminho feito ao caminhar, construído e percorrido permanentemente no cotidiano. A ecopedagogia pode ser vista tanto como um movimento pedagógico quanto como uma abordagem curricular (GADOTTI, 2011).

Os planos de ensino da disciplina de Biologia Humana prevêem conteúdos e competências que abrangem aspectos relacionais entre a fisiologia humana e a promoção de saúde integral. As aulas foram planejadas e orientadas pelos “Quatro Pilares da Educação para o século XXI”, oportunizando o aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser, e aprender a conviver, conforme Delors (1999).

Nesta orientação, entendemos as diversas dimensões

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